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Subiu para 21 o número de casos positivos do novo Coronavírus em Moçambique. O vigésimo primeiro infectado é um cidadão australiano testado nas últimas 24 horas. É mais um caso de pessoas que mantiveram contacto com a pessoa infectada em Cabo Delgado.

 

O Ministério da Saúde testou, nas últimas 24 horas, 26 pessoas suspeitas por terem mantido contacto com o moçambicano infectado pela COVID-19, em Cabo Delgado. Como resultado, mais uma pessoa entrou na lista dos infectados.

Os 26 suspeitos fazem parte dos 91 contactos dos 9 casos positivos apurados em Cabo Delgado. Desses contactos, 73 aconteceram no centro de Afungi, três em Pemba e os restantes 15 tiveram lugar em Maputo. Todos eles estão em quarentena domiciliária.

Entretanto, há ainda um suspeito do centro de Afungi que tinha regressado à sua residência em Mocuba, província da Zambézia, cuja amostra teve resultado negativo.

Assim, são ao todo 21 caso positivos, já registados no país, dos quais 13 de transmissão local e oito importados. De acordo com o MISAU, todos apresentam sintomas ligeiros.

Entretanto, o Ministério da Saúde mostra-se preocupado com os cidadãos moçambicanos que continuam a ignorar as medidas de prevenção e apela ao uso constante das máscaras.

O país testou até este domingo 679 suspeitos, dos quais, 203 encontram-se em quarentena domiciliária e recebem acompanhamento dos técnicos de saúde.

 

 

 

Nem mesmo a COVID-19 parou a habitual Feira no Mercado de Guiua, em Jangamo. Milhares de pessoas dos distritos de Jangamo e Inhambane, juntam-se no local 2 vezes por semanas, para vender e comprar, porém, sem máscaras e muito próximas umas das outras.

Para disfarçar há quem quando interpelado pelo “O Pais" puxou um pouco da sua capulana. Uma dessas pessoas é a senhora Cacilda Rafael que disse ainda não ter comprado a máscara e por isso optou pela capulana.

Mas nem tudo vai mal por naquele mercado, pois entre vendedores e compradores há quem decidiu usar a máscara de protecção e outros que na falta dela partiram para o improviso, falando o nariz e a boca com um lenço da cabeça enquanto aguarda pela máscara que encomendaram com os costureiros.

A entrada do mercado não há água e sabão para a higienização, mas o gestor do mesmo diz que aos poucos vão melhorando a situação.

Jacinto Macamo é gestor do mercado e diz que na falta de recipientes para colocação de água, a orientação é que cada vendedor leve consigo uma garrafa que contém água e sabão, a através da qual os clientes podem higienizar as mãos.

Depois das compras, o autocarro de passageiros é para a muitos o único meio de transporte acessível, porém, o que não está acessível para todos são as máscaras de proteção.

 

A concessionária dos terminais de contentores e de carga geral do Porto da Beira, Cornelder Moçambique está a desenvolver desde a semana finda, um projecto de produção local de máscaras e viseiras, para o reforço das medidas de protecção da pandemia do novo coronavírus.

Denominado, “Juntos Contra a COVID-19”, o projecto envolve associações sem fins lucrativos vocacionadas em actividades de corte e costura, seguindo as últimas recomendações emitidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os decretos produzidos pelo Governo no âmbito do Estado de Emergência.

A empresa informa que numa primeira fase, adquiriu 60 máquinas de costura, entregues a título definitivo a seis associações, nomeadamente, Young Africa, Renascer do Sol, Restaurando Sonhos e as Paróquias São José da Munhava, Macuti e Matacuane, que receberam também matéria-prima para a produção de duas mil máscaras e viseiras de protecção por dia.

O material será distribuído gratuitamente em sectores onde há um grande potencial de propagação, como mercados formais e informais, transportes colectivos e semi-colectivos, transportadores de carga, profissionais de comunicação social e outros agentes públicos que trabalham, directamente, com a população.

O administrador delegado da Cornelder, Jan de Vries, assegura que de forma preventiva este projecto pretende estar à frente de uma não desejável, mas eventual eclosão massiva de casos da doença no país e as soluções locais são recomendadas, quando se sabe das carências deste tipo de equipamentos de protecção em todo o mundo.

