Um grupo de trabalhadores filiados à Confederação dos Sindicatos da África do Sul, COSATU, obrigou, ontem, o Presidente Cyril Ramaphosa a abandonar o comício alusivo ao Dia Internacional dos Trabalhadores, alegadamente porque o seu Governo e o ANC pouco fazem para resolver os problemas da massa laboral.
Trabalhadores associados à Confederação dos Sindicatos da África do Sul andam descontentes com o executivo do seu país e o partido no poder, há bastante tempo. O motivo é o aparente desinteresse com os problemas da massa laboral.
Os trabalhadores, alguns dos quais das operações de ouro da Sibanye Stillwater, disseram a Cyril Ramaphosa que não viam nenhuma preocupação com vista a ultrapassar os problemas que deram origem à greve que já dura há meses, devido às precárias condições laborais e baixos salários.
O ambiente ficou tenso e Ramaphosa teve que abandonar o local do comício alusivo ao Dia Internacional dos Trabalhadores. Enquanto o grupo, aparentemente furioso, invadia o palco no Estádio Real Bafokeng, gritando: ele deve ir, em alusão o presidente da República, a Polícia quase que fazia nada.
À medida que o programa continuava, e com Ramaphosa de volta ao presídio, os trabalhadores deixavam as arquibancadas e movimentaram-se em direcção ao palco. O cordão policial não foi suficiente para detê-los, apesar de algumas brigas.
Quando o grupo se aproximou do palco, o presidente se dirigiu a ele e ouviu gritos: Ele deve ir. Ramaphosa riu e disse que os tinha ouvido.
Os trabalhadores grevistas nas operações de ouro de Sibanye Stillwater exigem um aumento de mil rands por ano, contra os actuais 800.
Ramaphosa, que deixou o local escoltado, disse que ouviu a reclamação dos manifestantes e o seu governo vai lidar com o assunto.