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O novo Coronavírus continua a matar. Desde que iniciou a pandemia já matou mais de sete mil profissionais de saúde no mundo, segundo uma investigação da Amnistia Internacional, citada pelo Observador.

O comunicado da Amnistia Internacional revela que o México é o país que encabeça a lista, com pelo menos 1.320 vítimas, seguido dos EUA com 1.077 e o Reino Unido com 649.

As nações como a Índia com 573 e África do Sul com 240 apresentam mais casos nos últimos meses de vítimas mortais de profissionais de saúde infectados pelo Coronavírus.

“A morte de mais de sete mil pessoas enquanto tentavam salvar outras vidas é uma crise a uma escala impressionante”, afirmou o responsável da Justiça Económica e Social da Amnistia Internacional, Steve Cockburn.

Steve Cockburn defende que “todo o profissional de saúde tem o direito de estar seguro no trabalho e é um escândalo que tantos estejam a pagar o preço mais elevado”.

Cockburn alerta ainda que “tantos meses depois do início da pandemia, os trabalhadores da saúde continuam a morrer a níveis terríveis, em países como México, Brasil e EUA”.

“A rápida disseminação das infecções na África do Sul e Índia mostra a necessidade de todos os Estados agirem. Deve haver cooperação global para garantir que todos os profissionais de saúde recebem equipamentos de proteção adequados, para que possam continuar o seu trabalho vital sem arriscar as próprias vidas”, conclui Steve Cockburn”, sublinhou.

Em 13 de julho a Amnistia Internacional divulgou um relatório onde registava a morte de mais de três mil trabalhadores de saúde por COVID-19.

O relatório mais recente da organização aponta que os últimos números “são impulsionados pelo aumento das taxas de infecção em vários locais, bem como pela disponibilidade de novas fontes de dados”.

O documento realça ainda que os dados nem sempre podem ser diretamente comparáveis devido aos diferentes métodos de recolha usados e às definições dos profissionais de saúde usadas nos vários países.

Para Cockburn “é provável também provável que estes números correspondam a uma estimativa significativamente mais baixa, graças à subnotificação dos casos pelas autoridades nacionais”.

O Ministério da Saúde anunciou hoje a ocorrência de mais dois óbitos resultantes da COVID-19 no país, elevando o cumulativo de mortes resultantes do novo coronavírus para 25.

De acordo com dados disponibilizados através de um comunicado de imprensa emitido esta tarde, a primeira vítima é um paciente de nacionalidade moçambicana, de 63 anos de idade e do sexo feminino.

A mesa “deu entrada em uma unidade sanitária do sector privado no dia 15/08/20, com quadro de doença respiratória grave. Foi testado para o SARS Cov2 no dia 18/08/20 e o resultado saiu positivo no dia 20/08/20.

Durante o seu internamento nos Cuidados Intensivos da Enfermaria de Isolamento da Unidade Hospitalar, evoluiu com persistência do quadro respiratório grave e foi declarado óbito na manhã do dia 30/08/20” indica o comunicado.

A outra vítima é “um paciente de nacionalidade moçambicana, de 67 anos de idade e do sexo masculino. Deu entrada na Unidade dos Cuidados Intensivos do Hospital Central de Maputo no dia 26/08/20, com quadro de doença respiratória grave e doença crónica grave.

Durante o internamento, agravou o seu estado geral e foi declarado óbito no dia 28/08/20. Foi testado para o SARS Cov2 no dia do internamento e o resultado saiu positivo no dia 31/08/20”.

Sobre a evolução da pandemia no país, o MISAU dá conta de mais 78 casos positivos, elevando para 4.117 casos positivos, dos quais, 2.328 (56.5%) estão totalmente recuperados da doença.

Tete vai conhecer nas próximas semanas detalhes precisos sobre o nível e focos de transmissibilidade do Coronavírus na província. O INS lançou hoje o inquérito sero-epidemiológico que visa abranger perto de 4 mil pessoas

O Instituto Nacional de Saúde (INS) lançou ontem, na cidade de Tete, o inquérito sero-epidemiológico da COVID-19. O evento compreendeu dois momentos. O primeiro, no bairro Mateus Sansão Muthemba e, o segundo, no mercado Kwachena.

No bairro Muthemba, a cerimónia contou com a presença de Elisa Zacarias, Secretária de Estado na Província de Tete. Zacarias dirigiu o pedido a uma família do bairro para que o processo tivesse o ponto de partida.

