Estados membros da Comunidade de países de Língua Portuguesa, CPLP, desembolsam cerca 800 mil euros o equivalente a cerca de 64 milhões de meticais para apoiar a reconstrução pós o ciclone idai que fustigou o centro do país no ano passado.
O ciclone Idai teve origem numa depressão tropical que se formou na costa leste do nosso país no início do mês de Março e ganhou força à medida que dirigia para o continente, alcançando ventos até 177 quilômetros por hora e chegando ao litoral de Moçambique e no começo da noite de quinta-feira, 14 de Março de 2019 fez estragos.
Dez meses depois da passagem do idai pelo centro do país houve registo de destruição e mortes, o seu impacto continua presente em todos sectores da vida. Os afectados continuam com a imagem viva do que ocorreu em Março. Famílias perderam tudo o que haviam conquistado ao longo dos tempos. Infra-estruturas públicas e privadas sucumbiram com a brutalidade da natureza. O tecido social e económico ficou seriamente afectado.
A seguir aquela calamidade, realizou-se na cidade da Beira a conferência internacional de doadores visando angariar dinheiro para a reconstrução pós ciclone. E é nesse âmbito que a CPLP mobilizou-se e conseguiu angariar junto dos seus membros e parceiros valores monetários que serão canalizados ao Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclone.
Para o efeito, a cidade de Maputo foi palco esta quinta-feira de assinatura de protocolo que estabelece o acesso dos cerca dos oitocentos mil euros. Francisco Pereira que dirige o Gabinete de reconstrução pós ciclone, disse que já foram canalizados até ao momento menos de 100 milhões de dólares americanos.
“Dizemos que entraram menos de 100 milhões de dólares, 65 do Banco Mundial, outros tantos de organizações não-governamentais particularmente na área da saúde e da educação. Mas maior parte dos fundos será disponibilizado a partir deste ano 2020, 2021, e por aí em diante, mas nós temos o compromisso de a partir deste ano através de relatórios trimestrais dar a conhecer aquilo que entrou, aquilo que se gastou e os resultados que obtivemos”.
O secretário executivo da CPLP, Francisco ribeiro Telles, diz ser esta uma iniciativa pioneira da organização que culminou com a instituição de um fundo especial para apoiar Moçambique após a passagem do ciclone idai.
“Mas é um fundo que não se esgota aqui. Queria assinalar por um lado que é um acto, uma iniciativa inédita em socorro dum Estado membro. No fim das contas a CPLP é um catalisador de solidariedade entre seus Estados membros e queremos manifestar a nossa solidariedade com Moçambique. Referir também que este envelope financeiro não é um envelope fechado continuamos à espera de mais contribuições”.
O Director executivo do Gabinete de Reconstrução pós ciclone, Francisco Pereira disse que o valor acabado de chegar será canalizado para a reconstrução de infra estruturas de apoio ao alojamento das populações mais carenciadas. Pereira disse ainda que o gabinete que dirige montou um sistema de controlo financeiro para garantir transparência no uso do dinheiro que chega à aquela instituição.