Duas mulheres foram assassinadas no intervalo de uma semana, no Município da Matola. Os autores do crime ainda não foram identificados. No entanto, a Polícia diz estar a trabalhar para esclarecer os casos.
Crime violento está a tomar conta do bairro Siduava, na Matola. Uma jovem de 31 anos de idade foi assassinada no fim de Outubro passado. Quando voltava do trabalho, no meio da noite, cruzou-se com supostos malfeitores, que a impediram de seguir à casa. O sorriso e os sonhos da jovem apagaram-se. Deixou dois filhos: o mais velho, de seis anos de idade, e a mais nova, de apenas quatro meses de vida. O marido está inconsolável.
“Eu colaborei com os malfeitores, fiz tudo para trazer a minha esposa para casa. Hoje não consigo encarar esta realidade. Tínhamos planos, tínhamos sonhos conjuntos, tínhamos objectivos, e tudo isso foi arrancado bruscamente. Não sei como encarar a vida, a minha está desorganizada.”
Os supostos malfeitores ainda ligaram ao marido a exigir 10 mil Meticais, de modo a restituírem a esposa à liberdade. O marido enviou, por via de carteira de moeda electrónica, 4500 Meticais, e o remanescente entregaria fisicamente, conforme o combinado.
Na noite de domingo, 29 de Outubro, a vítima estava nas mãos de supostos malfeitores. O corpo só foi descoberto na quinta-feira, isto é, no dia 2 de Novembro, atirado a um terreno baldio junto a um muro. O marido diz que espera pelos resultados da perícia policial.
“Desde aquele dia, estiveram cá elementos do SERNIC e da PRM, do posto policial de Siduava assim como da esquadra de Tsalala, que recolheram dados e prometeram esclarecer o caso, mas até agora ainda não tive nenhum contacto.”
O apoio familiar tem sido imprescindível para Gabriel Adriano, que ficou sem a sua esposa, com quem vivia há mais de 10 anos. Muitos familiares, amigos e vizinhos têm amparado a família.
A Polícia diz ter tomado conhecimento dos dois casos de assassinato, mas ainda não tem pistas dos autores.
“Estamos a trabalhar para esclarecer o caso, tomamos conhecimento da ocorrência e estamos no terreno para identificar os malfeitores e leva-los à barra da justiça”, avançou Carmínia Leite, porta-voz da PRM na Província de Maputo.
A falta de transporte, ruas sem iluminação pública, e a falta de patrulhamento da Polícia são apontados como elementos catalisadores do crime violento no bairro Siduava.