O País – A verdade como notícia

Daviz Simango pode ser confirmado hoje candidato às presidenciais

O terceiro dia, hoje, do segundo congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é reservado a actos eleitorais. Deverá ser eleito o presidente do partido e o Conselho Nacional do partido.

No período da manhã, espera-se que seja eleito o Conselho Nacional do partido, o órgão que dirige a formação política no intervalo entre os congressos. Os membros deste órgão, de acordo com a revisão dos estatutos, aprovada na noite de ontem, deverão passar de 60 para 80. E, na tarde de hoje, acontece a eleição do presidente do partido.

Entretanto, corre nos corredores, até ao momento, apenas o nome de Daviz Simango para a sua própria sucessão, sendo que, havendo outros nomes, serão conhecidos ao longo do dia de hoje. Mas o porta-voz do congresso, Sande Carmona, assegurou à nossa equipa de reportagem que algumas delegações provinciais àquela magna reunião avançaram que apoiam a recandidatura de Daviz Simango. Pelo que, mais logo, tudo indica que será apenas a confirmação da recondução do actual presidente ao cargo.

E uma vez eleito, segundo Carmona, o presidente do partido será automaticamente proclamado candidato do MDM às eleições presidenciais de 2019. Ao que tudo indica, Daviz Simango vai sair do congresso de Nampula com a chancela do seu partido para começar a preparar a corrida à Ponta Vermelha, em 2019. No entanto, fica por esclarecer se, nas eleições autárquicas de 2018, o mesmo vai candidatar-se para continuar a dirigir o Conselho Municipal da Beira ou se o partido vai indicar outro quadro para o efeito.

Entretanto, fala-se nos corredores do grande interesse de Geraldo Carvalho, actualmente deputado na Assembleia da República e membro da Comissão Política Nacional do MDM, em substituir Daviz Simango nas autárquicas de Outubro do próximo ano. Mas tudo carece ainda de confirmação do partido e, provavelmente, o congresso irá tirar as dúvidas em relação a este aspecto.

O processo eleitoral interno no MDM será concluído na manhã de sexta-feira, quando o presidente eleito do partido indicar os nomes que propuser para compor a Comissão Política Nacional, o secretário-geral, os membros do secretariado e a Comissão Nacional de Jurisdição, que, por sua vez, deverão ser homologados pela primeira sessão ordinária do Conselho Nacional, prevista para as primeiras horas de amanhã.

Diferentemente de outras organizações políticas, segundo rezam os estatutos do MDM, com a excepção do Conselho Nacional, que é eleito pelos delegados ao congresso, os membros dos restantes órgãos são escolhidos pelo presidente do partido, sendo que o Conselho Nacional tem apenas a missão de homologar as escolhas, não estando claro se este órgão colegial tem algum poder de veto relativamente às escolhas feitas pelo presidente.

Ontem, segundo dia dos trabalhos do congresso, foi discutido e aprovado o relatório de actividades do partido nos últimos cinco anos, foi apresentada, discutida e aprovada a revisão dos estatutos e a estratégia do partido para as próximas eleições. No primeiro dia, os congressistas aprovaram por unanimidade o hino do MDM.

Organizações sociais do MDM exigem quota de 30% nos órgãos do partido

A Liga da Juventude do MDM, no seu discurso de saudação ao congresso, pediu que fosse aprovada, na revisão dos estatutos, uma quota que permite que os jovens possam preencher 30% da composição dos órgãos de direcção do partido, nomeadamente, Conselho Nacional, Comissão Política, secretariado-geral e Comissão Nacional de Jurisdição. Segundo Renato Muelega, presidente da Liga da Juventude do MDM, tal justifica-se pelo facto de os jovens serem a maioria no país, serem a “espinha dorsal” do MDM e serem eles que asseguram as vitórias que o partido vem alcançando nos diferentes pleitos eleitorais. Muelega apelou aos congressistas um diálogo franco e aberto sobre os desafios que o partido enfrenta, de modo a que saia fortalecido rumo a uma disputa digna dos pleitos eleitorais que se avizinham. O presidente da Liga assegurou que os jovens irão respeitar as decisões que saírem do congresso e vão trabalhar afincadamente para a sua implementação e para ajudar o partido a conquistar bons resultados eleitorais nos escrutínios intercalares de Janeiro, no município de Nampula. Judite Macuácua, presidente da Liga da Mulher do MDM, diz que mais de 30% dos congressistas presentes em Nampula são mulheres e, pela forma dinâmica como apoiam o trabalho político daquele partido, merecem ser brindadas com uma quota de 50% nos órgãos que vão ser eleitos a partir de hoje no congresso. Para Macuácua, as condições estão criadas para que o MDM seja exemplo na promoção do género no país, criando uma situação de paridade nos órgãos de direcção. Destacando o facto de que o seu partido pugna pela promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, referiu que é chegada a hora de as mulheres terem o mesmo tratamento que os homens na política.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos