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O ministro da Planificação e Desenvolvimento disse que a transparência no fundo de desenvolvimento local é assegurada desde a fase de desenvolvimento do projecto, que é feita pela Comissão de  Selecção de Projectos. Falando no segundo dia do esclarecimento das perguntas dos deputados, Salim Valá reiterou ainda que o fundo é apenas para moçambicanos.  

Depois do primeiro dia da sessão de esclarecimento das perguntas dos deputados da Assembleia da República, foram feitas algumas questões de insistência. Ao ministro da Planificação e Desenvolvimento coube responder como o Governo vai garantir transparência na implementação do Fundo de Desenvolvimento Local (FIDEL). 

O Governante garantiu que foram criadas condições para que todo o processo seja transparente e inclusivo. Valá explicou que uma comissão integrada por representantes da área económica do governo distrital ou conselho autárquico, dos representantes dos agentes económicos locais, dos líderes locais, de representantes   das instituições comunitárias de base, de instituições académicas e da sociedade civil, que tem o papel de apreciar e analisar o mérito dos projectos, em função da sua prioridade, viabilidade   e impacto no desenvolvimento económico do distrito ou do município. 

 Quanto à inclusão no processo de implementação do fundo, Salim Valá referiu que todos os moçambicanos são beneficiários. “Este fundo é apenas para moçambicanos, que têm ideias criativas, para transformar em projectos de incremento  da produção, particularmente de alimentos, mas não só. Geração de renda e criação de empregos nos distritos e nos municípios”, frisou. 

O ministro falou ainda das medidas adoptadas pelo Governo para a redução da pobreza no país, reiterando que “incertezas causadas por acções terroristas, efeitos climáticos extremos, volatilidade dos preços  de matérias primas no mercado internacional (…) são obstáculos concretos na implementação de políticas e estratégias que visam o combate à pobreza e as desigualdades sociais e espaciais”. 

A Plataforma flutuante de gás natural, Coral Sul, fez hoje o carregamento do centésimo navio de gás exportado a partir da Bacia do Rovuma. O marco dos 100 carregamentos é atingido num contexto em que o consórcio liderado pela ENI está há mais de um ano em discussões com o Governo para a introdução de uma segunda plataforma flutuante.

Ancorada nas águas ultraprofundas da Bacia do Rovuma, em  Cabo Delgado, a plataforma de extração de gás natural liquefeito tem feito exportações semanais desde Outubro de 2022. 

E este sábado, segundo informa um Comunicado de Imprensa do Instituto Nacional de Petróleo, a unidade fabril totalizou 100 carregamentos de GNL, todos eles distribuídos no mercado internacional, o que reforça a posição de Moçambique como uma alternativa fiável e limpa de energia.

“A plataforma flutuante de gás natural liquefeito (FLNG) Coral Sul, operada pela gigante italiana Eni, atingiu um grande marco na produção e exportação de GNL hoje. O sucesso da Plataforma Coral Sul FLNG consubstancia-se, não somente pela entrega de um recurso nacional, gás natural liquefeito, em carregamentos regulares à vários países na Europa, mas também pela participação efectiva de moçambicanos na cadeia deste mega-projecto, contribuindo de forma concreta para uma transição energética segura, economicamente mais equilibrada e inclusiva para Moçambique e para a África no geral”, le-se no comunicado do INP.

Sobre o marco, o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo, Nazário Bangalane considerou que atesta a qualidade do gás de Moçambique e o potencial energético ainda existente.

O consórcio que explora a plataforma flutuante está há mais de um ano em conversações com o Governo para a introdução de uma segunda plataforma. Este marco surge num momento em que a concessionária e parceiros já trabalham no sentido de encontrar alternativas mais adequadas de expansão do projecto para incrementar os níveis de recuperação de gás na área 4. A proposta que tem ganho maior força é a via de uma segunda plataforma flutuante, designada Coral Norte FLNG, a ser alocada mais à norte do local onde a Coral Sul FLNG está a operar.

O empreendimento Coral Sul FLNG é operado pela Eni em representação da Mozambique Rovuma Venture (MRV), um consórcio que inclui a ExxonMobil e a China National Petroleum Corporation (CNPC), que detém 70% de participação. Os restantes 30% estão distribuídos igualmente entre a ENH, a Galp e a sul-coreana Kogas, cada uma com 10%.

Os empresários e economistas congratulam o Banco Central por ter decidido que as receitas em moeda estrangeira devem ser convertidas pelo menos em 50%. Esta é uma medida que vai garantir que haja mais moeda estrangeira no mercado. 

