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“Déjà vu” Beira:  BAL é a “cena”

Foto: BAL

Na luta pelo acesso à elite 12 da Basketball Africa League, liga profissional anunciada pelo criativo comissário da NBA, Adam Silver, e com suporte do antigo Presidente dos EUA, Barack Obama, o Ferroviário da Beira vai travar argumentos este mês no grupo “H” com o City Oilers (Uganda), Kurasini Heat (Tanzânia), Cape Town Rangers (África do Sul), New Star (Burundi) e dois adversários a serem conhecidos nos próximos dias.

BAL é “mola”! É o ponto alto, hoje por hoje, das provas africanas de clubes.  Dezasseis equipas! Dois grupos de oito cada! Sete jogos emocionantes em perspectiva em cada grupo! Seis vagas disponíveis para Elite 12, fase final da Basketball Africa League 2022. Estão, desde já, lançados os dados para a corrida a concorrida quanto atractiva Liga Africana de Basquetebol, prova organizada conjuntamente pela FIBA e NBA.

Marcar presença na gigantesca Arena de Kigali, em 2022, na maior montra do basquetebol e ter um encaixe financeiro de USD 70, 000, 00 seria ouro sobre azul. A marcha faz-se, certo, marchando. E, na luta para colocar, mais uma vez, um representante moçambicano (depois do Ferroviário de Maputo ter caído nos quartos-de-final da edição de estreia) será diante de alguns adversários conhecidos, porquanto travaram argumentos no Soweto, nas eliminatórias da zona VI, e outros que cruzaram caminho do Ferroviário de Maputo ano passado.

Vamos lá aos nomes e dados: Cape Town Rangers, campeão sul-africano, bateu-se a 23 de Outubro deste ano com o Ferroviário da Beira na fase de apuramento da zona VI de acesso à BAL, no Inzibio Hall, no Soweto, Joanesburgo. Em jogo equilibradíssimo, os sul-africanos venceram por um ponto: 86-85. O conjunto de Luiz Hernandez liderou no primeiro e terceiro quartos com parciais de 20-11 e 25 -24, respectivamente. Foram mais fortes os sul-africanos no segundo (29-25) e quarto quartos (22-15).

Com  22 pontos e 7 ressaltos em 35:18 minutos na quadra, Jermel Michele Kennedy foi o melhor cestinha dos “Kamikazes”.  William Kiah Perry, o base norte-americano, secundou-o com 18 pontos, cinco ressaltos e igual número de assistências em 35:21 minutos na quadra.

O City Oilers, do Uganda, não cruzou o caminho do Ferroviário da Beira, certo. Mas foi vítima do seu homónimo de Maputo, em 2019, nas eliminatórias de acesso à edição de estreia da BAL. O Ferroviário de Maputo venceu o City Oilers, por 92-87, em jogo da segunda jornada do grupo E.

Os “locomotivas” da capital condicionaram o seu adversário, controlando o primeiro quarto do jogo com parcial de 23-15 (chegaram mesmo a fazer um parcial de 12-0). Melhor resposta dos ugandeses no segundo quarto, no qual contabilizaram 22 pontos contra 23 do Ferroviário de Maputo (46-37 ao intervalo, vantagem para o CFM).

Na Majestosa Arena de Kigali, após a buzina soar, indicava 67-61 (vantagem para o Ferroviário de Maputo) no final do terceiro quarto.

Ermelindo “Mindo” Novela, agora no rival Ferroviário da Beira, foi o “cara” no derradeiro. Sim senhor: com 23 segundos por se jogar, e com o marcador a indicar 87-89, vantagem para o Ferroviário de Maputo, Ermelindo “Mindo” Novela, defensor por excelência, conseguiu um roubo faz um roubo de bola e converte dois pontos, colocando os campeões nacionais a vencerem por 91-87.

Este ano, integrado no grupo E, o City Oilers terminou na primeiríssima posição com duas vitórias nos duelos diante do Brave Hearts do Malawi (73-43) e Kurasini Heats, da Tanzânia, por 70-49, permanecendo invicto.

No derradeiro jogo, diante dos tanzanianos, Jimmy Enabu liderou o conjunto do Uganda com 13 pontos, três ressaltos e igual número de assistências.

O conjunto orientado por Mandy Juruni controlou o primeiro quarto com um parcial de 11-9 e, ao cabo do segundo, vencia já por 33-26. A experiência e crescimento do City Oilers nos últimos anos foi determinante no terceiro quarto, com a formação ugandesa a disparar para diferença de dois dígitos.

O destaque, no City Oilers, vai sem sombra de dúvidas para Nnamdi Okonkwo, poste nigeriano de 27 anos contratado para fazer a diferença.

O poste, de 2, 13 metros, capturou 13 ressaltos, marcou oito pontos e fez sete bloqueios, enquanto o companheiro de equipa James Okello contribuiu com nove pontos e sete “rebounds”.

Já Tonny Drileba e John Balwigaire adicionaram oito pontos cada, enquanto Titus Odeke marcou sete pontos.

O Kurasini Heats, esse, assegurou a segunda vaga de acesso à elite 16 da Baskeball Africa League ao ocupar o segundo lugar neste grupo com uma vitória (54-27) diante do Bravehearts, a 29 de Outubro, e uma derrota (49 – 70) frente ao City Oilers.

Alinan Musongole, Musa Maruga e Jackson Mwaipyanah foram os pontuadores (com 11, 8 e 7 contabilizados) no duelo em que a equipa tanzaniana garantiu o segundo lugar do grupo.