“Sabemos que até então não houve registo de nenhum caso de infecção pelo novo coronavírus na Cidade da Beira, mas a experiência dos outros países nos ensina que, provavelmente, trata-se de uma questão de tempo, então temos que nos antecipar e cortar esta cadeia de propagação, antes mesmo de começar. Neste projecto, deverão inicialmente ser contempladas as pessoas que, pela natureza do seu trabalho, estão em contacto frequente com várias pessoas”, concluiu.

A Cornelder de Moçambique, ainda no âmbito do combate à pandemia, canalizou recentemente apoio diverso ao Hospital Central da Beira, concretamente o fornecimento de tanques e baldes para lavagem das mãos e diverso equipamento de protecção.

 

O governador da Zambézia Pio Matos, apela as igrejas na província a continuarem no esforço de prevenção da COVID-19, medidas impostas pelo governo no âmbito de Estado de Emergência.

O governante que falava por ocasião da celebração da santa Páscoa, data importante do calendário litúrgico cristão este domingo, chama igualmente atenção para a necessidade da solidariedade, paz e reconciliação nacional no seio dos moçambicanos.

“Quero recordar a todos sobre as principais medidas de prevenção desta doença que consiste no seguinte, lavar constantemente as mãos com água e sabão, praticar etiqueta da tosse, manter o distanciamento social de pelo menos um metro e meio e sempre que possível manter-se em casa e evitar estar em lugares com aglomeração de pessoas” disse Pio Matos.

Já Dom Hilario Massinga, Bispo da diocese de Quelimane referiu que “da mesma maneira como estamos posicionados nas nossas casas, nas nossas famílias, aproveitemos este tempo para colocar a consciência no lugar, sermos obedientes naquilo que nos é dito por forma a preservação da nossa saúde e dos outros para que possamos vencer esta pandemia”.

Nas últimas 24horas, as autoridades não registaram novos casos da COVID-19 a nível nacional.

Com os dados deste sábado o país continua com vinte casos positivos.

As amostras para testagem do novo coronavírus continuam a chegar no Instituto Nacional da Saúde.
Dos catorze casos que foram submetidos ao teste nas últimas 24 horas, todos foram negativos para a Covid-19.

Com vista a conter toda a cadeia de transmissão o director Geral adjunto do Instituto Nacional garante que o sector continua a monitorar todos os contactos do paciente que viajou da província de Cabo Delgado para Maputo.

O Instituto Nacional da Saúde reitera o apelo para o reforço das medidas de prevenção contra a COVID-19 que já matou milhares de pessoas em todo o mundo.

Calendário escolar no país vai sofrer alterações devido à vigência do Estado de Emergência causado pela pandemia da COVID-19, segundo a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua. A governante defende, por outro lado, a necessidade de os pais e encarregados de educação encontrarem entendimento no pagamento das propinas junto das escolas privadas.

O sector da educação está, a trabalhar no calendário escolar, de modo a compensar o período em que os alunos de todos subsistemas de ensino estão sem aulas presencias. A informação foi avançada pela ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua.
“Estamos atentos, estamos a trabalhar, é justo que efectivamente se faça o reajuste do calendário anual”.

A titular da pasta de educação fez saber que a estratégia do sector, neste momento, em que as aulas estão suspensas devido ao Coronavírus, passa pela aposta na Telescola e no uso das tecnologias de informação e comunicação.

“Neste momento há um treinamento que está a ser feito aos professores no sentido de que esses professores possam se preparar cada vez mais para que as crianças não possam ficar em casa sem aulas, porque elas não estão de férias”.

Quanto à polémica a volta do pagamento ou não das propinas dos alunos da escola privadas, Carmelita Namashulua diz que a competência do Governo é mais pela lecionação e cumprimento dos conteúdos pedagógicos e nãos intervém nos contratos entre as escolas e os pais ou encarregado de educação.

“Em relação ao ensino privado a nossa competência vai até aos conteúdos pedagógico, essa é a responsabilidade primária do governo. Só o entendimento entre as partes é que vai ajudar a encontrar uma plataforma de entendimento”.

