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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, realizou esta terça-feira o segundo teste do novo Coronavírus, e o resultado foi positivo. A informação foi confirmada pelo mandatário à CNN Brasil nesta quarta-feira.

Passaram oito dias desde que o presidente brasileiro testou positivo para o novo coronavírus pela primeira vez.

Segundo a CNN Brasil, o Presidente ainda está infectado pelo novo Coronavírus, mas não apresenta sintomas.
Em declarações à CNN Brasil, Bolsonaro garantiu não ter febre desde o dia 6, nem falta de ar ou de paladar. Além do teste ao novo coronavírus, o presidente realizou também análises sanguíneas e um exame ao coração que, de acordo com o próprio, apresentaram resultados normais.

O Chefe de Estado brasileiro admite ainda que continua a tomar hidroxicloroquina, um antiviral cuja eficácia contra o SARS-CoV-2 ainda não está comprovada.

Novamente, Bolsonaro garantiu que a utilização da hidroxicloroquina tem dado resultados positivos, por mais que não seja cientificamente comprovado que o remédio é eficaz contra a COVID-19.

Desde que testou positivo à Covid-19, no passado dia 7 de junho, Bolsonaro está em isolamento no Palácio da Alvorada, a sua residência oficial. Na conferência de imprensa que realizou nesse mesmo dia, o presidente desvalorizou o diagnóstico.

Depois das cidades de Nampula, Beira e Maputo as cidades de Quelimane e Tete passam igualmente a diagnosticar a COVID-19, 19 usando equipamento do tipo GeneXpert.

 

A informação foi avançada, hoje em Maputo, pelo Ministro da Saúde, Armindo Tiago, que não detalhou o facto, mas avançou que a descentralização dos locais de testagem continuará para a cidade de Pemba, nos próximos dias.

O ministro falava depois ter recebido da Total, 12.500 kits de recolha de amostras, 6000 reagentes para a testagem da COVID-19.

Para o ministro a oferta desse material chega numa altura que, com a descentralização dos laboratórios de testagem, aumentam as necessidades de material para a colheita de amostras, assim como dos reagentes para a realização da testagem.

“Este material que acabamos de receber, constitui uma contribuição importante para o fortalecimento da capacidade de diagnóstico laboratorial da COVID-19 no nosso país. Este apoio reveste-se de importância particular, sobretudo considerando a escassez internacional destes materiais”, disse.

Com esta doação, a Total junta-se a outras empresas que tem vindo a apoiar o estado na capacidade de testagem da COVID-19, bem como no fortalecimento das medidas de prevenção.

Segundo o Director Geral da Total em Moçambique Ronan Bescond “o apoio entregue vai reforçar a capacidade de colheira de amostras dos pacientes suspeitos da infecção, pelo SARS-COV-2 a nível das unidades sanitárias e dos postos sentinelas, e de processamento laboratorial das amostras para a confirmação do diagnóstico da COVID-19”.

Com o apoio da Total e outros parceiros à resposta contra COVID-19 inclui a entrega de 12 mil máscaras, 15 termómetros infra-vermelhos, 30 bombas de pulverização as autoridades de Cabo Delgado, segunda província mais afectada pela Covid-19 no país.

Está ainda em curso a reabilitação de uma enfermaria de 50 camas do Hospital Provincial de Pemba, destinada ao isolamento de doentes de COVID-19.

Dos novos casos suspeitos testados, 744 foram negativos e 62 foram positivos para COVID-19. O País tem cumulativamente 1330 casos positivos registados, sendo 1195 de transmissão local e 135 casos importados.

 

Moçambique testou cumulativamente 42.551 casos suspeitos, dos quais 806 nas últimas 24 horas. Destes, 805 foram testados em laboratórios do sector público e 1 em laboratórios do sector privado.

Das amostras testadas nas últimas 24h, 1 provêm da Província de Niassa, 83 de Cabo Delgado, 66 de Nampula, 5 da Zambézia, 113 de Tete, 50 de Manica, 131 de Sofala, 76 de Inhambane, 237 da Província de Maputo e 42 da Cidade de Maputo. A amostra testada em laboratório do sector privado provém da Cidade de Maputo.

Os casos novos hoje reportados incluem 60 indivíduos de nacionalidade moçambicana e 2 indivíduos de nacionalidade Indiana. Destes, registamos 50 casos de transmissão local e 12 casos importados.

Moçambique continua com um cumulativo de 30 indivíduos internados devido a COVID-19. Destes, 7 estão sob cuidados hospitalares. Os mesmos padecem de patologias crônicas diversas, associadas a COVID-19.