Segundo dados da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, mais de 60 empresas nacionais aguardam pela liberação de divisas em moeda estrangeira há mais de três  meses. Por isso, os empresários pensam que a mais recente medida vai ser um alívio. A medida só peca por ser de execução a curto prazo.

Sobre a conversão de receitas de reexportação, visando que os bancos passem a converter integralmente as receitas de reexportação de produtos petrolíferos, Vuma entende a medida como partilha das responsabilidades.

Na visão do economista Hélio Cissa, as referidas medidas do Banco de Moçambique podem reforçar a presença de divisas no país bem como devolver o poder de compra às famílias. Entretanto, o economista Clésio Foia tem uma visão mais acentuada sobre a vantagem destas medidas. Para o economista, o actual cenário irá obrigar as grandes empresas a reterem parte dos seus ganhos no sistema financeiro nacional.

Em suma, a medida é vista como uma cedência às reclamações do sector privado por parte do Banco de Moçambique.

Estatísticas das instituições financeiras do II semestre de 2024 apontam que houve 528 reclamações contra BCI e BIM, de um total de 809

O BCI e BIM são as instituições financeiras moçambicanas que cometem mais irregularidades aos olhos dos clientes. No segundo semestre de 2024, o Banco de Moçambique recebeu 528 reclamações contra os dois bancos comerciais.

No total das reclamações feitas pelos clientes ao regulador do sistema financeiro nacional, 37,6% foram contra o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e 27,7% pesam sobre o Banco Internacional de Moçambique (BIM).

O elevado número de reclamações contra as duas instituições bancárias, que são as maiores no sistema financeiro, pode ser explicado pelo número de clientes que possuem, ou seja, apenas elas têm mais de um milhão de clientes. 

Do total de 809 reclamações contra 20 instituições financeiras que operam no país, grande parte, ou seja, 418 foram contra os serviços de ATM, 141 estão ligadas aos créditos concedidos, 112 contra contas bancárias e 53 contra POS.

Os dados constam das Estatísticas das Instituições Mais Reclamadas – Segundo Semestre de 2024 do banco central. Nas ATM, há mais irregularidades sobre dinheiro não disponibilizado, moeda electrónica e débito em conta bancária.

No crédito bancário, tem havido divergências na execução do contrato de crédito, cobrança de prestações após liquidação do crédito e imputação indevida de crédito. Na conta bancária, tem havido débitos indevidos.

No peso total das reclamações, há instituições com menos de 1% das reclamações, nomeadamente: Vista Bank (0,2%), Fast Capital Bank (0,9%), UBA (0,4%), BNI (0,2%), Socremo Microbanco e Microbanco de Apoio aos Investimentos (ambas com 0,4%) e Confiança Mcb (0,1%).

O Banco de Moçambique, na qualidade de autoridade cambial, aprovou os instrumentos normativos com o objectivo de proporcionar maior flexibilização na gestão de divisas por parte dos bancos intermediários, em face da actual conjuntura socioeconómicа.

De acordo com uma nota de imprensa do Banco Central, a aprovação em causa inclui, primeiro, o Aviso que incrementa, dos actuais 30% para 50 %, a taxa de conversão decorrente das receitas de exportação de bens, serviços e rendimentos de investimento no exterior. Este regime vigorará pelo período de 18 meses. 

Em segundo lugar, a aprovação do Banco Central inclui: o Aviso que versa sobre o regime de repatriamento e conversão de receitas de reexportação de produtos petrolíferos, onde os bancos passarão a converter integralmente as receitas de reexportação de produtos petrolíferos. 

Adicionalmente, o Banco de Moçambique, na qualidade de supervisor das instituições de crédito e sociedades financeiras, aprovou o Aviso que estabelece o regime excepcional concernente às percentagens das provisões regulamentares mínimas sobre o crédito vencido, que vigorará por um período de 12 meses. Esta medida promoverá o alargamento da capacidade dos bancos de concederem crédito. 

 

O Presidente da República, Daniel Chapo, recebeu, na tarde desta quarta-feira, em audiência, o director-executivo (CEO) da Africa50, Alain Ebobissé, para discutir oportunidades de investimento no sector das infra-estruturas em Moçambique. O encontro reforçou o compromisso da instituição financeira em apoiar o desenvolvimento do país, com ênfase na energia, transportes e comunicação digital.

“Foi uma honra ser recebido pelo Presidente de Moçambique, o Presidente Chapo. Eu represento a Africa50, que é um fundo de investimento em infra-estruturas detido por 32 países africanos, incluindo Porto Rico, Moçambique e o Banco Africano, para ajudar a financiar projectos de infra-estruturas em África”, declarou Alain Ebobissé, no final do encontro.

