O País – A verdade como notícia

Dhlakama jaz em Mangunde

Foram hoje a enterrar os restos mortais do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que morreu, vítima de doença, no passado dia 3 de Maio na Serra da Gorongosa, na província de Sofala. Contrariamente ao que havia sido anunciado, Dhlakama foi sepultado cerca das 11 horas, porque a tradição local orienta que as cerimónias fúnebres só podem ter lugar no período da manha.

Milhares de pessoas oriundas de diversos pontos do país e do mundo juntaram-se em torno da família Dhlakama, para prestarem a ultima homenagem ao homem que dedicou grande parte da sua vida na luta pelo bem-estar da nação moçambicana.

Os restos mortais de Dhlakama chegaram em Mangunde cerca das 20 horas, ido da cidade da Beira onde decorreram as cerimónias fúnebres oficiais que contaram com a presença do Presidente da Republica, Filipe Nyusi.

Durante o percurso Beira Magunde o cortejo fúnebre foi acenado por centenas de membros de simpatizantes da Renamo que acorreram em massa ao longo da estradas nacionais número seis (da Beira a Inchope), e Estrada Nacional número 1 (Inchope-Mangunde).

Durante a noite de quarta para quinta-feira, os restos mortais de Dhlakama foram velados pelos familiares mais próximos numa residência previamente preparada para tal e por volta das nove horas de ontem, os restos mortais foram conduzidos pela guarda de honra da residência em alusão para o pátio da casa onde familiares, membros da Renamo, membros do governo de Sofala, representando pela governadora, o presidente do município da Beira e amigos oriundos de varias partes do pais, da Africa e da Europa, aguardavam ansioso pelo início das cerimónias do último adeus.

Cerimónias religiosas e várias mensagens antecederam o ritual do funeral. De entre as mensagens lidas destaque vai para a da família André Matsangaíssa, primeiro presidente da Renamo.

“Irmão Dhlakama…o teu desaparecimento físico constitui em nos uma perda imensurável. Esperamos que a nova liderança da Renamo que será eleita, continue com os ideais dos dois líderes, nomeadamente Matsangaíssa e Dhlakama, com vista a levar avante o projecto de democratização efectiva do país”.

Depois da leitura das mensagens os restos mortais do presidente da Renamo foram transportados para o cemitério familiar localizado há menos de um quilómetro da residência do Régulo Mangunde, um acto que esteve a cargo dos guarda de honra.

No cemitério uma salva de tiros antecedeu a deposição de corpos um acto que comoveu as inúmeras pessoas que acompanhavam a cerimónia e muitas delas choraram. A bandeira que cobria a urna que continha os restos mortais de Dhlakama foi entregue depois a família Dhlakama.

Rahil Kane, quadro sénior da Renamo que durante décadas trabalhou lado a lado com Dhlakama, afirmou que o presidente do seu partido deixou o mesmo preparado para poder continuar com a luta pela democracia e liberdade, iniciada em 1977 pelo presidente André Matsangaíssa. Dhlakama contribuiu bastante para a construção de um estado de direito no país e formou quadros com capacidades suficientes para continuar com dignidade os seus ideais que e zelar e lutar pelo bem do povo moçambicano. Para mim a morte do presidente Dhlakama ira contribuir certamente para unir a família Renamo e juntos vamos com toda a honra dar seguimento ao diálogo iniciado na busca de uma paz efectiva e levar este país a alcançar uma verdadeira democracia.

Para Manuel Pereira, primeiro delegado provincial da Renamo, que dirigiu Sofala entre 1993 ate 2006, a morte de Afonso Dhlakama deixou ficar bem claro quais eram os seus ideias e deixou-nos com muitas forcas para podermos dar continuidade o que ele e a Renamo sempre defenderam, nomeadamente o estado de direito e deixou-nos com mais forca para assegurarmos a paz. O desaparecimento físico do presidente da Renamo vai unir, por outro lado os moçambicanos e contribuir para a construção de um país verdadeiramente democrático. Queremos assegurar como partido, que os ideais de Dhlakama serão seguidos pelos todos membros da perdiz

Por seu turno, Francisco Rocha, que foi durante os finais da década 90 secretário particular de Afonso Dhlakama, considera o líder da Renamo um pai para todos os moçambicanos. Um pai que soube ensinar sem reservas as perseveranças e era extremamente exigente no trabalho. A sua morte, deve, na opinião servir de catalisador para unir os moçambicanos e sobretudo contribuir para no seio de todos nos haja coragem para tomarmos atitudes que contribuam para o bem-estar de todos sem pensar em benefícios pessoais. Com Dhlakama aprendemos que as vitorias não se constituem atacando física ou verbalmente o adversário, mas dialogando de forma frontal com os adversários.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos