O País – A verdade como notícia

O extinto Ministério da Cultura e Turismo, através do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, lançou, em Outubro do ano passado, a segunda edição do Fundo de Financiamento à Actividade Audiovisual e Cinematográfica – CONFIAAC.  O prazo para submissão de candidaturas está marcado para 30 de Janeiro corrente, quinta-feira. 

O fundo, que se enquadra no âmbito da Lei n. 1/2017 Lei do Audiovisual e Cinema, bem como na Política das Indústrias Culturais e Criativas, entre outros instrumentos normativos, visa incentivar o desenvolvimento do talento e da criatividade audiovisual e cinematográfica nacional, sector que tem atraído bastante mão-de-obra juvenil, principalmente nos principais centros urbanos, transformando-se deste modo, numa potência para a geração de emprego e de renda. 

Ao fundo são elegíveis a concorrerem ao financiamento todos os jovens cineastas, realizadores e produtores. 

O Coordenador do CONFIAAC, Plácido Mereque, insta a toda classe da sétima arte a submeter os seus projectos e considera que esta é uma oportunidade ímpar e necessária para dinamizar a área do audiovisual e cinema.

“Pensamos que os produtores e realizadores precisam de um incentivo directo para materializar os seus projectos e este concurso surge para apoiar e permitir que a classe seja mais actuante através deste financiamento. Esta é a intervenção do INICC para a melhoria do cenário actual do cinema nacional”. 

Para a segunda edição, estão disponíveis seis milhões e quinhentos mil Meticais (6.500.000,00mt), valor que abrange todo país. 

O concurso pretende apoiar e financiar a produção cinematográfica com enfoque nos novos talentos e primeiras obras, produção de videoclipes musicais, distribuição e exibição de obras audiovisuais e cinematográficas. 

O financiamento da produção de videoclipes, a distribuição e a exibição constituem categorias de inovação nesta segunda edição, já que a primeira edição esteve essencialmente focada na produção. 

Para o presente concurso, serão apoiadas as seguintes modalidades: Produção: 4 (Quatro) projectos de ficção de curta-metragem, que tenham no mínimo 5 minutos e máximo 12 minutos, sendo cada um no valor de até 600.000,00 Mts (Seiscentos Mil Meticais); 2 (Dois) projectos de documentário que tenham no mínimo 15 minutos e máximo 30 minutos, sendo cada um no valor de até 650 000 Mts (Seiscentos e Cinquenta Mil Meticais); 4 (quatro) projectos de produção de videoclipes, sendo cada um no valor de até 200.000.00 Mts (Duzentos Mil Meticais). Distribuição: 2 (dois) projectos de distribuição de obras audiovisuais e cinematográficas, sendo cada um no valor de até 500.000,00Mts (Quinhentos Mil Meticais) por cada projecto. Exibição: 2 (dois) projectos de apetrechamento, reabilitação e adaptação de edifícios para exibição de obras audiovisuais e cinematográficas, sendo cada um no valor de até 500.000,00 Mt (Quinhentos Mil Meticais). 

Nas modalidades a financiamento para esta edição, destaca-se com particular enfoque a distribuição, a qual representa o elemento-chave a criação de mercados para a produção audiovisual e cinematográfica nacional. 

Com esta modalidade, espera-se receber e financiar projectos que possam garantir que a activação desta etapa importante da cadeia de valor da indústria audiovisual e cinematográfica, garantindo que as obras possam circular e serem acedidas pelo público nacional e internacional, quer em forma de exibição em salas de cinema, ou ainda pela televisão, ou ainda em casa por meio de plataformas de streamings. 

O financiamento é iniciativa do Ministério da Educação e Cultura gerido pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC).

 

A escritor Paulina Chiziane e o artista plástico Coana uniram-se para uma criação estética. Intitulara “Diálogo entres letras e cores”, trata-se de uma exposição ao vivo, na qual o artista Sebastião Coana divide o mesmo palco na arte de pintar e contar histórias literárias e cantadas, pela escritora Paulina Chiziane.

A mostra, segundo uma nota de imprensa, um conceito novo no panorama artístico do artista plástico Coana, é uma transformação cósmica, onde a execução dos seus traços e imagens icónicas, aliadas às suas cores quentes, com expressões sociais, e culturais, fazem uma simbiose à mensagem cantada por Paulina Chiziane.

A exposição em que Coana vai pintar ao vivo será inaugurada esta quarta-feira, às 18h, com três quadros de 2x2m em telas virgens, das quais dois estarão em leilão no dia 29 deste mês, naGaleria do Porto de Maputo.

