Nem Julieta e tão-pouco a beleza da Felizminha conseguiram realizar Stewart Sukuma como músico. Josefina? Essa, coitada, ficou muito longe disso. O mesmo não se pode dizer da temporada de música clássica deste ano, perto do fim… – Lá vamos. No entanto, antes que o pano caia, a Associação Kulungwana realiza mais dois concertos do Xiquitsi, marcados para 10 e 11 deste mês, no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.
Neste encerramento dos espectáculos que celebram os 130 anos da cidade de Maputo, a figura de cartaz é Stewart Sukuma, quem considera que a colaboração musical com o Xiquitsi constitui a concretização de um sonho antigo – que nem a beleza e sedução de Julieta, Felizminha ou Josefina conseguiram com efeito: tocar com uma orquestra. “E ainda bem que é uma orquestra sinfónica moçambicana. Depois podemos partir para voos internacionais”, revelou o músico, apelando para as pessoas irem ver o concerto, pois, assim, poderão sentir e apreciar algo diferente daquilo que habitualmente tem feito. “Se calhar, vão ouvir uma música que nunca ouviram de mim ao longo da minha carreira”.
De acordo com Stewart Sukuma, 90% das músicas que serão tocadas no espectáculo da próxima sexta-feira, a partir das 19:30h, serão da sua autoria, das quais muitas o público conhece e algumas desconhece completamente, mas que fazem parte dos seus discos. E porque é de música clássica que se está a falar, as obras de Sukuma sofreram arranjos dentro da estrutura concebida por Kika Materula, Directora Artística do Xiquitsi.
50 instrumentistas, que tocam viola, violinos, violoncelos, oboé, clarinete e piano acústico farão parte do projecto. E, como não deveria deixar de ser, o autor, antes dividido entre “Felizminha” e “Julieta”, estará acompanhado pela banda Nkhuvu, numa iniciativa que o privilegia. Sukuma explica por quê: “fazer uma junção entre música popular está a ser uma experiência incrível. Nós já estamos a ensaiar há dois meses e tem sido muito gratificante do ponto de vista de aprendizagem, com regras que são muito rigorosas na música clássica. É um privilégio enorme estar a trabalhar com Kika, com experiência e bagagem que ela tem. De há três anos para cá ela mudou o panorama musical do país. As pessoas já começam a ver a música de forma mais aberta”.
Uma parte do espectáculo que harmoniza música clássica e popular será preenchida por vozes apenas.