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Dezenas de congoleses mortos em acção de repressão ligada a diamantes em Angola

Mais de uma dezena de congoleses terão sido massacrados nas últimas duas semanas, no nordeste de Angola, na sequência da "Operação Transparência", uma medida governamental de combate à imigração ilegal ligada ao tráfico de diamantes.

A informação foi avançada esta segunda-feira, pela Euronews, no seu website.

Segundo a Euronews, a “Operação Transparência” foi lançada no início do mês em curso, em sete das 18 províncias angolanas. “Algumas milícias locais, por exemplo de Lunda-norte, terão aproveitado para atacar famílias de congoleses para os forçarem ao repatriamento e assim puderem roubar as casas abandonadas”, lesse no website.

Do lado congolês, ao pé da fronteira, a Agência Reuters citada pela Euronews falou com alguns dos repatriados entre os dias 04 e 12 de Outubro onde ouviu relatos de violência, pilhagens e repatriamentos compulsivos.

Um dos garimpeiros vítima do massacre, identificado por Freddy, congolês de 36 anos, que residia na cidade de Lucapa, deixou tudo o que tinha em Angola. "Venho de mãos vazias porque havia muita violência em Lucapa. Soldados e residentes perseguiram-nos e queimaram-nos as casas. A polícia angolana tirou-nos tudo o que tínhamos", acusou.

Angola é o quinto maior produtor de diamantes do mundo e quer acabar com a exploração clandestina dessas pedras e reorganizar o sector para atrair mais investimento estrangeiro, de maneiras que o país lucre devidamente com a exploração.

De acordo com autoridades locais, já terá conseguido o repatriamento "voluntário" de 200 mil congoleses.

 

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