A exposição de Coana e Paulina Chiziane acompanha 15 obras de artes que inspiraram o artista a sobreviver das tempestades, obras de 8.0x9.0 à 23.0x33.0cm, usando técnicas mista sobre tela com textura e impasto, estarão abertas ao público de 30 Janeiro a 09 Fevereiro.

“É uma exposição que abre as actividades de Coana em 2025, de onde será apresentada nos bairros depois de 09 de Fevereiro, através da iniciativa Arte na Zona, da Associação Movimento Artístico, a um público diversificado, de curiosos, de estudantes, de iniciantes na pintura, e demais”, lê-se na nota de imprensa.

Para Coana, a mostra é uma fusão de pintura e literatura, “como artista plástico e jovem, é uma honra poder trabalhar com a mamã Paulina Chiziane. É uma iniciativa para os restantes seguidores das artes e apreciadores, é um evento que corre pela primeira vez em Moçambique, e com muitas surpresas. É uma honra ainda, como artista plástico, ter essa oportunidade de poder viver esta experiência de observar e criar oportunidades de podermos receber da mamã Paulina a comida artística para o ecossistema artístico-cultural no nosso país. Como jovem, vou aprender com a mãe Paulina Chiziane e carrego também uma responsabilidade de poder ensinar aos outros que seguem neste ramo das artes plásticas, para podermos deixar Moçambique com uma geração de artistas. A arte é a essência do ser humano. E todo o resto são, as diferentes expressões de arte. Todos nós, artistas, carregamos uma responsabilidade de fazermos da arte uma expressão que possa inspirar e mudar a sociedade. Quando pintamos, quando escrevemos e quando cantamos, nós às vezes, falamos de um problema através da arte, exteriorizamos aquilo que sentimos, mas no fundo, um sentimento de dor, tem milhares de pessoas que também o sentem, e as artes e cultura é que, no entanto, nos apoiam’’.

Por sua vez, para Paulina Chiziane, as cores, as formas, os movimentos são também formas literárias, disse a escritora Paulina Chiziane. E acrescentou que, ‘’portanto, não sinto que haja uma fronteira entre as diferentes artes. Pelo contrário, todas as artes comungam, caminham juntas. E é tão bom para mim trabalhar com artista plástico, Coana, porque um dos meus sonhos de infância também foi pintar. Mas a condição da família e a condição social na altura não permitiram que, sobretudo, uma mulher ficasse com o pincel na mão. O meu pai ainda permitia ficar com a caneta na mão, mas com o pincel não. Primeiro, não havia condições financeiras nem materiais. E segundo, porque sou mulher e tenho que ser preparada como mulher para a vida do futuro. Quando me surgiu esta oportunidade, confesso, este jovem Coana transportou-me ao mundo da minha infância. Tornou aquele meu sonho de infância a realidade que hoje vai acontecer. E isso me emociona bastante. Muitas vezes nós nos limitamos, colocamos fronteiras dentro de nós. Essas fronteiras são imaginárias, porque dentro de cada ser humano existe toda esta dimensão, todo este poder. É uma questão de a gente descobrir, perseguir o sonho, caminhar até chegar a algum lugar que nós não podemos alcançar, o umbigo do infinito. E para mim é um privilégio poder participar nesta linha, neste rio chamado vida. Ontem já fui um fruto, uma semente, tornei-me agora a raiz e hoje uma sombra que consegue albergar esta juventude. Os mais velhos têm o seu tempo, tiveram o seu tempo, a sua história que constitui a raiz e a sombra desta geração nova. A geração nova tem outros olhos e outros horizontes. E quando nos unimos, às vezes, o conflito de gerações existe, o que é normal. Mas esta união entre os velhos e os novos abre novos horizontes e dá raízes seguras àquele que ainda está em actividade. Eu trago o corpo cansado, a mente cansada de todas as andanças e toda a experiência. Os mais novos estão leves. E a leveza que eles trazem emprestam-me. Quantas vezes eu digo, eu quero descansar hoje, quero ter o meu descanso. A arte como essência é a expressão da alma e a arte é eterna’’.

Na mostra, a peça conta uma história que reflecte a visão e a perspectiva de vida do artista. Um dos aspectos mais marcantes da exposição ao vivo, é o uso de cores em que  emprega tons ousados para criar imagens vívidas nos contos de Paulina Chiziane, que capturam a essência de seus temas.  

