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Moçambique e Zâmbia passarão a beneficiar de um gasoduto a ser construído  entre as cidades da Beira e Ndola, com capacidade para transportar 3,5 milhões de métricos de toneladas de produtos petrolíferos por ano. A infra-estrutura será erguida em quatro anos.

Avaliada em cerca de 1,5 mil milhões de dólares norte-americanos, a infra-estruturas vai permitir a facilitação do transporte de produtos petrolíferos para o mercado Zambiano, reduzindo a circulação de camiões nas estradas. Com a infra-estrutura erguida, as partes terão a capacidade de movimentar anualmente cerca de 3,5 milhões de métricos de produtos petrolíferos.

“O sucesso do gasoduto Beira–Angola pode servir de referência para o desenvolvimento de outros oleodutos ou infra-estruturas energéticas regionais.

A nível nacional, vai aumentar o tráfego do Porto da Beira e a utilização do terminal de combustíveis, promovendo a sua sustentabilidade, além de criar oportunidades de emprego local na construção, manutenção e operação desta infra-estrutura”, afirmou Estevão Pale, ministro dos Recursos Minerais e Energia.

Com o referido acordo, Moçambique quer posicionar-se ao nível da região e permitir maior fluidez comercial, aproveitando a sua localização. De acordo com o governante, “Estes acordos vão além de simples parcerias técnicas; representam uma visão conjunta de interdependência e progresso partilhado. Moçambique reforça, assim, a sua posição geoestratégica como corredor energético da SADC, contribuindo para a segurança energética regional e para o equilíbrio da nossa balança comercial através da exportação de energia”, disse o ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique.

No seu breve discurso de reacção ao memorando, o alto-comissário da Zâmbia em Moçambique disse que a infra-estrutura irá trazer desenvolvimento e facilidades em ambas as partes. Ademais, Kenya Londe afirma que a materialização do projecto vai criar postos de trabalho.

“O memorando de entendimento beneficiará os zambianos e os moçambicanos, uma vez que irá gerar muitos empregos locais, e também porque a energia é a principal fonte de desenvolvimento. Acima disso, todos precisamos de energia para produzirmos”, disse a fonte.

Moçambique e Zimbabwe reforçam cooperação energética

No local, foi também assinado um acordo de cooperação bilateral para o fornecimento, geração e transmissão de energia eléctrica entre Moçambique e Zâmbia. O referido acordo inclui ainda mecanismos para facilitar o comércio de combustíveis e o desenvolvimento de infra-estrutura energética, criando as condições necessárias para apoiar o crescimento industrial do Zimbabwe e promover a integração energética regional.

“Este acordo cobra ainda mecanismos de facilitação do comércio de combustíveis, a utilização e o desenvolvimento de infra-estruturas de combustíveis, garantindo o fornecimento confiável de derivados de petróleo”, frisou o ministro dos Recursos Minerais e Energia em seu discurso.

Moçambique e Zimbabwe controlam relações energéticas estratégicas, principalmente na exportação de electricidade a partir da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), localizada em Moçambique. A energia é transmitida pela linha Songo–Bindura, que liga os dois países, sendo essencial para o abastecimento energético do Zimbabwe, que enfrenta constantes crises de energia.

Apesar dos desafios relacionados ao pagamento de dívidas por parte do Zimbabwe, os dois países continuam a negociar acordos para garantir o fornecimento contínuo. Ambos integram o Southern African Power Pool (SAPP), uma plataforma de cooperação regional que facilita o comércio de energia eléctrica na África Austral. A relação energética entre Moçambique e o Zimbabwe é vital para a estabilidade energética regional e continua a ser reforçada por projectos conjuntos de infra-estrutura e interligação eléctrica

Os instrumentos foram assinados na manhã desta quinta-feira, no último dia da décima primeira edição do fórum de energias de Minas e Energias, que teve lugar em Maputo.

Duas boas novas abrem novas perspectivas no mercado de gás natural liquefeito. A Total promete retomar a construção da planta de gás em Palma em meados deste ano, de acordo com a garantia dada pelo CEO da Total Energies, Patrick Pouyanné, um anúncio que sucede à aprovação do plano de Desenvolvimento da Plataforma Coral Norte FLNG, com capacidade para a produção de 3,5 milhões de toneladas de gás por ano.

A novidade soa com ânimo para as empresas locais que têm cada vez maior apetite de tirar benefício dos projectos da indústria do gás, e as poucas certezas acompanham as novidades, por exemplo, como serão usados os 10% dos gás do Coral Norte que, por decreto do Governo, devem ser canalizados ao mercado doméstico?

Sobre a questão, o “O País Económico” ouviu Florival Mucave, presidente-executivo da Câmara do Petróleo e Gás de Moçambique, e Joaquim Dai, economista.

Para Florival Mucave, a alocação de 10% do gás natural para a economia doméstica é uma componente que vai contribuir para a diversificação da economia moçambicana e para a industrialização do país.

Entretanto, alerta para alguma cautela. “Temos de voltar à experiência da Sasol, há 20 anos, quando o Governo exigiu da Sasol a disponibilização de uma quantidade de gás para uso doméstico, surgiu essa questão se há capacidade em Moçambique para a utilização deste gás. Hoje temos vários projectos como a Matola Gás Company, Central de Ressano Garcia, Central de Vaninga, que dependem deste gás e o transformam em energia. O importante é acordarmos que há uma quantidade de gás que deve ser alocado ao mercado doméstico, e uma vez já alocado e usá-lo para a industrialização”. 

Segundo Mucave, o país tem, primeiro, de pensar no Norte, a parte menos industrializada do país. “A parte mais industrializada é o Sul, e não há projectos estruturantes de industrialização no norte do país”, explicou para a seguir acrescentar que “temos de saber que virão mais projectos e pensar hoje onde é que queremos utilizar o gás que há de vir deste projecto”.

O responsável foi mais longe ao dizer que não houve um debate coerente em volta do conteúdo local no país, o que se tornou ainda mais necessário diante de projectos em alto mar, que desafiam a criação de infra-estruturas de acesso da terra ao alto mar para poder beneficiar deste gás. 

Segundo Mucave, este é um debate que ainda não começou, e que é muito oportuno. “Quem é que vai criar as infra-estruturas necessárias para termos este benefício. A ENI pode disponibilizar a boca do poço?”, questiona, para a seguir dizer que “o Governo tem de criar condições para a monetização deste gás”.

Por seu turno, Joaquim Dai entende ser estratégica a exploração e liquefação em alto mar, apesar das levantadas relativamente aos empregos que poderiam ser criados caso o projecto fosse desenvolvido em terra.

“Esta decisão foi tomada a olhar para o momento que o país está atravessar. Precisamos de estimular as exportações, precisamos de melhorar as contas públicas e criar nova dinâmica e nos estabelecermos como um pólo de desenvolvimento no mercado do gás, portanto, é um trade off, vamos perder um pouco na componente empregos e ganhar mais com as exportações.”

Entretanto, Dai encontra uma infalível oportunidade de Moçambique usar os 10% do Coral Norte para a industrialização. “Nós temos vizinhos com sérios problemas de electricidade, daí temos de ter uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo. Não podemos crescer a apalpar, temos aqui duas grandes oportunidades. Moçambique pode tornar-se um pólo energético, podemos pôr este gás na cozinha e parar de importar botijas de gás”, disse.

Moçambique terá uma refinaria com capacidade para a produção de 200 mil barris por dia de combustíveis líquidos. De acordo com o Presidente da República,  o empreendimento deverá ser implementado em 24 meses.

Uma refinaria com capacidade para produzir gasolina, gasóleo, nafta e jet A1, para abastecer o mercado nacional e regional, poderá ser instalada no país, na sequência da assinatura de um memorando de entendimento.

