Pelo menos sete pessoas morreram atropeladas na noite de sexta-feira na zona da Texlon, e outras ainda em número não especificado, contraíram ferimentos, entre graves e ligeiros, no Município da Matola, durante uma manifestação, cujo objectivo era o de “tocar panelas”.
O Hospital Provincial da Matola confirma a entrada de cinco óbitos extra-hospitalares e sete feridos, sendo que três tiveram alta no mesmo dia e quatro, devido à gravidade, foram transferidos para o Hospital Central de Maputo.
Na manhã deste domingo, a família Langa, foi enterrar os restos mortais de Jorge Narciso Langa, de 20 anos. Entre choros, abraços e lamentações, todos diziam “ e se ele não tivesse saído”, e queriam compreender, como pode um jovem, num lapso, perder a vida?!.
Ainda assim, Jorge se foi e segundo o tio, Carlos Matsinhe, convidado por amigos que passaram da sua casa por volta das 20 horas convidando-o, para ir “tocar panelas” na estrada.
“Ele foi, quando chegaram na estrada, tiveram esse azar. Em casa, vimos o tempo passar, mas não imaginávamos que algo grave tivesse acontecido, foi quando o irmão de 13 anos, que estava com ele, voltou a correr e veio contar o que havia acontecido”, contou.
Matsinhe disse, ainda, que quando chegaram ao local, dos factos, viram que o jovem de 20 anos, perdeu a vida no local. Jorge, deixa um bebe menor, de apenas duas semanas de vida.
Ainda no mesmo bairro, na família Pelembe, também se chora, mas chora a morte de Filipe Pelembe, de 19 anos de idade, que morreu nas mesmas circunstâncias que a de Jorge.
Saiu de casa, por volta das 20 horas, na companhia de amigos, conforme relatou o tio, Estevão Pelembe.
“Só que, como ele trabalha em turnos, não nos apercebemos que ele não voltou para casa. De tarde, quando vimos os vídeos pelas redes sociais, percebemos que tratava-se dele. Mas procuramos por todas as morgues e só esta manhã (17.11) encontramos o corpo na morgue de Michafutene”, explicou o tio, Estevão Pelembe.
Mas do acidente não houve apenas mortos. Afonso Alberto, está internado no Hospital Central de Maputo, teve ferimentos na perna, braço esquerdo e na cabeça, mas não se recorda de nada do que aconteceu naquela noite.
Já Hélder Muiambo, de 22 anos, contou que que foi tudo de repente, o carro ia em alta velocidade, e só se apercebeu quando a viatura já estava à sua frente e sem reacção, foi atropelado e caiu ao lado.
Ele teve ferimentos na perna, nas costas e na cara. Alguns dentes caíram e a cabeça também foi afectada.
No local do acidente, os vestígios ainda estão intactos. Há marcas de sangue no asfalto, outras que indicam que alguns corpos foram arrastados, pela viatura cujas peças ensanguentadas mostram o quão violento foi o atropelamento. Algumas peças ainda com sangue derramado.
Segundo a polícia de trânsito na província de Maputo, do que foi apurado as vítimas encontravam-se no meio da estrada e o carro, que seguia no sentido Malhampsene- Ceres, estava em alta velocidade.
Porque o condutor “fugiu” e ainda não foi localizado, o caso está agora com o Serviço Nacional de Investigação Criminal, que trabalha para localizar o autor do acidente.
As famílias querem justiça