O Presidente da República reuniu-se, domingo, com a comunidade moçambicana na França, a quem explicou a situação dos principais desafios de Moçambique. Nyusi destacou que 44 por cento dos antigos guerrilheiros da Renamo já foram reintegrados, mas o processo não será concluído dentro dos prazos devido a limitações financeiras.
No dia em que desembarcou em Paris, Filipe Nyusi reuniu-se com os representantes da comunidade moçambicana residente na França e aos “nossos compatriotas” traçou o ponto de situação sobre os principais desafios que o país enfrenta.
O destaque vai para o Processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, que, segundo o Chefe de Estado, “não conseguiremos (concluir) até ao prazo estabelecido, mas estamos encorajados, porque 44 por cento do processo, dos que têm que ser reintegrados já estão”.
São cerca de cinco homens que já passaram pelo processo. As limitações financeiras derivam do impacto económico da COVID-19 sobre os países que financiavam o DDR. “Devido à pandemia da COVID-19, as suas economias regrediram e não tiveram força para ajudar. E não só enquanto ajudavam de um lado, surgiu um outro problema que é dos deslocados”, detalhou o Chefe de Estado.
Sobre Moçambique, o Presidente da República considerou que a situação é estável. “Os três poderes estão a funcionar, o executivo, o legislativo e também o judiciário, apesar da existência de zonas localizadas que estão em conflito”.
Relativamente à busca da paz efectiva, Filipe Nyusi disse que o processo prossegue à luz do pacote de descentralização, que ditou a eleição, pela primeira vez, dos Governadores provinciais em Moçambique. O Presidente assume que o pacote da descentralização pode ser melhorado, até porque “é uma nova experiência”. “Não é uma experiência igual a tantos países que levaram anos e anos. Nós ainda não temos dois anos com este processo, o que significa que muita coisa ainda deve ser melhorada. Acreditamos que só não melhora aquele que acha que é absoluto”, afirmou.
Sobre o terrorismo, garantiu que “as forças de defesa e segurança tudo fazem para garantir o restabelecimento da segurança”.
O grande momento da presença do Chefe de Estado em França é a sua participação na cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas seriamente afectadas pela pandemia da COVID-19.