Com capacidade para processar 200 mil barris por dia de combustíveis e o respectivo armazenamento, a infra-estrutura vai tornar Moçambique um actor relevante nos combustíveis líquidos, segundo avança o Presidente da República.

“Este projecto, a ser implementado num período máximo de 24 meses, permitirá o acréscimo da capacidade de armazenagem em 160 mil toneladas métricas para combustíveis líquidos e 24 mil toneladas métricas para GPL – Gás de Petróleo Liquefeito”, disse o Chefe de Estado. 

Um outro acordo entre Moçambique e Zâmbia vai permitir a criação de um gasoduto entre as cidades da Beira, no centro do país, e Ndola, na Zâmbia.

 “Com a previsão de comissionamento dentro de 4 anos e um investimento de cerca de 1.5 biliões de dólares norte-americanos, o gasoduto terá a capacidade para o transporte de 3.5 milhões métricos de toneladas por ano e engloba a construção de infraestruturas de armazenamento em ambas províncias, portanto, província de Sofala, na cidade da Beira, e Ndola, na Zâmbia”, explicou. 

Estas novidades foram apresentadas, nesta quarta-feira, em Maputo, pelo Chefe de Estado,  na Conferência e Exposição de Mineração e Energia. No evento, Daniel Chapo reiterou que o projecto de gás Rovuma LNG avança em 2026.

“Esforços estão sendo levados a cabo no sentido de, ao longo do próximo ano, arrancarmos com o Projecto Rovuma LNG, Gás Natural Liquefeito, avaliado em 27 biliões de dólares, que está sendo liderado pela ExxonMobil”. 

Enquanto, o Coral Sul, projecto liderado pela Eni, na Bacia do Rovuma, já exportou mais de 117 carregamentos de gás desde que arrancou em 2022.

A Empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) aumentou o número de aeronaves de passageiros e de carga nas suas operações.

De acordo com a instituição, a aeronave do tipo Boeing 737-500, integra temporariamente a frota da LAM. O avião começou a operar nesta terça-feira e poderá aliviar a pressão dos voos diários da companhia. 

Com capacidade para transportar 134 passageiros, a aeronave em referência tem também a vantagem de acomodar mais volumes e carga. 

Com esta solução, a Linhas Aéreas de Moçambique passa a operar com quatro aeronaves.  

 

A actual vice-presidente da Confederação das Associações Económicas, CTA, Maria de Assunção Abdula, iniciou, hoje, a sua campanha eleitoral. Assunção promete uma CTA dinâmica, transparente e inclusiva.

 

Maria de Assunção Abdula, actualmente Vice-Presidente da CTA no actual elenco de Agostinho Vuma, iniciou esta terça-feira a sua campanha eleitoral, rumo à presidência da agremiação.

“A minha candidatura está ancorada em valores essenciais como inclusão, transparência  e inovação. Quero construir uma CTA mais próxima de todos os membros, que seja realmente uma plataforma de fortalecimento das nossas empresas e um motor para o desenvolvimento do País e, para isso, vamos implementar uma governação inclusiva e transparente”, disse De Assuncao. 

Encabeçando a Associação Comercial de Moçambique, Da Assunção promete uma CTA representativa.

“Compreendo que Moçambique é vasto e que cada região possui realidades únicas.

Por isso, proponho a criação de três antenas regionais, Centro, Norte e Sul, para fortalecer a representatividade e descentralizar a gestão da CTA. Estas antenas regionais serão responsáveis por atuar como bordes regionais com liderança atribuída a vice-presidentes regionais”.

Uma das propostas da candidata é a criação do dia nacional do associado e das conferências empresariais regionais, a fim de reforçar o envolvimento e escuta activa dos membros. 

