Economistas dizem que o retorno do FMI no apoio ao país é também resultado do facto de Moçambique estar num ano em que vai ter os primeiros ganhos vindos do gás. Constantino Marrengula e Eduardo Neves, reconhecem, porém, que este acordo interessa mais a Moçambique do que aos doadores.
Mais de cinco anos passaram sem o apoio directo do FMI. Agora foi alcançado um novo acordo, mas o mesmo não surpreende aos economistas Eduardo Neves e Constantino Marrengula.
Neves entende que, pelo rumo do processo de exploração do gás natural, era expectável que os doadores voltassem. Para ele, é conveniente aos parceiros estarem ao lado de Moçambique.
O mesmo pensamento é partilhado por Constantino Marrengula que chega a dizer mesmo que “eles têm medo de ficar atrás da carruagem”.
Ainda assim, tanto um quanto o outro economista entende que o país só tem a ganhar com esta retoma. Aliás, Marrengula diz, até que já era sem tempo. “Acho que devia ter chegado há mais tempo. Foram sete anos difíceis e em que os programas de desenvolvimento avançaram com mais lentidão”.
Uma ideia também defendida por Eduardo Neves, que entende que, mesmo que o Governo tivesse programa de governação “bonitos”, os recursos “sempre fazem falta para a execução”.
Recordando que o acordo alcançado é para um crédito concessional, que compreende taxas de juros mais baixas e com o pagamento a longo prazo, o que sufoca menos o Estado com o serviço da dívida quando comparado com créditos comerciais. Neste momento, o Estado tem uma dívida externa que ascende a mais de 12 mil milhões de dólares americanos.