Dois dos cinco indivíduos que agrediram um agente da PRM e apoderaram-se da sua arma, do tipo AKM, no passado dia 1 deste mês, e roubaram cerca de três milhões de Meticais numa fábrica de chinelos na Beira, de um investidor chinês, foram detidos pela corporação. Os dois confessaram o crime, mas um deles negou a sua participação na agressão e roubo da arma.
Dois dos seis integrantes do grupo pertencem a uma agência de segurança privada, aliás eles estavam em serviço no dia do assalto. Os dois suspeitos foram detidos no passado fim-de-semana. Um deles confessou o crime e contou que o assalto começou a ser orquestrado cerca de 10 dias antes quando o mesmo entrou em contacto com o seu primo, o outro detido, e com quem vivia, para encontrar os assaltantes, através de um amigo que se encontrava supostamente numa cadeia em Maputo.
“Ele comprou crédito e liguei para um amigo que está numa cadeia em Maputo. Expliquei a razão da minha ligação. Não tenho detalhes da conversa”, confessou o primo do segurança privado.
No dia seguinte, os dois seguranças foram contactados telefonicamente por três indivíduos que são os outros integrantes do grupo e marcaram o primeiro encontro que basicamente serviu para dar detalhes da entrada do dinheiro na fábrica. Os detidos voltaram a encontrar-se cinco dias depois na residência dos dois, na presença do outro agente de segurança privada.
“Os três informaram-nos que ainda estavam a organizar-se para a execução do plano”, explicou o segurança detido.
O encontro seguinte, no dia 28 de Abril, serviu para programar a data e hora do assalto e, às 17 horas do dia 1 de Maio, foi executado e todos assaltantes trajavam a farda da segurança privada.
“Abrimos os portões para os nossos três amigos e entraram na fábrica antes de o gerente regressar de um passeio. Ficaram escondidos e, logo que o cidadão chinês chegou, demos indicações ao mesmo para entrarem em acção”, disse.
Durante o assalto, o agente da PRM referenciado chegou à fábrica para se juntar aos seguranças na protecção da infra-estrutura. “Um dos nossos amigos aproximou-se deste e derrubou-o. Arrancou-lhe a arma e, de seguida, pediu-me para o ajudar a levar o agente da polícia para o interior.”
Agrediram o agente da PRM e o abandonaram estatelado. Fugiram para uma viatura que aguardava por eles na parte exterior da fábrica.
“Dentro do carro, e já em movimento, disseram-nos que não conseguiram roubar nenhum dinheiro e entregaram-me 100 Meticais em moeda para servir de passagem e alegaram que, no dia seguinte, enviaram outros dois mil Meticais que serviriam de passagem para eu regressar à minha terra natal, província de Zambézia, e ficar lá escondido. No dia seguinte, eles estavam incontactáveis e enquanto eu aguardava pelos dois mil Meticais e o meu primo fomos detidos pela Polícia”, disse.
A PRM está a tentar localizar os outros integrantes do grupo que estão em parte incerta.