Na audiência, foram debatidas três áreas prioritárias para o investimento no país. Segundo o CEO da Africa50, a visão do Presidente Chapo é transformar Moçambique num centro energético em África, objectivo para o qual a organização manifestou total apoio.

Além do sector energético, a Africa50 pretende investir em projectos de infra-estruturas de transportes, essenciais para a integração económica e o desenvolvimento regional. “Também falámos sobre projectos na área dos transportes, bem como iniciativas na área da comunicação e da transformação digital. O Presidente está muito comprometido com a implementação destes projectos connosco, e pretende avançar com rapidez”, afirmou Ebobissé.

A Africa50 reafirmou a decisão de apoiar Moçambique, destacando as condições favoráveis para o investimento. “Estamos muito satisfeitos por poder contribuir para o crescimento deste grande país, sob a grande liderança do Presidente. Acreditamos que Moçambique tem um enorme potencial e oferece um ambiente atractivo para o investimento”, sublinhou o CEO.

Apesar dos desafios existentes, Ebobissé destacou a importância de garantir investimentos sustentáveis e inclusivos. “Precisamos de garantir que investimos em projectos que promovam um crescimento económico inclusivo, beneficiando a população de Moçambique e, de forma mais ampla, todo o continente africano”, acrescentou.

A parceria entre Moçambique e a Africa50 abre perspectivas promissoras para a modernização das infra-estruturas do país, contribuindo para o crescimento económico e a melhoria das condições de vida da população. A implementação rápida dos projectos discutidos poderá impulsionar a posição de Moçambique no cenário económico africano.

O Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou esta quarta-feira o compromisso do governo moçambicano com o desenvolvimento do sector energético ao receber, em audiência, o presidente da multinacional sul-africana Sasol, Simon Baloy. O encontro serviu para avaliar o progresso do Contrato de Partilha de Produção (PSA), um investimento de um bilião de dólares norte-americanos que se aproxima da sua conclusão e promete fortalecer a economia nacional através da produção de gás e electricidade.

À saída do encontro, Simon Baloy destacou a importância do projecto PSA para Moçambique, sublinhando que se trata de “um projecto maravilhoso que fizemos com o projecto moçambicano”. O investimento permitirá a produção de gás natural e o fornecimento de energia à Central Térmica de Temane (CTT), que também está em fase de conclusão.

O presidente da Sasol revelou ainda que o projecto contribuirá para a produção de gás de petróleo liquefeito (LPG), reduzindo, assim, a dependência de importações desta fonte energética. “Também produziremos LPG, que será usado para reduzir a quantidade de gás importado para Moçambique”, afirmou Baloy, ressaltando o impacto positivo para a segurança energética do país.

A Sasol, que opera em Moçambique há mais de duas décadas, reafirmou seu compromisso de longo prazo com o país. “Estamos neste país há mais de 20 anos e estaremos aqui até os próximos 20 anos e mais”, declarou Baloy, evidenciando a continuidade dos investimentos e parcerias estratégicas com o governo moçambicano.

O executivo da Sasol destacou ainda o ambiente favorável para os negócios proporcionado pela actual governação, apesar dos desafios enfrentados. “Mesmo que tivéssemos alguns desafios, estamos animados com a estabilidade que o Presidente está trazendo para o país, junto de todos os parceiros, para criar um lugar conjuntivo para o negócio”, afirmou.

A Central Térmica de Temane, que utilizará o gás fornecido pela Sasol, deverá elevar para o dobro a capacidade de produção energética com gás moçambicano, atingindo 900 megawatts. Este reforço na produção de electricidade é um passo fundamental para garantir a estabilidade energética do país e impulsionar o crescimento industrial. 

Simon Baloy manifestou entusiasmo com a continuidade da presença da Sasol em Moçambique e com o impacto positivo que os seus investimentos trarão para o país. “Estamos animados para continuar contribuindo para o desenvolvimento da Sasol em Moçambique”, finalizou. 

 

O grupo Hollard Moçambique Seguros passa a deter 100 por cento das acções da Global Alliance Seguros, abrindo, assim, espaço para a sua expansão no mercado nacional. O anúncio foi feito, esta terça-feira, durante uma conferência de imprensa concedida pela direcção da empresa.

O grupo Hollard Moçambique está com uma cota de 21% no mercado nacional de seguros e este ano pretende alcançar mais. É que com a conclusão da aquisição a 100 por cento das acções da Global Alliance Seguros, a firma reforça a sua capacidade e tem, agora, a chance de estender a sua  actuação para 35 por cento.

“Não se trata apenas de uma fusão, esta aquisição é total. A partir de hoje, a Global Alliance será totalmente englobada na Hollard, um período de dezoito meses, uma vez que há aprovações regulamentares que precisam ser feitas. Esta mudança traz oportunidades para a expansão da nossa presença no mercado nacional, criação de novas soluções para os nossos clientes e tornar as nossas operações eficientes”, explicou Henri Mittermayer, CEO do grupo Hollard Moçambique.  

