O antigo Procurador-geral da República, Joaquim Madeira, diz que as leis devem seguir a mesma velocidade que os crimes, para não ficarem ultrapassadas. Madeira defende ainda que haja mais capacitação da Polícia de investigação.
Numa altura em que os crimes transnacionais, como o de raptos, continuam a desafiar as autoridades judiciais, o antigo Procurador-geral da República, Joaquim Madeira, diz que, mais do que leis, é preciso capacitar a Polícia.
“A legislação é importante, mas os aplicadores das leis devem estar lá, sobretudo a investigação, pois o crime organizado é difícil de combater. Por isso, é preciso que unamos esforços e munirmos os investigadores de ferramentas próprias actualizadas, para que façam parte deste crime. Normalmente, o crime acontece bastante adiantado, por isso é preciso que a lei também corra”, defendeu Joaquim Madeira.
Sobre o envolvimento de magistrados em actos de corrupção, Madeira diz que é necessário desencorajar tais actos, mas chama atenção para que se entenda que “o magistrado é uma pessoa normal, por isso pode cair em tentação, mas o que as autoridades devem continuar a fazer é responsabilizar quem se desvia”.
Para Joaquim Madeira, apesar dos desafios que o país enfrenta, a criação do Gabinete de Combate à Corrupção é um sinal claro da intenção de reduzir o crime nas instituições públicas.