Documentário de Mário Cumbana estreia esta sexta-feira, a partir das 19h, no KUGOMA – Fórum de Cinema Moçambique, e pode ser visto através do Facebook e YouTube do KUGOMA e do Centro Cultural Franco-Moçambicano
Não é novidade que Gran’Mah iniciou o seu percurso artístico na garagem da avó de Leo Fernandes, o baixista da banda, lá vão uns 11 anitos. Igualmente, não é novidade nenhuma que, devido àquela gentileza da falecida avó Minha, os integrantes, em sua homenagem, baptizaram a banda Gran’Mah, uma espécie de abreviatura de grandmother, avó em português. Isso toda a gente sabe. Entretanto, no que é conhecido há sempre qualquer coisa que escapa ao público. E Mário Cumbana sabe muito bem disso. Atento ao facto e com muitos argumentos, o realizador mergulhou na música, no universo de um grupo que tanto admira e, bingo, produziu um documentário: Da garagem para o mundo.
Em 11 minutos, Mário Cumbana conta as várias histórias da banda Gran’Mah, desde a sua constituição, os primeiros momentos na garagem, até à internacionalização. O filme precisou de um mês para ficar pronto, e, de acordo com o realizador e autor, resultou de um processo natural e orgânico. “Quando decidimos fazer o filme, já tínhamos o material arquivado. O resto foi só ouvir os membros da banda a contarem a sua própria história”.
A naturalidade com que Mário Cumbana produziu Da garagem para o mundo é consequência de um percurso partilhado há seis anos com Regina dos Santos (vocalista), Leo Fernandes (baixista), Miguel Wilson (baterista), Luís Silva (guitarra), Miguel Marques (teclado) e Ricardo Conceição (saxofone): “Eu comecei com eles fotografando os concertos. Aos poucos, fui-me aproximando dos integrantes até que me tornei responsável pela imagem da banda”.
Quando os telespectadores mergulharem no documentário sobre Gran’Mah, acredita Cumbana, vão absorver o que ele e a sua equipa sentiram ao produzi-lo. Além disso, frisa o realizador, trabalhos como estes são muito necessários no país. Há uma resposta para um porquê? Claro. “O que acontece é que Moçambique possui artistas importantes, que, depois, desaparecem sem que haja algum registo da sua história, mesmo que tenham feito muito pela arte. Assim, penso que temos de criar um arquivo desta natureza como forma de prender o tempo e a memória que nos dão histórias sobre os nossos artistas”.
Da garagem para o mundo é um filme produzido pela Mac Creative Lines. Tendo sido realizado e editado por Mário Cumbana, o documentário tem Pedro Chissano como assistente de realização; Jaime Zunguze como gráfico; e Ademar Chaúque como produtor.
O perfil e a (parte da) obra
Mário Alberto Cumbana é licenciado em Design, pelo Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC). Tem experiências na produção de vídeos-clips. Realizou e editou “Mozambique”, de Selma Uamusse; “Gran’Mah sound”, da banda Gran’Mah; e “DNA”, da cantora brasileira Flávia Coelho. Ano passado, realizou e editou o documentário institucional Somos daqui, sobre o processo de reassentamento da comunidade de Milamba, a propósito do projecto GNL da Anadarko. Em 2018, foi fotógrafo oficial e videógrafo do Festival Azgo / Azgozito e Azgodialogar (Ilha de Moçambique). Também realizou o vídeo sobre o aniversário da Independência da República da Argentina. Em 2013, foi campeão em Dança Desportiva (Open Queen Masenate – Lesotho).