Complica-se a negociação das dívidas ocultas entre os credores e o Governo de Moçambique. Depois do Ministro das Finanças, Adriano Maleiane, ter, esta terça-feira, apresentado, em Londres, o plano de restruturação da dívida, pedindo aos credores mais tempo para pagar as dívidas e a redução das taxas de juros em 50%, os titulares da dívida chumbaram a proposta, tendo-a considerado inviável.
De acordo com a agência Ruters, o grupo dos credores da dívida de Moçambique, avaliada em 2.1 biliões de dólares, rejeitaram os três cenários apresentados por Maleiane que visavam restruturar a dívida num intervalo que varia de 8 a 16 anos.
De acordo com a Reuters, os credores dizem-se mesmo desapontados pelo facto de o Governo moçambicano prever pagamentos apenas depois de 2022, altura prevista para o arranque da exploração do gás natural.
Segundo Philipe Blackwood, director executivo da empresa dinamarquesa EM QUEST: “Se for o caso de aliviar a dor e angústia da dívida, nos próximos cinco a sete anos, os investidores podem dar esse alívio, mas assim que o projecto de exploração de gás entrar em acão, os ganhos deviam ser usados para redução da pobreza, bem como para compensar os investidores que ajudaram a superar a crise”.
Adriano Maleiane volta a reunir-se nesta quarta-feira com os credores, devendo receber oficialmente a resposta dos credores.