O bailarino e coreógrafo Ídio Chichava prepara-se para apresentar o espectáculo “A consagração da Primavera”, nas cidades de Paris e Budapeste. O projecto inclui duas companhias, a Converge +, de Moçambique, e a LADP, dos Estados Unidos.

2025 tem sido auspicioso para Ídio Chichava. Neste princípio de ano, o artista tem agendado a estreia de um grande espectáculo de dança na afamada Philharmonie de Paris, em França. Para o efeito, o artista, através da sua companhia de dança, a Converge +, juntou-se à companhia LADP, dos Estados Unidos, para uma criação coreográfica do “Sacre du Printemps”, ou seja,  “A consagração da Primavera”, tema original da autoria do compositor russo Igor Stravinsky.

O convite, na verdade, surge na sequência de vários outros espectáculos que Ídio Chichava tem realizado na capital francesa, como “Vagabundus” e “Sentido Único”, em colaboração com Paris Dance Project, cujo director esteve em Maputo para assistir a última edição do Kinani. “Ele já me tinha convidado para uma colaboração na Philharmonie de Paris, onde eu teria de criar [uma coreografia] a partir da música do compositor Igor Stravinsky. Na sequência, vi nesta oportunidade não apenas uma criação artística, mas também uma possibilidade de intercâmbio entre os nossos bailarinos moçambicanos e os da LADP, que são amercicanos”.

Entre os artistas moçambicanos, encontram-se Osvaldo Passirivo, que também faz assistência coreográfica, Paulo Inácio e Cristina Jaime, todos bailarinos que têm trabalhado com Chichava há algum tempo. 

“Este projecto tem um grande peso para aquilo que são as nossas expectativas, como artistas moçambicanos. Estamos aqui como uma companhia moçambicana que interage com companhias estrangeiras e eleva a nossa fasquia de produção, de criação artística e forma de ver a dança num nível muito alto”. 

Para Ídio Chichava, a experiência internacional na Europa tem revelado que é necessário que se invistam em grupos culturais ou em actividades de iniciação artística em Moçambique. 

Além de Paris, “A consagração da Primavera” será apresentada no espaço MUPA, em Budapeste, capital da Hungria. 

O Projecto de Música Clássica Xiquitsi participa, desde o dia 12 de Janeiro, no 20° Festival Internacional de Música de Santa Catarina-FEMUSC, em Jaraguá do Sul, no Brasil.

No festival, segundo uma nota de imprensa, que está a encantar o público com uma programação robusta e diversificada, os xiquitsianos apresentam canções moçambicanas e africanas como forma de representar as suas raízes.

Ao todo, 711 obras perfazem as apresentações programadas para esta edição, em 201 concertos distribuídos em 20 séries.

Ao longo do festival, a Scar (Sociedade Cultura Artística) será palco de 127 apresentações, divididas em 13 séries, com cerca de nove concertos diários. Outras sete séries, totalizando 74 concertos, levam música a locais públicos de Jaraguá do Sul.

Do Xiquitsi, participam no festival Yara Carvalho, Shaira Chaúque, Carla Cutana, Lourena Uamusse, Alfredo Matine, Moisés Cossa e Altino Munguambe.

Para além de participar em várias orquestras, o Xiquitsi também vai juntar-se à ópera Madama Butterfly.

Nesta vigésima edição, o festival homenageia os 80 anos de Elis Regina, em jeito de celebração do legado de uma das maiores intérpretes da música brasileira.

Além da SCAR, que é a realizadora do evento e a casa do FEMUSC, o maior festival-escola de música erudita da América Latina terá concertos sociais nos hospitais, Lar das Flores e no Jaraguá do Sul Park Shopping.

O Femusc termina a 25 de Janeiro.

O fotógrafo Mário Macilau será um dos participantes da aclamada exposição colectiva “Of Africa”, que será inaugurada na C/O Berlin, no próximo dia 01 de Fevereiro. 

A exposição, que ficará aberta até 7 de Maio deste ano, segundo uma nota de imprensa, reúne uma selecção de fotógrafos e cineastas contemporâneos e oferece uma visão profunda e multifacetada da África, desafiando as representações estereotipadas e destacando as diversas realidades e os potenciais do continente no contexto global.

Com seu trabalho profundamente sensível e crítico, Macilau se junta a um grupo de artistas

internacionais cujas obras abrem novas perspectivas sobre a África, explorando questões de identidade, memória, tradição e transformação. A exposição está estruturada em três secções temáticas: “Identidade e Tradição”, “Contrahistórias” e “Futuros Imaginados”, permitindo uma imersão no passado, presente e futuro especulativo do continente.

