Segurança no mar, que inclui pirataria marítima, pesca ilegal e lixo marinho, é um dos vários temas levados a debate durante a segunda edição da conferência “Crescendo Azul”, que vai juntar, em Vilankulo, pesquisadores nacionais e estrangeiros, investidores e políticos para, mais uma vez, partilhar conhecimento e concertação no contexto dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.
O Governo moçambicano tem levado a cabo várias acções dentro e fora do país para fortalecer a segurança da costa marítima e preservar os abundantes recursos marinhos. A ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Augusta Maíta, disse hoje, em Maputo, que a protecção da costa é um dos grandes desafios das autoridades governamentais que vão procurar, durante a conferência “Crescendo Azul”, buscar concertações junto de parceiros e países vizinhos.
“Nós sabemos que há ameaças, como disse não do ponto de vista de segurança, não só na questão de rota ou tráfico de drogas no canal de Moçambique, mas também a questão da pesca ilegal que, neste momento, é uma das que mais tem concentrado a atenção, sobretudo nos países da região.”
A governante acrescentou que “a nossa expectativa em relação a esta temática é continuarmos a ouvir experiências e também algum tipo de compromisso adicional sobre como se pode continuar a apoiar Moçambique. Quando falamos de apoio, falamos de apoio multiforme, porque parece que só estamos a indicar só o financeiro, mas, mais do que ajuda monetária, é preciso apoio técnico”.
Quanto à proliferação do lixo marinho, a governante diz que o país já se ressente do fenómeno que tem afectado o mundo, pelo que, segundo avançou, há projectos em curso, visando travar a situação na costa e nos rios nacionais. “E ao nível do Governo e através do fundo a que fiz referência, temos um programa específico sobre o lixo marinho, que estamos a desenvolver em associação com o nosso parceiro do Banco Mundial que é tentar, dentro daquilo que é a lógica da economia, resgatar esse lixo marinho e dar outra utilidade, produzindo outros novos produtos.”
Ainda hoje, o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas convocou a imprensa para partilhar o ponto de situação da segunda edição da conferência “Crescendo Azul”, que vai decorrer de 18 e 19 do mês em curso, em Vilankulo, sob o lema “Investir na saúde do oceano é investir no futuro do planeta”, e vai contar com 1000 participantes num formato híbrido, cerca de 400 presenciais e outros de forma virtual.
Augusta Maíta avançou as principais temáticas a discutir. “O evento vai abordar assuntos dos oceanos em quatro áreas residentes, nomeadamente, governação e sustentabilidade do oceano; oceano e inovação; rotas de oceano; e energia do oceano.”
Refira-se que o mundo assumiu, no contexto dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, proteger a vida marinha, tanto que até há várias recomendações e metas. Uma das quais preconiza que, até 2030, se devem aumentar os benefícios económicos para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos, a partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive através de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo.