Moçambique já contabiliza 28 casos de COVID-19. Dos sete novos casos, cinco infectados são moçambicanos, um ucraniano e outro italiano. Do total de 28 casos, 20 são de transmissão local e oito importados.
Os sete novos casos resultam da investigação que está a ser feita em Cabo Delgado, onde o primeiro cidadão infectado passou a doença a outras nove pessoas e estas infectaram a mais sete.
“Foram testados 762 suspeitos, dos quais 79 casos nas últimas 24 horas e dos novos casos testados, 72 revelaram-se negativos e sete positivos para a COVID-19”, anunciou Rosa Marlene, directora Nacional de Saúde Pública.
Dada a gravidade da situação, o sector da Saúde anunciou o arranque do mapeamento da terceira rede de contactos do primeiro cidadão infectado que esteve em Cabo Delgado.
“Foram colhidas até ao momento 49 amostras de um total de 76 contactos em seguimento em Cabo Delgado”, explica o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde, que esteve também na conferência de imprensa de ontem, para depois acrescentar que “27 amostras estão neste momento estão a ser colhidas pelas equipas que estão no terreno e essas amostras serão enviadas (a Maputo) amanhã e serão testadas na quinta-feira”.
No mundo fora, 1929 casos já foram registados, dos quais mais de 72 mil registados de segunda para esta terça-feira. As mortes ascendem para mais de 119 mil, sendo que mais de cinco mil foram registados dentro de 24 horas. A pandemia continua a ganhar proporções alarmantes também em África, onde 816 pessoas morreram e há 15249 infectados.
80 Por cento de casos de COVID-19 passam despercebidos
Já era recomendado que se evitasse locais de aglomerações, como mercados e transportes de passageiros, ou que se usasse máscaras quando se está nelas. Mas hoje, a directora Nacional de Saúde Pública veio estender o raio de locais a serem evitados. O hospital, onde as pessoas vão a busca de saúde, deve agora ser também evitado, salvo situações de maior necessidade.
Para situações menos alarmantes de saúde, que não estejam relacionadas com a COVID-19, Rosa Marlene diz que é preciso que se contacte “o provedor de saúde” e diz que há contactos dos hospitais a serem disponibilizados para o efeito.
Esta ida aos hospitais deve ser evitada, principalmente, pelas pessoas com mais de 60 anos, porquanto “a informação disponível sobre a COVID-19 mostra que as pessoas com uma idade superior a 60 anos e pessoas com doenças crónicas como HIV/SIDA, doenças pulmonares, asma moderada ou elevada, a tuberculose, as doenças cardíacas que entre nós se manifestam muitas vezes com hipertensão arterial, obesidade, diabetes, entre outras são factores de risco para se contrair e desenvolver a COVID-19”.
“É realmente para prevenirmos. Cerca de 80 por cento das infecções por COVID-19 passam despercebidas”, refere a responsável da Direcção Nacional de Saúde Pública, acrescentando que “obviamente nós só testamos aqueles casos que tem um certo de critério de testagem. A possibilidade de a pessoa contrair uma infecção está lá”.