Homem de 70 anos de idade é acusado de vender o terreno do seu falecido irmão e de deixar os oito sobrinhos, filhos do finado, ao relento, em Chibuto, na província de Gaza. Familiares suspeitam do envolvimento de líderes locais no esquema. O Acusado diz ser proprietário do espaço e confirma venda por dois milhões de meticais. O caso segue no tribunal.
Uma dupla perda. São oito irmãos, que depois da morte do pai há 3 meses, ficaram sem a casa, depois que o imóvel foi vendido de forma secreta pelo tio, que vive actualmente na cidade de Maputo.
Contatado pelo “O País”, o acusado disse ser o legítimo proprietário do espaço e confirmou a venda do terreno no valor de mais de dois milhões de meticais a Silvestre Macuácua, suposto proprietário do imóvel. Os queixosos, entretanto, dizem que ao se aperceber da frágil condição de saúde do malogrado, por sinal seu irmão mais novo, o tio teria iniciado o negócio nos finais do ano passado, processo antecedido pela falsificação da titularidade do espaço com suposta ajuda de algumas das autoridades do bairro 3 de Chibuto.
Confrontadas, as autoridades do bairro negam e dizem ser acusações infundadas. “A compra e venda do imóvel ocorreu na minha ausência. Vi os documentos no dia de chegada de Maputo, mas por falta de assinaturas não avançámos. Entretanto, o caso chegou ao tribunal”, declarou Mário Dove, secretário do bairro 3, em Chibuto.
Revoltados com a decisão das autoridades de justiça em Chibuto, moradores do bairro 3 decidiram invadir a casa do líder local.
Estão envolvidas neste assunto autoridades do município e tribunal. Até fecho desta reportagem “O País” não teve acesso a decisão do tribunal da cidade de Chibuto, mas sabe se que o novo dono do espaço tem recorrido a ameaças tem pressionado para a retirada desta família, que no entanto garante manter se no local.

