Em Moçambique, os operadores petrolíferos já se ressentem dos impactos causados pela crise militar entre a Ucrânia e Rússia. A Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL) diz que nos próximos dias pode haver dificuldades na reposição de stocks de combustível.
O preço do barril de petróleo não pára de subir, estando agora fixado em 105 dólares. Desta vez, a situação foi precipitada pela invasão militar russa à Ucrânia.
No País, a situação já está a inquietar aos fornecedores de combustíveis, segundo disse Ricardo Cumbe, secretário-geral da Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas.
“O conflito entre a Rússia e Ucrânia já se faz sentir no país. Estamos a falar de combustíveis, mas há outras commodities de que Moçambique depende para a importação”, disse Ricardo Cumbe.
A agremiação teme que a situação interfira na reposição do stock de combustível no mercado nacional e complicar o cumprimento do contrato que os fornecedores de combustível têm com o Governo.
“Uma boa parte dos operadores não conseguiu fazer as importações à luz do contrato, que previa trazer ao país 215 mil toneladas de combustível. Essa encomenda poderá não vir nesta magnitude que se deseja, dada a incapacidade de os operadores fazer emissões de garantia que sustentam a mercadoria”, explicou.
A Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas prevê o aumento do preço de combustível e, consequentemente, de outros produtos, mas avança algumas soluções.
“A subida dos preços não é uma projecção, mas sim uma realidade, uma vez que os custos que estão no mercado já estão a aumentar significativamente. O que neste momento não está a acontecer é que a situação não está a se fazer sentir no bolso do consumidor, pois as empresas petrolíferas é que estão a suportar os encargos”, afirmou Cumbe.
“Uma das medidas que durante a pandemia aprendemos é o referimento dos pagamentos dos impostos, que nós, enquanto um sector, sentimos que já estamos com algumas dificuldades de fazer, pois os nossos cash-flow, ou seja, receitas já estão em vermelho”, afirmou Ricardo Cumbe.
Apesar dos receios, a organização garante o abastecimento do combustível no país, enquanto for possível.