A participação de Mário Macilau, na exposição, não só reforça sua trajectória como um dos principais nomes da fotografia contemporânea africana, mas também amplia a compreensão sobre a complexidade da África, longe das narrativas simplistas e coloniais. 

As suas obras, que revelam histórias de vidas, paisagens e mudanças sociais, convidam o espectador a um olhar mais atento e empático sobre o continente.

Segundo o artista, “Participar nesta exposição colectiva vai além de simplesmente mostrar o

meu trabalho; é um gesto de ampliação do diálogo. Cada obra se insere numa conversa mais ampla, onde diferentes perspectivas se entrelaçam, criando uma rede de significados que se reforçam mutuamente. Nesse espaço, a arte torna-se um veículo de troca, não apenas de ideias, mas também de experiências e reflexões que transcendem o individual e abrem caminho para o colectivo”.

“Esta participação também é um acto de resistência”, continua Macilau. “Ao dar visibilidade a histórias marginalizadas, oferecemos uma plataforma para narrativas frequentemente silenciadas, revelando as realidades daqueles que foram esquecidos pela história. Representar os sem voz é um compromisso ético e político, um esforço para reescrever as histórias que a sociedade escolheu ignorar”.

O artista ainda destaca que “Tenho a honra de expor ao lado de artistas que considero irmãos, amigos e colegas, com os quais compartilho não apenas o ofício da arte, mas também a missão de afirmar em Berlim que a arte tem o poder transformador de iluminar aqueles que costumam viver à sombra. A arte, neste momento, se torna uma força colectiva de mudança, capaz de amplificar as vozes invisíveis e redefinir as narrativas sociais e culturais de maneira profunda e impactante”.

O trabalho de Mário Macilau se caracteriza por sua intensidade emocional e por uma profunda conexão com as questões sociais e culturais que moldam a realidade moçambicana e africana. As suas imagens evocam um sentido de urgência e contemplação, transformando o cotidiano em algo monumental e, ao mesmo tempo, íntimo. 

Com uma abordagem única, Macilau utiliza a fotografia não apenas como um meio de documentar, mas como uma ferramenta para promover a reflexão sobre identidade, memória e transformação social. A sua arte vai além da superfície, tocando as camadas mais profundas da experiência humana, enquanto desmantela os estigmas e desafios frequentemente impostos à África.

Ainda segundo a nota de imprensa, a exposição “Of Africa” oferece uma oportunidade única de reimaginar o continente africano e as suas múltiplas histórias. Com a participação de artistas renomados como Kelani Abass, Atong Atem, Malala Andrialavidrazana, Edson Chagas, Kudzanai Chiurai, Hassan Hajjaj, Aïda Muluneh, entre outros, a mostra explora como a arte africana contemporânea pode redefinir as narrativas globais, quebrando estereótipos e destacando o dinamismo e a diversidade das realidades africanas.

A exposição ficará em cartaz num dos mais prestigiados espaços dedicados à fotografia e à arte contemporânea na Europa.

SOBRE MÁRIO MACILAU

Mário Macilau é um dos fotógrafos mais proeminentes de Moçambique, reconhecido por sua sensibilidade única e abordagem crítica às questões sociais e culturais de seu país e do

continente africano. A sua fotografia, muitas vezes poética e imersiva, vai além da simples

documentação, criando uma narrativa visual que desafia o espectador a repensar as histórias e representações convencionais da África. Com obras que têm sido exibidas

internacionalmente, Macilau é uma voz vital na arte contemporânea africana, explorando a

complexidade da identidade e da transformação social no contexto africano.

O artista Tchaka Waka Bantu, conhecido pelos seus “xithokozelos” (poemas laudatórios), apresentou ao público, esta semana, o seu novo trabalho. Intitulado “Xawani, carta para Eduardo Mondlane”, a obra audiovisual foi lançada através de plataformas digitais, canais televisivos e radiofónicos.

“Xawani, carta para Eduardo Mondlane” é um xithokozelo que capta, inclusivamente, o actual momento histórico nacional, isto é, uma carta sobre o presente, passado e futuro. Trata-se de “Um suspiro de um país sem voz, mas cheio de gritos”, pode ser ler na nota de imprensa.

O vídeo contempla a presença exclusiva dos fazedores de arte expressiva no campo de artes e cultural nacional.

