A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) manifestou pouca surpresa com os resultados do Índice de Competitividade Global, que, no caso do ambiente macroeconómico, coloca o país na penúltima posição.
“Pessoalmente, não esperava que estivéssemos a subir. Pelo contrário, pela situação toda que estamos a viver, só podia esperar uma reacção negativa das instituições na classificação que nos dão”, disse Kekobad Patel, presidente do pelouro fiscal e comércio internacional, na sua primeira reacção.
Patel considera que as classificações negativas que o país vem registando resultam de uma perda de foco, nas políticas nacionais, “daquilo que se deve fazer para que o ranking do país possa melhorar drasticamente”.
Patel lamentou, ainda, que o governo esteja a dar pouca atenção a algumas propostas de contribuição que o sector privado apresenta, para melhorar, em última análise, o ambiente de negócios no país. “O que está a acontecer é que muito do trabalho que temos estado a fazer, desde estudos que temos estado a apresentar sobre vários sectores, não tem tido uma reacção muito rápida” lamentou.
Desafios
O empresariado nacional considera que “um dos factores que tornaram negligenciados os factores básicos para a competitividade da economia foi o facto de Moçambique ter crescido na base de sectores voltados para a exportação de matérias brutas”.
De acordo com o director executivo da CTA, Eduardo Sengo, “este tipo de sectores não exige muito sobre o ambiente geral de negócios que a economia oferece, comparativamente a sectores voltados para manufacturar e adição de valor aos produtos primários”. Neste sentido, a CTA defende que o país deve apostar num crescimento baseado em actividades que trazem valor acrescentado aos produtos primários.
“Uma forma de implementar uma política destas é apostar nos ‘clusters’. Um ‘cluster’ é um conjunto de empresas que actuam na mesma área, concentradas num mesmo ponto geográfico, pelo que podem desenvolver sinergias visando o aumento da sua produtividade”.