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Dez quarteirões estão inabitáveis em magoanine “A” devido a inundações

Dez dos quinze quarteirões do bairro Magoanine “A” , na Cidade de Maputo, desapareceram em menos de dois anos devido às inundações. Há mais de 300 famílias que vivem nos centros de acomodação. Os moradores exigem solução para o problema. 

Já não é novidade que o bairro de Magoanine “A” é um dos mais críticos quando se fala de inundações na Cidade de Maputo.  São centenas de famílias que, depois de perderem os seus bens, devem também abandonar as suas casas para não viver na água. 

“Eu tenho um sonho, tu tens um sonho, nós temos um sonho de voltar a viver nas nossas casas”, disse Fernanda dos Santos, uma das moradoras do bairro de Magoanine “A”, que se lamentava pelo facto de viver numa casa arrendada há cerca de um ano, por conta da  água da chuva que inundou a sua casa.

Um bairro em risco de desaparecimento quando já se contabilizam pelo menos 10 quarteirões que foram literalmente abandonados devido a inundações permanentes, de um total de 15 afectados, tal como referiu Chimene Matusse, um dos moradores do bairro.

“De 2021 a esta parte, são promessas e promessas e, quanto mais o tempo passa, a zona fica cada vez mais pequena. Só ficamos com uma parte e se voltar a chover, todo este bairro vai desaparecer porque será engolido”.

Os moradores dos 5 quarteirões continuam a clamar por soluções para viabilizar a passagem das águas, antes que o pior aconteça. “Nós não queremos mais promessas, estamos cansados de promessas, até porque  se não se resolver este problema, vai crescer”, clamou um dos moradores de Magoanine “A”. 

É o problema das inundações que levou o edil Rasaque Manhique a interagir com os moradores de Magoanine “A”, esta quarta-feira, não para apresentar soluções, mas apenas para ouvir de perto. 

“Estamos à procura de soluções, a partir de agora vamos trabalhar. Deve-se encontrar um caminho para a água passar”. 

Enquanto não se encontra o “caminho das águas”, Rasaque Manhique fala de reassentamento para as famílias em situação crítica. 

Entretanto, não avança datas nem informações sobre os locais  identificados.

“A nossa população tem carências, não é fácil informá-la que passam a viver num terreno. Isto não resolve o problema, por isso é que às vezes levamos tempo, porque as casas precisam ser erguidas”. 

São mais de 2 mil famílias que ainda vivem em zonas de risco, só no bairro de Magoanine “A”, de um universo de mais de 20 mil na Cidade de Maputo. 

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