A obra de Tchaka Waka Bantu é uma mescla de expressões de arte que revelam vários sentimentos imersos no povo moçambicano.

Ao referir-se ao seu novo trabalho, Tchaka explicou que, na verdade, trata-se de uma carta escrita de Moçambique para o seu pai, Eduardo Mondlane, porque o que ele sonhou é diferente do que se vive agora. O artista resolveu escrever a carta com o objectivo de encontrar soluções para os problemas que o país atravessa actualmente. 

 

Sobre Tchaka Waka Bantu

Tchaka Waka Bantu é um multifacetado artista com diversos anos de carreira. sublinhe-se que trata-se de um artista que, também, desdobrava-se em outras manifestações suplementares ao ofício artístico: activista cultural e social, promotor de eventos culturais, curador de eventos, crítico de artes, perfeccionista artístico-cultural e consultor cultural. 

O seu histórico como artista confunde-se, em parte, com o trajecto das artes performativas contemporâneas nos bairros periféricos da cidade de Maputo.

Tchaka participou da produção de um dos álbuns da cantora educadora cultural moçambicana, Lenna Bahule, colaborou nos arranjos e composição musical em temas da cantora Tchakaze.

A sua complexidade artística fê-lo atravessar as fronteiras das artes literárias e a estrear-se no cinema através da produtora e realizadora austríaca Ella raidel no documentário “Slam Poetry e Noites de Maputo”.

Como dizedor de poesia, em Xitsonga, fez brilhar o seu talento em diversos palcos, nos quais se celebra a cultura ao nível da cidade.

Em 2019, pelo seu empenho nas artes, é convidado a participar da formação de talentos criativos pela UNICEF.

 

O Camões – Centro Cultural Português em Maputo abre, de 1 a 28 de Fevereiro, as candidaturas para uma residência literária, a realizar-se na capital portuguesa, Lisboa, de 1 a 31 de Maio deste ano.

O programa é dirigido a autores(as) de nacionalidade moçambicana, ou que tenham residência oficial em Moçambique, com obra publicada.

De acordo com a nota de imprensa do Camões – Centro Cultural Português em Maputo, trata-se de um de Programa de Intercâmbio Literário promovido ao abrigo do Protocolo de Cooperação entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, IP, através do seu Centro Cultural Português em Maputo, que seleciona um(a) autor(a) com obra publicada, como incentivo à criação literária e aposta na internacionalização da cultura.

As candidaturas deverão ser formalizadas mediante preenchimento de formulário, enviado preferencialmente para o endereço electrónico do Camões, com os restantes elementos da candidatura referidos nas Normas de Participação, não podendo exceder no seu total, a dimensão de 10MB, ou através de envelope opaco e fechado, devidamente identificado, enviado para Av. Julius Nyerere, 720, Maputo.

As respetivas Normas de Participação, bem como outros documentos necessários às candidaturas, poderão ser consultados no website do Camões – Centro Cultural Português.

Segundo a mesma nota de imprensa, o(a) escritor(a) selecionado(a) terá a oportunidade de desenvolver um projecto de criação literária, beneficiando de Bolsa, no valor de setecentos e cinquenta euros (750€), viagem internacional paga e alojamento gratuito na cidade de Lisboa.

Durante o mesmo período, entre 1 e 28 de fevereiro, e com as mesmas condições, a Direção Municipal de Cultura do Município de Lisboa abre candidaturas para uma residência literária, a realizar na cidade de Maputo, Moçambique, de 1 a 31 de Outubro 2025. O programa é dirigido a autores(as) de nacionalidade portuguesa com obra publicada ou que tenham morada fiscal ou que se encontrem, comprovadamente, a viver, estudar e/ou trabalhar no concelho de Lisboa. Neste caso, as candidaturas são submetidas online, através da plataforma de residências artísticas – LAAR, em laar.cm-lisboa.pt, onde poderão ser consultadas também as respetivas Normas de Participação.

Nelson Santos pode deixar o comando técnico dos “canarinhos” um mês depois da sua apresentação, para abraçar um novo projecto como adjunto de Ivo Vieira no Marítimo de Portugal. O Costa do Sol ainda não se pronunciou, mas o Marítimo já confirmou Santos como treinador-adjunto.