Nas últimas 24 horas, o país registou mais dois casos totalmente recuperados da COVID-19; um (01) na Província de Cabo Delgado e um (01) na Província de Sofala. Trata-se de indivíduos de nacionalidade moçambicana, que cumpriram com isolamento domiciliar durante o período da doença.

O país conta actualmente com 375 pacientes totalmente recuperados, nove óbitos devido a COVID-19 e dois (2) óbito por outras causas.

Uma das seis escolas Secundárias não vai retomar aula por falta de condições de prevenção da COVID-19 em Quelimane, na Zambézia.

Trata-se da Escola Secundária Geral de Coalane localizada arredores da cidade de Quelimane por não apresentar condições exigidas no âmbito da prevenção da COVID-19, para retoma das aulas no próximo dia 27 do mês em curso, tal como deu a conhecer o administrador distrital Eduardo Vida.

Eduardo Vida, referiu que das seis escolas previstas que deviam entrar em funcionamento, “a escola Secundária-Geral de Coalane apresenta sérios problemas com destaque para o fornecimento água e saneamento”.

De acordo com o dirigente, a decisão de não retoma das actividades lectivas, serão levantadas assim que forem criadas todas as condições necessárias na escola para que os alunos não vivam situações propícias para contaminação do novo Coronavírus.

Cada uma das escolas que vai retomar o processo lectivo em Quelimane, teve que aplicar fundos próprios para melhorar sistemas de saneamento e abastecimento de água.

O facto de o governo não ter alocado apoios financeiros, comprometeu trabalhos de melhoramento de fornecimento de água e saneamento na Escola Secundária Geral de Coalane.

Moçambicanos residentes na vizinha “terra do rand” relatam vida difícil devido ao impacto da crise causada pela pandemia do novo Coronavírus nas suas vidas. Muitos enfrentam dificuldades pagar renda e outras despesas

Responsável por cerca de 40% dos casos de COVID-19 do continente africano, a África do Sul continua a ser, de longe, o país mais afectado do continente, o quinto com mais casos activos no mundo e o quarto na lista dos países com maior número de novas infecções por dia.

Com um cumulativo de 287 mil casos do novo Coronavírus e uma situação de transmissão comunitária em quase todas as províncias, a pandemia já tirou a vida a 4 172 pessoas, desde o registo do primeiro caso positivo há cerca de quatro meses. E é naquele país vizinho, onde vive o maior número da diáspora moçambicana, ou seja, a maior comunidade de moçambicanos fora do território nacional, cerca de dois milhões de pessoas.

Felizmente, não há informação oficial de vítimas moçambicanas. Entretanto, as medidas de restrição para a pre-venção da propagação do vírus tiveram grande impacto sobre as fontes de renda.

Da província de Gautent, uma das mais afectada pela pandemia, duas compatriotas descrevem a sua situação. “Estou aqui a trabalhar no Mande-la Square (cidade de Sandton). O negócio baixou em quase 85 por cento, estamos a tentar sobreviver de todas as maneiras”, disse Sheila Gabí, uma moçambicana que vive há anos na África do Sul, acrescentando que “há muitos moçambicanos a passarem dificuldades. Temos que ter muito cuidados e cautela em todos os aspectos”.

Outra moçambicana relata que o Executivo ajudam no pagamento de algumas despesas, entretanto o apoio está a chegar ao fim. “A economia foi muito afectada, muito mesmo. O Governo tentou a ajudar a pagar as nossas con-tas para tentar manter a nossa maneira de viver. Deram-nos três meses sem pagar as nossas contas mas agora está quase tudo a acabar”, explica Dolores Joseph, para quem, com a prorrogação do Estado de Calamidade esta se-mana, o futuro continua uma incerteza.

 

PROBLEMA É A FALTA DE RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL
A partir da Cidade do Cabo, uma das zonas mais afectadas pela pandemia do novo coronavírus na África do Sul, Paindane Henrique, moçambicano residente naquele país, revela ao jornal “O País” que a grande fragilidade dos esforços do Governo de Ciryl Ramaphosa no combate a COVID-19 é o comportamento humano.

“Porque a responsabilidade individual não está a ser cumprida, o Governo vai tomar mais medidas e mais me-didas e isto vai tornar-se um ciclo vicioso. O Executivo acaba cometendo erros por causa da pressão do factor humano. A continuar assim, mas medidas tomadas na última prorrogação do Estado de Calamidade não vão con-ter o ritmo de crescimento dos casos positivos”.

Por existirem algumas semelhanças entre Moçambique e África do Sul, quanto aos desafios socioeconómicos com os quais a pandemia encontrou os países, Henrique entende que Maputo deve tirar algumas lições de Pretó-ria.