E em relação a contratação de professores para o presente ano lectivo as necessidades do sector apontavam para a contratação de 12 mil professores mas devido a situação económica do país não foi possível contratar esse número e foram contratados, segundo a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano 8360 professores.

Quanto a gratuidade do ensino básico a ministra fez saber que a isenção das taxas de matrículas escolares é da 1ª até a 6ª classes sendo que de 7ª a 9ª paga-se as taxas de matrículas e também quanto a gratuidade do livro é para as primeiras seis classes e a 7ª, 8ª e 9ª não estão abrangidas.

A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano esteve, este sábado, na terceira Comissão da Assembleia da República para responder às perguntas dos deputados na sequência da recolha de subsídios em torno das propostas do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2020.

 

Com vista a evitar o máximo possível o alastramento da COVID-19, o Governo angolano vai prorrogar o Estado de Emergência por duas semanas, entre os dias 11 e 25 de Abril.

O Chefe do Estado angolano, João Lourenço, prorrogou a medida depois da aprovação do parlamento, por unanimidade.

O Governo aprovou ainda um pacote de ajuda às micro, pequenas e médias empresas do tecido produtivo, para fazer face à crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 e pela queda do preço do petróleo.

O Estado de Emergência em Angola foi declarado no dia 25 de Março com entrada em vigor a partir das 00:00 de 27 de Março.

O arcebispo da Beira defendeu a necessidade de todos os moçambicanos colocarem de parte  as suas opções  religiosas e políticas, assim como objectivos económicos e de forma solidária unirem-se na luta contra a COVID-19  de forma responsável e a não darem espaço ao medo.

“O medo do nosso próximo e da doença, pode levar-nos a tomar decisões erradas e em vez de nos prevenirmos da COVID-19, criarmos condições para a sua rápida propagação e condicionarmos a forma de viver de milhões de compatriotas. O mais importante neste momento é sermos responsáveis e seguir com rigor tudo o que estiver ao nosso alcance para que a doença não passe de uma pessoa para outra e de uma casa para outra, disse o arcebispo da Beira, Dom Cláudio Dalla Zuanna

Dom Cláudio Dalla Zuanna,  referiu que o mundo vive neste momento uma relação social atípica onde a saúde de cada um esta sob responsabilidade do seu próximo.

“Temos que evitar todos os contactos que não são necessários. Este não é o momento para irmos partilhar com os amigos um copo ou passearmos juntos como forma de mostrar o nosso afecto. É momento de mantermos distâncias sociais e fazermos apenas o que é estritamente necessário”.

O Arcebispo da Beira falava ao “O País” por ocasião desta semana santa, uma semana central da fé dos cristãos onde  celebram a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É na páscoa onde os cristãos  repisam os caminhos de amor, entrega e solidariedade, caminhos que Dom Cláudio Dalla Zuanna  quer ver a serem seguidos por todos os moçambicanos.

“O martírio  que Jesus viveu na sua Páscoa,  últimos dias da sua vida e que nós celebramos nesta semana, são o caminho para enfrentarmos esta pandemia. Vamos assumir com responsabilidade este momento difícil que poderá nos ajudar a crescer como um país e com uma  maior coesão em torno daquilo que efectivamente nos une. Feliz Páscoa para todos!"

 

 

 

O estado de isolamento de 21 dias imposto sobre o povo sul-africano vai ser estendido por mais duas semanas, anunciou esta quinta-feira, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Ramaphosa acrescentou que as medidas de isolamento têm surtido efeito, entre eles, a redução de casos confirmados diariamente de 42% antes de “lockdown” para 4%. Actualmente, África do Sul conta com cerca de dois mil casos confirmados e 18 óbitos.

Para reavivar a economia, o governo sul-africano compromete-se a doar um terço do seu salário para o Fundo de Solidariedade. Já o Projecto Nacional de Ventiladores vai mobilizar os recursos dos sectores público e privado para fabricar ventiladores mecânicos importantes na recuperação dos pacientes da COVID-19 em estado grave.

Embora a situação na África do Sul tenda a abrandar, o Instituto Nacional de Doenças Comunicáveis receia que o pior esteja por vir devido à aproximação do inverno.

 

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