Foi a 4 de Dezembro quando Nelson Santos foi apresentado ao Costa do Sol como treinador principal para ocupar o lugar deixado vago pelo compatriota Horácio Gonçalves. Com um contrato de dois anos, Nelson Santos mostrou-se feliz e encorajado para iniciar os trabalhos num clube que disse “conhecer muito bem”, não fosse o mesmo que o lançou na ribalta do futebol moçambicano.

Com as oficinas marcadas para iniciar a 20 de Janeiro corrente, Nelson Santos regressou a Portugal para a quadra festiva e ainda não se apresentou no ninho do canário.

De Portugal chegam “bombas” em relação à situação do técnico, que pode não comandar mais os “canarinhos”, por conta de uma outra ligação que vai assumir com um clube português.

Trata-se do Marítimo de Portugal, equipa que milita na segunda divisão e que já foi casa do internacional moçambicano Zainadine Jr., que chamou o técnico para auxiliar Ivo Vieira, contratado como treinador principal na semana passada.

Ainda sem confirmação do Costa do Sol, o nome de Nelson Santos já consta dos sites especializados em matérias de desporto, casos de zerozero, transfermarkt e outros, como treinador adjunto do Marítimo, comandado por Ivo Vieira.

Assim, o Costa do Sol terá de voltar ao mercado para procurar um novo treinador para a sua equipa principal, numa altura em que se cogita o dia 20 de Janeiro para a abertura das oficinas.

Jimmy e Estêvão são “canarinhos”

No âmbito da preparação para a temporada 2025, o Costa do Sol começa a formar o seu plantel para enfrentar as provas a que estará inserido, nomeadamente o Moçambola, Taça de Moçambique e Campeonato Provincial, esta última prova que será a primeira a ser disputada.

Para tal aproveitou a dispensa de Jimmy Ukonde, da União Desportiva de Songo, para levar o jogador para o seu ninho, numa tentativa de cobrir algumas saídas que teve no fim da época passada.

Jimmy, que teve passagem pelo Clube de Chibuto e ENH de Vilankulo, esteve nos “hidroeléctricos” por oito anos, sendo que agora procura novos ares para encher o seu currículo de futebolista.

Também para Matchiki Tchiki está confirmada a chegada de Estêvão Novela, jogador que se notabilizou como jogador da Liga Desportiva de Maputo, enquanto na primeira divisão, tendo depois de transferido para a União Desportiva de Songo, onde foi campeão nacional em 2022.

Estêvão Novela esteve a representar o Ferroviário da Beira na época passada e regressou à capital do país pela porta dos “canarinhos”.

Sabe-se, também, que o Costa do Sol está a “namorar” o apadrinhamento do regresso de Zainadine Jr. ao país, depois de muitos anos no futebol profissional português e asiático.

Para já, nem o Costa do Sol nem Zainadine Jr. confirmaram a informação, sabendo-se apenas que o central moçambicano se encontra no país. Zainadine não representa nenhum clube desde que deixou o Marítimo de Portugal no fim da temporada passada.

O escritor moçambicano Pedro Pereira Lopes é o grande vencedor do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura, em Portugal. 

De acordo com a publicação da Imprensa Nacional de Portugal, o escritor distinguiu-se com Tratado das Coisas Sensíveis, num concurso que teve como menção honrosa A Vocação Nómada das Cidades, da autoria de André Craveiro. 

Tratado das Coisas Sensíveis, de acordo com o próprio autor, é um original de poesia, duro, íntimo, sobre as coisas da vida e, em especial, destaca Pedro Pereira Lopes na sua página Facebook, um livro sobre as coisas do cultivo da palavra. 

Ainda sem data para lançamento em Moçambique, Pedro Pereira Lopes dedica o prémio à antiga Leitora do Camões na Universidade Pedagógica de Maputo, de 1990 até 1997, Fernanda Angius, que faleceu, curiosamente, num mês de Janeiro, no caso, em 2021. “Dedico o prémio à Fernanda Angius, minha amiga e mentora, que mui feliz estaria com essa atribuição”, escreveu o autor. 

A Imprensa Nacional‑Casa da Moeda criou o Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura, dando continuidade à sua missão, enquanto editora pública, de promoção e preservação do património da língua e da cultura portuguesas e, simultaneamente, homenageando a figura de Vasco Graça Moura enquanto cidadão, intelectual e antigo administrador da empresa responsável pelo pelouro editorial.

O galardão tem uma periodicidade anual e visa distinguir, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de actuação onde Vasco Graça Moura se destacou, nomeadamente, na Poesia, no Ensaio (no domínio das Humanidades) e na Tradução (obras no domínio público).

 

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