“Por isso, promoverei programas de capacitação técnica, apoio na gestão financeira e desenvolvimento institucional das associações. A capacitação será uma das nossas maiores prioridades para que todos os membros possam operar de maneira eficiente e sustentável. Transparência operacional. A transparência não será apenas um princípio, mas uma prática diária para garantir que todos os membros da CTA estejam sempre informados”, defendeu a esposa do empresário Salimo Abdula.

As associações membros da CTA, Maria de Assunção Abdula pede votos para tornar a agremiação mais dinâmica e transparente.

 

 

Dois candidatos foram aprovados para participar da corrida para a presidência da CTA. Trata-se de Lineu Candieiro e Maria da Assunção Abdula. O anúncio foi feito esta segunda-feira, pela comissão eleitoral do organismo empresarial.

A comissão eleitoral da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, CTA, aprovou, nesta segunda-feira, duas candidaturas, que no seu entender cumprem com os requisitos para a corrida à presidência do organismo, nomeadamente: Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), encabeçada por Lineu Candeeiro, e atribuir à mesma a letra A’, e Associação Comercial de Moçambique (ACM), encabeçada por Maria da Assunção Abdula, e atribuir à mesma a letra B’.

Através de um documento, a comissão eleitoral comunicou ainda o arranque da campanha eleitoral, que decorre entre 5 e 13 de Maio de 2025.

“Os candidatos devem conduzir a campanha eleitoral com boa fé e manter conteúdo ético de acordo com os Estatutos da CTA e Regulamento Eleitoral estando vedados a prática de actos que visem à honra, imagem e ao bom nome dos candidatos, a ofensa a imagem da CTA, a desprestigiar a CTA e os seus membros e a fazer apelo directo ou indirecto ao voto numa lista ou candidato no dia da votação ou período anterior à data de início da campanha eleitoral, nos termos do número 3 do artigo 179 do Regulamento Eleitoral”.

E, em caso de violação, os estatutos preveem sanções duras.

“Adverte-se que, nos termos do artigo 179 n 4 do Regulamento Eleitoral, a lista candidatura que violar os limites impostos nos termos anteriormente referidos poderá Ser excluída das eleições pela Comissão Eleitoral, caso violação seja grave, sendo aplicada multa correspondente a seis quotas nos casos menos graves, sem prejuízo de processo disciplinar onde for aplicável, nos termos dos Estatutos da CTA”.

Esta comunicação acontece numa altura em que a Câmara de Comércio de Moçambique já iniciou a sua campanha, apesar de não constar na lista das associações aprovadas pela Comissão Eleitoral da CTA para o processo eleitoral.

 

 

 

O candidato presidencial à Confederação das Associações Económicas de Moçambique Álvaro Massingue promete apoiar o sector público na aceleração de investimentos em infra-estruturas críticas. O presidente da Câmara de Comércio de Moçambique falava nesta segunda-feira, durante o lançamento da sua campanha e apresentação do manifesto eleitoral.

Álvaro Massingue manteve, nesta segunda-feira, um encontro com empresários e algumas associações-membros da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, às quais apresentou o seu manifesto eleitoral composto por cinco principais pilares.

“O primeiro pilar lida com uma CTA forte, uma CTA representativa e descentralizada. Propomos, neste pilar, uma CTA com presença efectiva em todas as províncias, com impacto real nas províncias e nos distritos. Uma confederação que escute, que represente e defenda os interesses dos seus membros de forma eficaz, inclusiva e equitativa, assegurando que nenhuma voz empresarial seja ignorada nas suas acções”, prometeu.

Massingue promete uma CTA mais eficiente caso vença as eleições. “Promover uma revisão profunda dos estatutos e regulamentos da CTA, com ampla consulta e envolvimento de todos os membros, uma vez que o actual quadro estatutário já não responde adequadamente às suas necessidades”, disse Massingue.

Além de prometer a instalação de escritórios nos conselhos províncias, Álvaro Massingue diz que vai continuar a lutar incansavelmente contra as barreiras que minam o investimento em Moçambique.