A nova visão do grupo, que rendeu no ano passado mais de 280 milhões de meticais, vai compreender quatro etapas, com destaque para a expansão do mercado, desenvolvimento de produtos e eficiência operacional.

“Chegados aqui, queremos assegurar mais opções de seguros personalizados intervenção em sinistros de forma rápida e eficiente, maior segurança financeira e gestão de riscos, melhor experiência digital para o entendimento mais fácil e conveniente, mas, acima de tudo, no centro desta aquisição, está o nosso compromisso”, conceituou.

A fusão das duas empresas significa reestruturação e a consequente extinção da Global Seguros, uma acção que só será concluída dentro de 18 meses, explicou Imran Esmael, Director de Recursos Humano da Holland. 

Fundada em 2001, a Hollard Moçambique opera, para além do seguro de saúde, em outras áreas, sendo que conta, neste momento, com  30 mil agricultores assegurados.

A Vodacom-Mpesa e a TotalEnergies assinaram um memorando de entendimento para viabilizar os pagamentos dos serviços da estação petrolífera pelos utentes. 

É um acordo feito esta terça-feira que visa dar acesso aos moçambicanos de mais soluções e serviços nas instituições da TotalEnergies. Os automobilistas passam, através deste memorando de entendimento, a pagar os serviços da TotalEnergies através do Mpesa, um serviço da Vodacom que permite movimentar valores de forma digital, segundo disse Sérgio Gomes – Director Geral da Vodafone M-Pesa.

“O que nós queremos começar por ajudar é na sistematização dos pagamentos e na digitalização dos pagamentos, para que todas as pessoas possam ter acesso, mesmo que não tenham o caixa disponível, sabem que têm sempre dinheiro no Mpesa e têm sempre essa disponibilidade”, disse Gomes.

Para o Director Geral da Vodafone M-Pesa, esta parceria visa, também, dar suporte aos seus agentes. “Os nossos agentes poderão ir aos postos da Total para obter liquidez ou para fazer trocas de liquidez directamente com a Total, e no futuro, inclusive os nossos clientes poderão lá fazer levantamentos ou depósitos em qualquer um desses postos de abastecimento”, destacou como um dos objectivos do acordo.

Mas não é só esse o propósito do acordo. A Vodacom pretende que os seus serviços impactem os seus clientes de diversas formas, permitindo ganhos para todos os envolvidos. “O nosso trabalho começa no cliente, qual é a necessidade do cliente, e em procurar resolver essa necessidade e trazer mais valor. É isso que nós carregamos também no nosso propósito”, disse Sérgio Gomes.

A inclusão financeira é outro ponto a se ter em conta no acordo assinado entre as duas instituições, segundo deu a conhecer Sérgio Gomes, até porque “nós vivemos inclusão financeira, e acreditamos todos os dias que ao fazer isso estamos a ajudar os moçambicanos a terem mais acesso a serviços financeiros, a terem mais acesso à conveniência nos seus pagamentos e segurança, na forma como transacionam, isto vai ter um impacto positivo na sua vida e lhes vai trazer muito valor”.

Com mais de 11 milhões de subscritores, mais de 6 milhões destes subscritores ativos todos os meses, a Vodacom quer que os clientes dos seus serviços sintam o impacto deste acordo. “Além disso, temos 120 mil agentes no mercado, os quais também vão ser positivamente impactados por estas actividades, e ainda temos todos os nossos serviços de pagamentos, mesmo com outras entidades que podem usufruir de integração com esta solução”, frisou o Director Geral da Vodafone M-Pesa.

A TotalEnegies, que conta com 86 estações de serviços, equipadas de lojas de conveniência e serviços de lavagem, lubrificação, restauração e outros, quer aproveitar esta parceria com a Vodacom para fidelizar os seus clientes.

Bárbara Loforte, Diretora Comercial da TotalEnergies Moçambique, assegura que o acordo é uma forma de facilitar a jornada do cliente dentro das lojas, mas também de providenciar um pouco mais de segurança. “Porque, como sabem, as estações de serviços são locais de muita circulação de dinheiro físico. Então, a possibilidade de fazer pagamentos digitalizados, seja através do Mpesa ou dos nossos cartões, é uma forma mais segura para os nossos clientes, para os clientes da empresa, de fazer as suas transações dentro das nossas estações”, assinalou Bárbara Loforte.

A Vodacom destaca abertura para parceria com qualquer entidade comercial que queira usar seus serviços de pagamentos com a empresa.

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