Estão detidos nas celas da 18ª esquadra da PRM, na Cidade de Maputo, dois indivíduos, acusados de tentar sequestrar um moçambicano de 34 anos de idade, no fim-de-semana, no bairro de Aeroporto. A polícia acredita que se trata do mesmo grupo que tem criado pânico em KaTembe, tendo recentemente matado um jovem, cuja família não conseguiu pagar 50 mil Meticais para o resgate.
A insegurança e o risco de ser raptado parece existir em todo o lado, na Cidade de Maputo. Na manhã de sábado, um indivíduo de 34 anos de idade terá apanhado uma boleia no bairro do Aeroporto, com o destino ao bairro 25 de Junho. Ao longo da viagem, soube que afinal se tratava de um crime. O grupo não é confesso.
“Ao curvar na zona da paragem 007, encontrámos um indivíduo parado próximo à linha feira e pediu-nos boleia. Disse que ia até ao bairro 25 de Junho socorrer a esposa, teve problemas da sua viatura na via pública. Ao passar Vulcano, próximo à sucataria, apertam pescoço ao jovem por um dos amigos que estava no banco traseiro. Procurei saber o que estava a acontecer, sem sucesso. Foi quando dei conta da presença da polícia nas proximidades, imobilizei a viatura e foi daí que o outro jovem (que apertou o pescoço) se colocou em fuga”, explicou um dos indiciados.
Igual ao seu companheiro do par de algemas, outro suposto sequestrador também “sacudiu o capote” e declarou-se inocente.
“Eu nunca sequestrei ninguém, em toda a minha vida. Estou aqui (detido) por ter este amigo, mais conhecido por Coronel. Nunca me meti nesta vida”, defendeu-se o indiciado.
A porta-voz da PRM na Cidade de Maputo, Marta Pereira, diz que a vítima foi salva graças à pronta intervenção de agentes na via pública.
“Pediram para ele tirar todos os seus pertences e, quando a vítima se apercebeu desta situação, tentou lutar com os cidadãos, mas, porque eram três, conseguiram o mobilizar e informaram-no que pretendiam entregar um dos telemóveis para que pudesse ligar à sua família a comunicar que precisavam de um valor para o resgate e, quando a vítima se apercebeu da presença policial nas proximidades da direcção que tomavam, teria conseguido abrir a porta e pedir socorro, tendo os agentes da polícia entrado em perseguição com a viatura até à sua imobilização”, apontou a porta-voz da PRM na Cidade de Maputo.
Marta Pereira acredita que este grupo pode estar ligado aos crimes que têm estado a ocorrer em KaTembe.
“Pode-se tratar desses cidadãos que têm protagonizado essas ações ao nível da Cidade de Maputo, porque outrora nós tivemos informações que acabaram culminando em um homicídio em KaTembe. Do jeito que ocorreram estas incursões, é o mesmo modus operandi que os mesmos protagonizaram”, disse Pereira.
A PRM fez saber, ainda, que está reforçada a segurança no bairro Polana Caniço B, próximo ao campo de golfe, onde foram assassinadas duas pessoas nas últimas duas semanas.
“Reconhecemos a questão da criminalidade que culminou com dois homicídios, e não seis, conforme referenciaram os munícipes do bairro da Polana Caniço “B”, porque quando se trata de situação de corpos em locais de crime, o SERNIC tem feito o seu trabalho de remoção destes corpos e há também um registo que se faz em termos de óbitos. São situações que a polícia reconhece, são fragilidades que ocorreram e que, por meio disto, a polícia acabou por fazer um trabalho de reforço de policiamento naquele bairro, e, neste momento, verifica-se uma tranquilidade naquele ponto da cidade da capital do país”, tranquilizou a porta-voz.
Na ocasião, foi igualmente apresentado um falso procurador que burlou 40 mil Meticais a uma família, com promessas de facilitar a soltura de uma pessoa que estava na cadeia.