“É a promoção de um ambiente de negócios competitivo e de um clima de investimento justo. Defendemos a simplificação dos processos administrativos, a previsibilidade e estabilidade fiscal, bem como a justiça regulatória. Trabalharemos em parceria com o Governo e demais stakeholders para eliminar barreiras ao investimento, suprir práticas que elevem os custos e prazos para iniciar, operar e expandir negócios”, garantiu o candidato.

Álvaro Massingue promete ainda colaborar com o Governo com vista ao melhoramento de infra-estruturas públicas, por isso diz que “propomos uma abordagem colaborativa com o sector público para acelerar investimentos em infra-estruturas críticas, colocando-as no centro das nossas estratégias de desenvolvimento. Será criado um pelouro dedicado a infra-estruturas e serviços para que, em directa coordenação com o Governo, seja possível engajar o Governo na planificação integrada de infra-estruturas e serviços essenciais”, frisou.

Álvaro Massingue promete ainda impulsionar o desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas através  do acesso ao financiamento e apoio técnico.

A poucos dias das eleições na Confederação das Associações Económicas de Moçambique, CTA, o jovem empresário Lineu Candieiro, candidato à presidência desta agremiação, prometeu, através do seu representante, na cidade da Beira, melhorar as relações entre o sector privado e o governo. Segundo Candieiro, a desarticulação entre os “patrões” e o executivo minam o ambiente de negócios e, consequentemente, o desenvolvimento económico.

Lineu defendeu, na ocasião, não fazer sentido que, 50 anos depois do alcance da independência nacional, o nosso país dependa ainda de importação de produtos básicos para a sua subsistência.

O candidato à presidência da CTA assegurou que, caso seja eleito, irá mobilizar recursos para que desenvolva um pólo de desenvolvimento nos países do interland.

Por sua vez, Alcides Cintura, presidente do Conselho Empresarial de Manica, agremiação que suporta a candidatura de Lineu Candiero, disse que o Estado não pode ser maior empregador que o sector privado. Aliás, disse que esta candidatura pretende reverter o actual cenário, garantido um melhor ambiente de negócios no país.

Na o Presidente da Federação Moçambicana de Comércio e Serviços, Yassin Amugy, defendeu que a candidatura de Lineu Candiero salvaguarda, também, os interesses da juventude, camada social importante para o desenvolvimento do país. Lineu não se fez presente ao facto de apresentação da sua candidatura pelo facto do seu voo ter sido adiado. Uma situação que tem acontecido recorrentemente nos últimos dias com os voos da LAM.

O crescimento da economia moçambicana poderá ser de cerca de 2,9% neste ano, depois de 5,5% no ano de 2024. Trata-se da menor previsão de crescimento económico do Governo desde 2021, ano em que o país procurava recuperar-se da pandemia da Covid-19.

Na proposta de lei do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, aprovada nesta semana pelo Governo e submetida ao Parlamento, prevê-se que a inflação, que mede o custo de vida, aumente neste ano em torno de 7%, depois de um agravamento de 5,48% em 2024.

O Governo moçambicano almeja aumentar a Receita do Estado para cerca de 385,8 mil milhões de Meticais neste ano, depois de ter previsto um aumento para 383,5 mil milhões no orçamento do ano passado. Trata-se de uma subida de cerca de 2,3 mil milhões de Meticais.

O Executivo prevê um défice orçamental de 126,8 mil milhões de Meticais, menor do que o do ano de 2024, que foi de 184,3 mil milhões, num contexto em que a despesa do Estado deverá rondar os 512,7 mil milhões, depois de cerca de 567,9 mil milhões no ano passado.

Para alcançar o crescimento, espera que o país exporte bens que custam 8,4 milhões de dólares. Como resultado, as reservas de moeda estrangeira no país deverão situar-se em 3,4 milhões de dólares, suficientes para 4,7 meses de importações, excluindo os megaprojectos.