“Isto não está só do lado do Governo ou do sector privado, mas tem muito a ver com o indivíduo. Se as escolas reabrem e as pessoas não se cuidam não há outra coisa a fazer senão fechar. A diferença entre os dois países, na minha opinião é que há muita consciência dos moçambicanos sobre a importância de lutar contra esta pandemia”, terminou Henrique.

Quarenta e nove pessoas testaram positivo ao novo Coronavírus e engrossaram o número de pacientes com esta doença no país, para 1268. O número indivíduos internados também subiu de cinco para sete. Todavia, há registo de quatro pacientes curados.

Os novos casos da COVID-19, reportados esta terça-feira, foram diagnosticados em 835 cidadãos suspeitos e testados em laboratórios público (46) e privado (03).

Com mais 49 casos, o país tem cumulativamente de 1.268 indivíduos positivos, sendo 1.145 de transmissão local e 123 casos importados, de acordo com a recente actualização sobre a pandemia no país e no mundo.

Das novas infecções, segundo a Direcção Nacional de Saúde Pública, há 47 moçambicanos e dois cidadãos da Índia e África do Sul. Todos foram descobertos por via da vigilância nos hospitais e do rastreio de contactos de casos positivos.

A província de Cabo Delgado, que durante alguns dias esteve em segundo, voltou a ser a que tem mais gente (353) com Coronavírus ao registar nove novas infecções na cidade de Pemba. Este ponto do norte de Moçambique regista transmissão comunitária da doença, há dias. Entretanto é a província com mais pacientes já considerados livres do vírus que mais mexe com mundo desde Dezembro passado.

Em Nampula, que está em segundo lugar (335) e cuja cidade também vive uma transmissão comunitária, houve quatro casos da COVID-19, refere um comunicado da Direcção Nacional de Saúde Pública, salientando que “todos resultam da vigilância nas unidades sanitárias”.

A província de Maputo, a quarta “mais infectada” (187) no país, registou 25 casos dos 49 ontem anunciados pela Direcção Nacional de Saúde Pública. Destes, 23 foram detectados no posto fronteiriço da Ressano Garcia, um em Tenga e outro no distrito de Boane, numa vigilância às unidades sanitárias.

Na cidade de Maputo, a terceira (212) com mais indivíduos com o novo Coronavírus e onde se detectou o primeiro paciente em Moçambique, houve 11 novos casos, sendo 10 por via da resultam da vigilância nos hospitais e um através do rastreio de contactos de pessoas testadas positivo.

Segundo a Direcção Nacional de Saúde Pública, os 49 novos pacientes “encontram-se em isolamento domiciliário e decorre o processo de mapeamento dos seus contactos”.

Em relação aos internados devido à COVID-19, o país tem um cumulativo de 30 indivíduos, contra 27 reportados na segunda-feira.

A Direcção Nacional de Saúde Pública explicou, no comunicado enviado ao “O País”, que há sete pessoas “sob cuidados hospitalares e os mesmos padecem de patologias crónicas diversas associadas à COVID-19”.

Relativamente às pessoas livres do vírus, aquela instituição do Estado disse que houve registo de mais quatro, sendo um na Zambézia, outro em Inhambane e dois na província de Maputo. Deste modo, actualmente há 373 indivíduos já livres do novo Coronavírus.

Até esta terça-feira, Moçambique rastreou 1.350.192 pessoas para a COVID-19 em diferentes fronteiras. Destas, 22.347 foram submetidas à quarentena domiciliária e neste momento 2.249 ainda se encontram sob esta medida no sentido de evitar a propagação do vírus que já matou nove pessoas.

Desde o começo das actividades que ditaram a descoberta do primeiro paciente com a COVID-19, no dia 22 de Março passado, foram testados 41.745 indivíduos suspeitos.

No continente africano, de acordo com actualização diária do Centro de Controlo de Doenças de África, citada pelas autoridades de saúde moçambicanas, até as primeiras horas de ontem havia um total de 610.807 pessoas com a COVID-19. Destas 13.456 morreram e outras 305.861 recuperaram.

No mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), referenciado pela Direcção Nacional de Saúde Pública em Moçambique, foram registados mais de 13.240.994 casos da COVID-19, dos quais mais de 575.627 óbitos e acima de 7.707.396 recuperadas.

 

Os Estados Unidos se tornaram o epicentro da COVID-19 no mundo. O número de casos diários registados é pavoroso.

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as mortes causadas pela COVID-19 no mundo mostra que a doença nos Estados Unidos e México os números estão a multiplicar-se.

