A artista plástica Dora Chipande inaugurou, sexta-feira, na Galeria do Porto de Maputo, uma individual de pintura que procura exaltar a arte maconde. Uma das telas da mostra Dinembo será leiloada a favor dos deslocados em Cabo Delgado.
A individual de pintura de Dora Chipande é intitulada Dinembo. Do maconde, o termo quer dizer tatuagens em português. Na exposição inaugurada sexta-feira, a artista procura recuperar uma das essências da cultura maconde, que, na sua percepção, tem-se perdido: as tatuagens.
“Esta é uma exposição sobre a cultura maconde. Eu escolhi as tatuagens como tema porque esse é o símbolo mais elevado da cultura maconde”, começou por dizer Dora Chipande, admitindo que, dessa forma, pretende contribuir para a promoção tradicional através das telas.
Na sua percepção, o recurso às tatuagens maconde têm-se perdido por vários factores e circunstâncias sociais. Por isso mesmo, a artista plástica decidiu transmitir nas suas obras de pintura a prática cultural maconde, tendo como pano de fundo as vivências daquela etnia do Norte de Cabo Delgado.
Na sua individual de pintura, Dora Chipande expõe emoções, sentimentos, hábitos, costumes e imaginários. O efeito estético sempre constituiu uma preocupação, mas não foi a única coisa que a interessou. Além de se dedicar ao belo ou ao que isso pode significar, a artista propôs-se leiloar uma das suas telas e o valor será revertido a favor de causas sociais: uma no Norte e outra no Sul do país. “O que será arrecadado neste leilão vai servir para apoiarmos aos deslocados dos conflitos em Cabo Delgado e também para uma escola que estamos a ajudar a ampliar a administração e a construção de uma biblioteca em Boane”, [Província de Maputo].
Presente na cerimónia da inauguração, Hortência Chipande, mãe de Dora Chipande, confessou: “Estou contente e orgulhosa pela obra que a Dora está a fazer, porque é uma obra que a vai permitir ajudar aos necessitados”.
Dinembo, de Dora Chipane, está patente na Galeria do Porto de Maputo.