Integrado no grupo D, divisão Este, o New Star do Burundi foi o primeiro classificado com duas vitórias e “cesto-average” de 147-120. Na estreia, a 29 de Outubro, o New Star venceu o Cobra Sport do Sudão do Sul, por 67-46. Dia seguinte, ou seja, a 30 de Outubro, no fecho da sua participação nas eliminatórias de acesso à BAL, venceu o Ulinzi Warriors do Quénia por oito pontos: 80-72.

 

NOVA ORDEM EM KIGALI

 

O Grupo de Energia de Ruanda (REG) é o novo campeão da Liga Nacional de Basquete (BK) daquele país, após vencer o Patriots (2-0) nos “play-offs” a melhor de três jogos, disputados na Arena de Kigali.

REG começou por superar, na passada sexta-feira, o Pariots por três pontos (66-63) no jogo 1 dos “play-offs” da final. No dia seguinte, nova vitória desta feita por 64-49. O estratega tanzaniano, Henry Mwinuka’s, que idealizou e materializou a segunda conquista do REG no basquetebol ruandês, admitiu que a mesma é fruto de muito sacrifício e coragem em dar outro salto na modalidade da bola ao cesto: “Trabalhámos duro nesta temporada e, nesta altura, somente posso dizer que valeu a pena. Vamos participar na BAL no próximo ano”, disse ao sítio da FIBA-Africa.

Este é o quarto título da liga de Henry Mwinuka, no Ruanda, tendo vencido três anteriores com os Patriots em 2016, 2018 e 2019. O “coach” deixou o Patriots após a primeira fase das eliminatórias à Liga Africana de Basquetebol, prova na qual esta formação venceu quatro jogos disputados em Dar Es Salaam, na Tanzânia.

“Lembro-me que, quando fui contratado pelo REG, disse aos dirigentes do clube que usaríamos o primeiro ano para formar uma equipa e, depois, ganharíamos um campeonato no segundo ano. Estou aliviado pelo facto deste plano ter sido executado muito bem graças ao empenho dos jogadores. É como um grande sonho. Estou muito feliz”, regozijou-se.

E acrescentou, num tom de euforia: “Houve muita pressão porque os jogadores disseram-me que o REG perdeu três finais consecutivas e, isso por si só, precisava mudar. Precisávamos ganhar algo para a nossa gestão e para os adeptos e, para ser honesto, foi muito bom”.

No centro da vitória do REG, estava o capitão da selecção deste país:  Olivier Shyaka. O valoroso jogador teve que trabalhar fundo para arrancar uma das melhores exibições da sua carreira, ao contabilizar 22 pontos e capturar oito ressaltos na vitória memorável diante do Patriots. E saiu, como era de esperar, com o título de MVP (jogador mais valioso)

Emocionado, disse: “Ganhar é divertido com certeza, mas vencer não é o ponto. Querer vencer é o ponto. Não desistir é o ponto. Nunca desistir é o ponto. Nunca ficar satisfeito com o que você fez é o ponto. Significa para a equipa que, quando houver união, haverá sempre a vitória”. Numa outra abordagem, Olivier Shyaka indicou: “Nunca desistimos e fomos pacientes com este momento, mas também nos lembrou o quão doce e maravilhoso é vencer um campeonato. Estamos qualificados para a BAL. Isso significa que temos que trabalhar ainda mais duro. O melhor ainda está por vir”, destacou.

 

MAIS DA BASKEBALL AFRICA LEAGUE

A Basketball Africa League (BAL) é a principal liga de basquetebol masculino da África. A prova movimenta, na fase final, um total de 12 equipas apuradas por meio das competições internas, à semelhança do que acontece na Liga dos Campeões da UEFA, escreve o sítio da BAL.

A BAL lé um esforço conjunto entre a National Basketball Association (NBA) e a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), com patrocínio da Nike, Air Jordan e Pepsi.

A temporada inaugural começou com duas fases de qualificação em Outubro de 2019 e, depois, disputou-se a regular em Maio de 2021. A competição substitui a Liga Africana de Basquetebol. Foi precisamente a 16 de Fevereiro de 2019 que a NBA e FIBA anunciaram planos para estabelecer uma liga continental de basquetebol profissional. Coube ao comissário da NBA, Adam Silver, elaborar os planos para estabelecer a liga. Ficou, desde logo, claro Angola, Egipto, Quénia, Marrocos, Nigéria, Ruanda, Senegal, África do Sul e Tunísia podiam hospedar a embrionária competição. Silver também sugeriu o envolvimento do ex-Presidente dos EUA, Barack Obama, para desempenhar um papel não específico, tendo depois sido designado Amadou Gallo Fall como o primeiro presidente do BAL.

Em Setembro de 2019, a BAL anunciou os locais e as cidades para a temporada inaugural, que incluiu uma “final four” jogada na Kigali Arena em Kigali, Ruanda.

Na elite 16, serão criados dois grupos de oito equipas constituídos pelas duas primeiras classificadas da fase regional de apuramento e os segundos classificados. O AS Salé, campeão nacional de Marrocos, entra directamente nesta fase. A competição terá início a 16 de Novembro de 2021 (Grupo G) e 14 de Dezembro de 2021 (Grupo H). As três primeiras classificadas de cada grupo avançam para a temporada de BAL de 2022.

 

COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS

Grupo G

SLAC (Guiné Conacry)

AS Police  (Mali)

SOA (Costa do Marfim)

Nigelec  (Níger)

FAP (Camarões)

AS Salé (Marrocos)

 

Grupo H

City Oilers (Uganda)

Kurasini Heat (Tanzania)

Cape Town Rangers

New Star (Burundi)

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