Cristãos do mundo inteiro celebraram, hoje, o Domingo de Ramos. No país, há dois anos em que os crentes não festejavam a data de forma tradicional, por conta da pandemia da COVID-19.
Este ano, em procissão, com ramos de palmeiras nas mãos, idosos, adultos, jovens e até crianças, todos cantavam “Hosana Hosana” e pediam a Deus o fim da COVID-19, paz no mundo, fé e amor entre os irmãos.
O domingo foi de euforia e os crentes comparavam o Domingo de Ramos, que é a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, após ter passado 40 dias no deserto jejuando e sofrendo as tentações, com a situação que o povo moçambicano viveu por conta da pandemia – dois anos, com restrições que impediam muitos de irem à igreja, incluindo de participarem das festas de Domingo de Ramos. No entanto, ontem, sem terem perdido a fé, voltaram a celebrar a data de forma tradicional, como Jesus resistiu às tentações e entrou em Jerusalém.
“Entendemos que este é um momento em que o povo volta a retomar as suas actividades orando e crendo em Cristo. Estes dois anos foram difíceis e, neste momento, colhemos os resultados do esforço dos moçambicanos, que cumpriram as medidas de prevenção”, disse Jorge Chacate, um dos crentes da Igreja Anglicana.
Para o Padre Sérgio Bambo, da Igreja Anglicana, o povo de Deus estava já ansioso para entrar com Jesus em Jerusalém, por isso a euforia que os mesmos apresentavam.
Disse que, apesar de as igrejas terem estado fechadas por um tempo, os cultos não pararam, decorriam de forma virtual, até ao Domingo de Ramos, mas nada comparado ao que se viveu ontem.
“Tínhamos muita sede de fazer esta procissão, o povo quer, com isto, celebrar a entrada de Jesus, quer sofrer com a sua morte e voltar a celebrar assim que ressuscitar. Algo do género vivemos com a pandemia e hoje estamos aqui e precisamos aplicar o que aprendemos naquele período, o amor ao próximo e a fé são fundamentais para os cristãos”, considerou o Padre Bambo.
Para os católicos, o ambiente era igual, centenas de crentes caminhavam rumo à Sé Catedral. E, porque era dia de festa, até as vestes condiziam com a efeméride, “os homens de Deus” estavam trajados de vermelho, creme e branco que são cores usadas nas datas festivas.
Dom Francisco Chimoio foi quem presidiu a missa e deixou claro que há aspectos que o povo de Deus precisa de ter em conta.
“O coração humano tem duas realidades, há uma ocasião em que prometemos mil e uma coisas, mas, quando chega o momento em que se deve pôr em prática, volta, então vamos pedir, nesta Semana Santa, que saibamos enterrar a negatividade que está dentro de nós”, instruiu o Arcebispo de Maputo.
Num momento em que a igreja retoma a normalidade, a Catedral ficou pequena para receber todos aqueles que queriam viver o momento.
O Domingo de Ramos representa, ainda, o início da Semana Santa que termina com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, no Domingo de Páscoa.