Cerca de cinquenta pessoas estão detidas em diferentes esquadras da cidade de Maputo por incumprimento das medidas de prevenção do novo Coronavírus. Os detidos não usavam máscaras e outros foram flagrados a consumir bebidas alcoólicas. A operação desta terça-feira durou cerca de duas horas e meia.
A Polícia da República de Moçambique e a Municipal saíram, uma vez mais, às ruas, por volta das 15h, desta terça-feira para fiscalizar a observância das medidas de prevenção da COVID-19 e deter os prevaricadores.
No mercado Estrela, o movimento faz soar o alerta. Por lá, as pessoas estão preocupadas com tudo, menos em usar máscaras e prevenir-se da COVID-19.
Nas barracas do mercado Estrela Vermelha não se espera pelo fim-de-semana para comercializar e consumir bebidas alcoólicas enquanto o jogo de bilhar entretém os consumidores.
A Polícia deteve os que não usavam máscaras, consumidores e vendedores de bebidas alcoólicas para além de apreender a mercadoria. A proprietária de uma barraca, que também vende comida, entende haver um mal-entendido.
“Eu vendo comida. Alguém almoça e depois pede bebida. Hoje (referindo-se a ontem), a Polícia não encontrou pessoas a beberem. Estavam a tomar apenas o refresco, mas também não é assim que foi dito e muito menos o Presidente da República disse que tinha que se recolherem as bebidas”, contestou Almeira Manjate, vendedeira numa das barracas do mercado Estrela Vermelha, na cidade de Maputo.
Má interpretação, ainda, é a recolha de produtos pelos agentes da polícia sem que se faça um inventário e a senhora chama isso de oportunismo. “Estão a carregar os produtos e sem ser registados. Para onde é que vão os meus produtos?”, questionou retoricamente Almeira Manjate.
De seguida, as autoridades foram a Malhangalene para ver se o pulmão respirava álcool, mas tudo foi encontrado são pessoas que colocavam em risco a sua própria saúde não usando máscaras.
“Eu já tinha terminado de beber água e eu não usei a peça (máscara) de imediato. Este foi o meu erro”, reconheceu Elísio, flagrado nas imediações da Malhangalene, na cidade de Maputo.
Na Feira de Maputo, os brinquedos estão paralisados, mas há quem escolheu o mesmo local para brincar de consumir bebidas alcoólicas com os amigos e foi surpreendido pelas autoridades. Há quem foi detido por não usar máscara.
“Estava com duas pessoas a almoçar no restaurante, eu ausento-me da mesa e fui à casa de banho do meu estabelecimento e deixei a máscara por cima da mesa. Quando voltei, detiveram-me. A minha pergunta é como é que as pessoas vão comer com máscaras? Nós sabemos que há restrições, mas temos que saber como é que estamos a aplicar”, repudiou Luís Carlos, proprietário de um restaurante detido pela Polícia por não usar máscara.
Nas barracas do Museu, uns distraídos pelo negócio deixaram uma brecha para COVID-19 ao não usar a máscara, outros que saíam do serviço, ainda engravatados, queriam respirar um ar diferente sem protecção, o que não sabiam é que o dia seria diferente.
Foram ainda abrangidos pela operação, a Praça dos Touros e 16 de Junho, na Baixa da cidade de Maputo. Cerca de 50 pessoas foram detidas. “Conseguimos flagrar, no terreno, pessoas sem máscaras e outras a consumir ou a vender bebidas alcoólicas. Nós voltamos a apelar para o uso voluntário da máscara e todos os meios preventivos ou conducentes a prevenir a COVID-19”, exortou Leonel Muchina, porta-voz da PRM na cidade de Maputo.
A detenção destes indivíduos, que estão em diferentes unidades policiais, não será apenas para sensibilização, mas para sua responsabilização por crime de desobediência.
“A permanência desses indivíduos nessa subunidade será legitimada pelos devidos autos que seguirão as outras instituições para conhecerem a sua responsabilização. É uma situação de desobediência e deve ser punida como tal”, revelou o porta-voz da PRM, na cidade de Maputo.
A Polícia diz que a operação será contínua como forma de garantir um cumprimento rigoroso das medidas de prevenção da COVID-19, num local com o maior número de casos, a cidade de Maputo.