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De extra parlamentar para o segundo maior partido do país

Pela primeira vez, em 30 anos de democracia multipartidária em Moçambique, a Renamo perdeu o estatuto de maior partido da oposição e no seu lugar subiu um partido extraparlamentar, PODEMOS, com pelo menos cinco anos de existência. A Renamo caiu de 60 para 20 deputados e o PODEMOS estreia-se com 31 deputados. 

Na passada quinta-feira, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro e trouxe consigo várias novidades.

Entre elas está a derrapada da Renamo da posição de maior partido na oposição, uma posição que ocupava desde a introdução do Multipartidarismo em Moçambique, ou seja, há mais de trinta anos. 

O pivô desta queda, de acordo com a CNE, foi o PODEMOS, Partido Extraparlamentar criado em 2019, que passa a ser a segunda maior força política do país.

Ora, não foi apenas a posição que o PODEMOS arrancou da Renamo. A Perdiz perdeu assentos na Assembleia da República, ou seja, caiu de 60 para 20 deputados. 

Como consequência, estão fora do parlamento figuras como António Muchanga, Clementina Bomba, Elias Dhlakama, Geraldo Carvalho, André Magibire, Alberto Ferreira, Muhamad Yassine, Alfredo Magumisse e Saimone Macuiana, que tentava o seu regresso a casa do povo, bem como Paulo Vahanle que tentava a estreia. 

Outrora extraparlamentar, o Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, ou simplesmente PODEMOS, entrou para a “casa do povo” com 31 deputados. Mas, afinal, quais são os nomes que vão compor o próximo parlamento?

Da cidade de Maputo entram Carlos Tembe e Rute Manjate. Já o círculo eleitoral da província de Maputo, onde o PODEMOS conseguiu seis lugares, será representado por  Sebastião Mussanhane, António Acácio, Alfredo Pelembe, Ivandro Massingue, Aristides Novela e Simião Nuvunga.  

O PODEMOS conseguiu representação também em Inhambane, com um mandato, ocupado por Nalfa Fumo. 

Sofala confiou dois mandatos ao partido, com Chico Mapenda e Valter Mabjaia a ocuparem os assentos. 

A população de Manica elegeu para seus representantes Mangaze Manuel e Forquilha Albino Forquilha. Para Tete, Mário Manguene é o único eleito deputado.

O segundo maior círculo eleitoral do país, o da Zambézia, elegeu três deputados. São eles Cacildo Muicocome, Fenando Jone e Almério Tchambule. 

Mas foi na província de Nampula, a mais populosa do país, onde o PODEMOS angariou mais assentos. 10 deputados poderão aceder a casa do povo, nomeadamente: Armando Joaquim, Luísa António, Dias Coutinho, Gonçalves Macuácua, Atija Mussa, Bonifácio Suliva, Tome Nantar, Jafete Eurico, Adelino Puaneleque e Gabriel Macuelas.

Por fim, no círculo eleitoral do Niassa, foi eleito deputado o membro Ângelo Jaime, enquanto que pela província de Cabo Delgado entram pela lista do Podemos os cidadãos Elísio Muaquina, Zainaba Andala e José Suail José.

 

Em 2025, caso o Conselho Constitucional decida manter estes resultados, o MDM terá amealhado o pior resultado, desde a sua estreia em 2009, como partido parlamentar. 

 

É que, de acordo com Dom Carlos Matsinhe, o partido liderado por Lutero Simango perdeu dois, dos actuais seis mandatos e assim, o MDM passa a contar com três mulheres e um homem: Nampula elegeu Leonor Souza, Secretária-Geral do partido e o actual porta-voz da bancada, Fernando Bismarque. Já o círculo eleitoral de Sofala elegeu Silvia Cheia, mandatária nacional, e Maria Fernando, membro da comissão política.

Dos candidatos a deputados que não conseguiram votos, o destaque vai para o círculo eleitoral da Cidade de Maputo, cuja cabeça de lista era a activista social Fátima Mimbire. 

Nomes como Lutero Simango e Elias Impuire não fizeram parte da lista dos concorrentes. 

Estas derrapagens da oposição, só beneficiaram a Frelimo, que consolidou a sua maioria absoluta com mais 11 deputados, podendo ocupar 195 dos 250 assentos disponíveis.  

E, de acordo com os resultados, vão compor a bancada da Frelimo alguns membros do actual Governo, tal são os casos de Ana Comoane, ministra da Administração Estatal e Função Pública, Celso Correia, ministro da Agricultura e a actual ministra do Negócio Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.

Engrossam também a lista o antigo edil da Matola Calisto Cossa e Eneas Comiche, antigo edil de Maputo.

A Frelimo poderá formar bancada com figuras como Elísio de Sousa (Jurista), Elcídio Bachita (Economista) e Egídio Vaz.

Mas todas estas contas ainda não são finais, uma vez que os partidos políticos dizem ter provas de que o processo eleitoral foi fraudulento. Assim caberá ao Conselho Constitucional apreciar as reclamações e provas e tomar a última decisão, até lá, aguardemos.

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