Segundo a OMS, numa altura em que o número total de casos identificados supera os 13 milhões, é preciso falar em responsabilidades políticas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, veio sublinhar que “a pandemia só vai piorar” caso “os governos não comuniquem de forma clara com os cidadãos sobre a estratégia para travar as transmissões e salvar vidas”.

Nos Estados Unidos, a Califórnia registou perto de 9 mil novos casos no espaço de um dia. O governador Gavin Newsom voltou a ordenar encerramento de restaurantes, bares, cinemas, entre outros.

Tudo indica que o Estado do Texas siga o mesmo caminho, depois do agravamento da situação também na Flórida e no Arizona, onde os hospitais estão na iminência do colapso.

Num continente americano que se tornou no epicentro da pandemia, o México assume agora o quarto balanço mais elevado de mortes, mais de 35 mil.

Na Cidade do México, as autoridades estão a preparar um isolamento focado nas zonas mais problemáticas.

Moçambique registou, nas últimas 24 horas, mais 22 novas infecções e 25 casos totalmente recuperados da COVID-19, segundo o comunicado do Ministério da Saúde que “O País” teve acesso.

De acordo com os dados do MISAU, até hoje, em Moçambique foram testados, cumulativamente, 39.948 casos suspeitos, dos quais 857 nas últimas 24 horas. Destes, 613 foram testados em laboratórios do sector público e 244 em laboratórios do sector privado.

Dos 857 casos testados nas últimas 24 horas, 835 foram negativos e 22 foram positivos para COVID-19, elevando para 1.157 o número de casos positivos registados no país. Do número total de infectados 1.070 de transmissão local e 87 casos importados.

Das amostras testadas nas últimas 24h, 1 provêm da Província de Niassa, 99 de Cabo Delgado, 7 de Nampula, 133 da Zambézia, 136 de Tete, 1 de Manica, 87 de Inhambane, 1 de Gaza, 106 da Província de Maputo e 42 da Cidade de Maputo. Das amostras testadas em laboratórios do sector privado, 169 provêm da Província de Cabo Delgado e 75 da Cidade de Maputo. Os casos novos hoje reportados são de nacionalidade moçambicana e encontram-se em isolamento domiciliar.

Ainda de acordo com o comunicado, nas últimas 24 horas, o país registou mais 15 recuperados, totalizando 364 o número de casos totalmente recuperados.

Dos 15 hoje reportados, dez são da Província de Nampula e cinco da Província de Maputo. Trata-se de indivíduos de nacionalidade moçambicana e que cumpriram com isolamento domiciliar durante o período da doença.

Nas últimas 24 horas não houve nenhum registo de mortes. Assim sendo, Moçambique conta actualmente com 364 pacientes totalmente recuperados, 782 casos activos e nove óbitos devido a COVID-19 e dois óbitos por outras causas.

O Brasil é o segundo país mais afectado pelo coronavírus no mundo, com mais de 70 000 mortos até ao momento, dos mais de 1 milhão e 800 casos confirmados. Embora o número de recuperados também seja alto, ultrapassando 1 milhão e duzentos.

Em meio ao número elevado de casos no país latino, está um presidente cuja aparições e intervenções à volta da doença têm criado divisões no seio da opinião pública. Jair Bolsonaro que acusou positivo à doença, tem sido por uns, criticado e, por outros, elogiado, com decisões como a do apoio à hidroxicloroquina para o combate ao vírus, por exemplo. Os brasileiros residentes em Moçambique têm acompanhado com preocupação o desenrolar dos factos.

“O País” conversou com Josias Dias Neves Júnior, arquitecto de profissão e residente em Moçambique há 38 anos, que confessou “desconfiar dos dados que têm sido publicados pelas autoridades de saúde. É tudo politiquice”, expressou o arquitecto.

Josias considera que sua estadia em Moçambique é sua maior salvação para o momento e, para o Brasil, espera situação melhorada.

“Vou voltar ao Brasil para questões de visita. Mas não para viver lá. Estou bem em Moçambique”, afirmou o entrevistado, que lamentou os números elevados no país de origem.

Em anonimato, outra brasileira considerou terrível a situação que o país atravessa, e disse augurar que o quadro não piore.

“Embora ainda não tenhamos cura, acredito que em breve tudo poderá voltar à normalidade. Não apenas no Brasil, mas também em Moçambique, onde temos acompanhado a evolução da doença”, assinalou.
Ainda na condição de anonimato, outra cidadã brasileira disse acreditar que apesar de Bolsonaro ser controverso, suas decisões têm sido acertadas por salvarem a economia.

“Penso que ele tem uma equipa que o apoia na tomada de decisões”, afirmou ao “O País”, sublinhando que “se não tivesse as decisões tomadas, a economia brasileira teria colapsado”.

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