O documentário sobre a autora de O sétimo juramento foi lançado este sábado, numa sessão online dirigida a partir do Brasil. Intitulado Paulina Chiziane: do mar que nos separa à ponte que nos liga, de acordo com o realizador brasileiro, Renan Ramos Rocha, o filme é uma homenagem a uma escritora que é tão importante para a língua portuguesa.
Em 2019 Paulina Chiziane viajou ao Brasil. Aproveitando a passagem da escritora por aquelas terras, Eliane Debus, Maria Aparecida Rita Moreira, e Renan Ramos Rocha juntaram-se e produziram um documentário com 28 minutos de duração.
Ao fim de dois anos, a equipa de produção decidiu lançar o filme no Dia Mundial do Teatro, numa sessão online com a escritora Paulina Chiziane e com a participação de Dionísio Bahule, que também colaborou durante a gravação.
Na véspera da estreia do documentário, Maria Aparecida Rita Moreira explicou que as literaturas africanas de língua portuguesa têm conquistado mais espaços nas universidades e nas escolas de educação básica brasileiras. Com tal afirmação, a brasileira quis esclarecer que o documentário produzido sobre a obra de Paulina Chiziane se justifica: “O documentário celebra esse encontro entre Brasil e Moçambique e traz-nos a pergunta: o que nos aproxima?”.
Sem qualquer resposta, Eliane Debus contou que este Paulina Chiziane: do mar que nos separa à ponte que nos liga conseguiu trazer um pouco do que foi a presença da escritora moçambicana na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2019. Ora, o título do documentário produzido pela Iashar Filmes revela, para o realizador Renan Ramos Rocha, que “nós [os brasileiros] precisamos estabelecer mais conexões com Moçambique. Espero que vocês [os moçambicanos] gostem deste trabalho, desta homenagem a uma escritora que é tão importante para a língua portuguesa”.
Na sessão de lançamento do documentário, realizada na tarde deste sábado, via YouTube, Eliane Debus explicou que a ponte de que o título se refere é da língua portuguesa e das culturas moçambicana e brasileira. Na sessão, igualmente, também participou Jorge Dias, Director do Centro Cultural Brasil-Moçambique, que espera que o documentário enriqueça a obra de uma escritora que tem sido uma ponte viva na ligação entre os dois países.
Na mesma sessão deste sábado, Paulina Chiziane afirmou que o documentário é a celebração da humanidade. “Eu sinto que esta minha relação com o Brasil fez de mim uma pessoa nova e faz dos nossos povos cada dia mais irmãos. Temos de lutar juntos, caminhar e fazer alguma coisa muito mais humana e melhor para o nosso futuro. Quando fui ao Brasil, levei comigo um jovem, Dionísio Bahule, que é extremamente inteligente. Espero que possa continuar com a luta quando eu não poder caminhar”.
O documentário Paulina Chiziane: do mar que nos separa à ponte que nos liga estará disponível para visualização segunda-feira, na página YouTube da Iashar Filmes.