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Doentes com lepra em Cabo Delgado sem assitência médica devdio ao terrorismo

Desde que iniciaram os ataques terroristas em Cabo Delgado no ano 2017, alguns doentes com lepra, que vivem na zona Norte da província, deixaram de ter acesso ao tratamento médico e à assistência psicossocial.
A situação é considerada crítica e preocupante, especialmente para a Associação de Pessoas  Atingidas pela Lepra, ALEMO, uma organização que está com dificuldades de fazer o devido acompanhamento  dos doentes que saíram dos seus locais de habitação devido à insegurança.

“ALEMO viu os seus grupos destruídos naquela zona com deslocados para locais incertos, reduzindo, assim, o número de inscritos.  Lamentamos que os efeitos desta guerra fez parar total ou parcialmente as visitas aos grupos da zona Norte e parte do Centro e Sul da provincia”, alertou Regina Jacinto, representante da ALEMO em Cabo Delgado.

Alguns doentes com lepra em Cabo Delgado deixaram de ter assistência médica e acompanhamento psicossocial devido aos ataques terroristas, que forçaram o encerramento de unidades sanitárias e a deslocação de milhares de pessoas nos últimos sete anos.

A preocupação da ALEMO foi apresentada no distrito de Namuno, durante as comemorações do Dia Mundial de Luta contra Doenças Tropicais Negligenciadas.

“A lepra continua a preocupar a nossa província, pela ocorrência de bolsas desta doença um pouco por toda a província, com mais destaque para os distritos de  Namuno, Chiúre, Nangade, Montepuez, Meluco, Mecufi e Pemba, tendo sido diagnosticados, em toda a província, setecentos e quarenta e cinco casos novos em 2023, contra  quinhentos sessenta oito em 2022”, confirmou Magido Sabuna, Director Provincial de Saúde em Cabo Delgado.

Segundo estatísticas da saúde, desde que iniciaram os ataques terroristas em 2017, Cabo Delgado registou três mil cento e oitenta e sete casos de lepra, dos quais 132 nas zonas afectadas pelo terrorismo, sendo quatro na ilha do Ibo, quatro em Macomia, 19 em Meluco, 10 em Mocímboa da Praia, 16 em Mueda, 59 em Palma, oito em Metuge e Quissanga com sete casos.

Muidumbe é o único distrito alvo de ataques terroristas, que não registou casos de lepra nos últimos sete anos.

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