Os dados foram apresentados nesta semana por Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo, após a habitual sessão das terças-feiras do Conselho de Ministros. Na ocasião, explicou que, depois da aprovação do Plano Económico e Social, o ambiente económico e social no país poderá melhorar, e haverá espaço para implementar várias medidas e soluções em diversas áreas.

O Plano Económico e Social estrutura-se em cinco pilares, observando o formato adoptado pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025-2044 e pelo Programa Quinquenal do Governo 2025-2029, sublinhou o porta-voz do Conselho de Ministros.

“Dispõe no pilar 1 – Unidade Nacional, Paz, Segurança e Governação; no pilar 2 – Transformação Estrutural da Economia; no pilar 3 – Transformação Social e Demográfica; no pilar 4 – Infra-estruturas, Organização e Ordenamento Territorial; e no pilar 5 –  Sustentabilidade Ambiental, Mudanças Climáticas e Economia Circular”, avançou Impissa.

Para viabilizar os investimentos nos sectores prioritários e garantir a sustentabilidade fiscal, o Governo diz que vai apostar na consolidação fiscal, com vista a assegurar a correcção do défice estrutural do Orçamento do Estado e a estabilização da dívida pública. 

“Para tal, serão adoptadas medidas adicionais de mobilização de receitas, racionalização e contenção da despesa, assim como a melhoria dos padrões de eficácia e eficiência na gestão dos recursos públicos”, avançou Inocêncio Impissa.

O Conselho de Ministros apreciou ainda, na última terça-feira, a Conta Geral do Estado para o Exercício de 2024, bem como o relatório anual da dívida pública, no qual se constatou que, em 2024, aumentou até atingir um valor tido como bastante alto.

“O stock da dívida pública aumentou em 75 547 milhões de Meticais, totalizando cerca de 1,1 trilhões de Meticais, o equivalente a 76,9% do Produto Interno Bruto (PIB), referiu o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, logo após a sessão do Conselho de Ministros.

Diante da realidade herdada do Governo de Filipe Nyusi, o actual Executivo de Daniel Chapo assume haver necessidade de reforçar a consolidação fiscal, de maior mobilização de receitas, do foco em créditos concessionais e de dinamização do mercado secundário de dívida.

OCTÁVIO MANHIQUE – Economista

“Já são dois trimestres em que nós tivemos crescimento negativo, e isso, naturalmente, vai afectar todo o processo de crescimento da nossa economia, daí que haja este abrandamento de 5,5% do crescimento previsto no ano passado para 2,8%. É resultado, também, da própria expectativa, pelo facto de os riscos terem aumentado e a retoma dos pequenos e médios empresários estar a ser lenta, porque faltam os apoios financeiros e, segundo, há receios de eventualmente voltarem a acontecer os protestos pós-eleitorais. É verdade que tivemos os eventos climatéricos na zona Norte, a zona Sul foi poupada, e mesmo esses eventos têm quase sempre impacto. Já que estamos na costa do Oceano Índico, os riscos de eventos climáticos extremos tornaram-se normalidade.”

PIEDADE NOGUEIRA – Economista

“Precisamos de fazer algum esforço, de modo a controlar o crescimento económico. Estamos a ver alguma tendência positiva em relação àquilo que era a expectativa, porque, diante da tensão pós-eleitoral, podemos dizer que todo o primeiro trimestre do ano em curso teve ressentimentos negativos, e a perspectiva de começar a ver o Produto Interno Bruto a ter algum crescimento no segundo trimestre já é um sinal positivo. Podemos dizer que tem a ver com algumas acções que estão a ser levadas a cabo pelo Governo, mas também podemos dizer que, olhando para aqueles que eram os cenários das manifestações, pelo menos no fim do primeiro trimestre, começamos a ver o cenário de redução das manifestações, que, de certo modo, condicionam a produção dos empresários que já começam a ter confiança.”

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