Moradores do bairro Ngolhoza, no município da Matola, vivem dias difíceis, devido a onda de criminalidade. Os malfeitores assaltam e atacam as vítimas com armas brancas e de fogo.
Telma Banze é moradora do bairro Ngolhoza, há três anos. Veio da província de Inhambane para tentar a vida ao lado das suas duas irmãs. Sobrevive na base de venda de verduras no mercado grossista do Zimpeto, mas há duas semanas viu a sua moral cortada por malfeitores.
“Quando cheguei ao fim do muro, nas proximidades da subida que dá acesso à paragem, parei para localizar a minha companheira. De repente, vejo um moço e quando tento ceder a passagem, ele disse para mim: espera não faça barulho”, contou Telma Banze.
Telma Banze conta ter vivido momentos de grande aflição após desobedecer o comando do criminoso, que tentava retirar o seu celular e dinheiro.
“Quando me apercebi que ele já havia me batido duramente na cabeça, tentei escapar, mas deu-me uma rasteira e caí de costas. De seguida, pisou-me a costela e tirou uma capinadeira com a qual desferiu-me golpes e comecei a pedir socorro”, relatou.
A vítima conta, ainda, que conseguiu escapar do malfeitor e retornou à casa.
“Quando cheguei perto de casa, tentei colocar os dedos na cara e apercebi-me que os dedos entravam para dentro, uma vez que ele havia me rasgado. As narinas haviam deslocado. Durante o grito de socorro podia sentir se se movimentava para baixo e para cima, com isso continuei a busca por ajuda e encontrei um carro que me levou até ao Zimpeto, mas não fui logo socorrida”, disse Banze.
Telma Banze é uma das quatro vítimas de malfeitores que em menos de duas semanas aterrorizaram Ngolhosa.
Segundo a comunidade, os criminosos agem sem piedade e parecem escolher a dedo as suas vítimas.
“Se os homens demonstram medo e pânico, para as mulheres a situação é ainda pior, principalmente as que vivem sem nenhum homem na família, que possa ajudar na protecção da família”, relatou Alfredo Neto, residente de Ngolhoza.