“Queria pedir a permissão da senhora, se aceita para que se proceda com este inquérito”, dirigiu-se a Secretária de Estado à chefe de um agregado familiar, tendo justificado que o processo é muito importante, na medida em que “vai ajudar ao Governo a controlar a doença”. Pedido que foi aceite, para depois os inquiridores seguirem com a colecta de amostras, o que se circunscreveu como a abertura oficial do inquérito.

“Estamos muito satisfeitos porque a população aceitou e o inquérito é bem-vindo na nossa província. Isso vai nos ajudar a identificar as áreas de transmissão e assim ter o maior controlo da pandemia”, disse a dirigente.

Já no mercado Kwachena, César Carvalho acompanhou a equipa do INS. O presidente do município de Tete assistiu a testagem em Mateus Balbino, comerciante de 31 anos de idade, que aceitou ser parte do inquérito.

“Foi bom. É importante para que eu saiba sobre o meu estado de saúde”, disse o inquirido, momentos após ter aceite o pedido de Carvalho para a testagem, tendo acrescentado ainda que o resultado que obtiver vai partilhar com a família, de modo a “aplicar as medidas necessárias, em caso de positivo, ou redobrar a prevenção, em caso de negativo”.

Diante do pronunciamento do inquirido, o autarca de Tete expressou regozijo, ao afirmar: “ficamos satisfeitos porque aquilo que nós fazíamos era o cumprimento das medidas necessárias desde o Estado de Emergência”, pelo que, o inquérito no município que dirige é “muito importante”.

Entretanto, face ao inquérito, o INS apela a não má compreensão, alertando que, por si só, o processo não é uma “bala mágica”, sendo que as medidas de prevenção “são as mais importantes” e que o inquérito só “ajuda a delinear estratégias para a resposta”, aclarou Eduardo Samo Gudo, director-adjunto do INS.

“Se não assistirmos uma mudança de comportamento não iremos alcançar o objectivo para qual este inquérito foi concebido”, expressou o director-adjunto do INS.

O inquérito seroepidemiológico em Tete envolve 36 inquiridores divididos em seis grupos, os quais recebem orientações de quadros do INS. O processo vai durar 11 dias e poderá abranger perto de 4 mil pessoas.

INS reitera: “calor não combate COVID”

Desde a eclosão do Coronavírus várias hipóteses sobre a pandemia foram levantadas. Uma das principais diz respeito às altas temperaturas que, supostamente, contribuem no combate à doença. À margem do lançamento do inquérito seroepidemiológico na cidade de Tete, o INS reiterou:

“Não há evidências que o padrão de transmissão deste vírus é influenciado pela temperatura”, avançou Samo Gudo, citando exemplos que foram fortemente assolados na época do verão.

“O mais importante mesmo é cumprir com as medidas de prevenção. Obviamente que durante o verão as pessoas ficam menos em ambientes fechados. Mas não há confirmações que o vírus observa refriamento em locais onde a temperatura é alta”, precisou.

 

Cerca de 69 mil famílias da província de Maputo consideradas vulneráveis vão receber um subsídio mensal de 1500 Meticais durante seis meses, para mitigar o impacto causado pela COVID-19. Entretanto o processo de registo dos beneficiários está a ser manchado por infiltrações envolvendo pessoas não habilitadas elegíveis, com a conivência de alguns chefes de quarteirões e secretários dos bairros.

 

A secretária de Estado da província de Maputo, Vitória Diogo, reuniu esta terça-feira com os secretários dos bairros do Distrito da Matola e funcionários do Instituto Nacional de Acção Social, INAS, para auscultar as opiniões e pontos de vistas, mas também clarificar e explicar os procedimentos para a assistência das famílias consideradas vulneráveis no contexto da COVID-19. Mas foram os próprios secretários dos bairros a contarem que houve o alistamento de pessoas não abrangidas em diferentes Bairros daquele Distrito da Província de Maputo.

Ernesto Alberto, Secretário do Bairro do Boquisso “A” denunciou que o processo de alistamento de famílias gerou agitação no seu bairro, mas segundo ele devido às más praticas derivadas do processo, que tinham a frentes os responsáveis dos bairros. “Quem criou essa situação foi um dos nossos chefes de Quarteirão “6” que durante o registo escreveu as pessoas delas as filhas e não inscreveu uma irmã dele que na verdade precisa desse apoio”. Disse Alberto que também deu a conhecer que a população faz exigências as estruturas do bairro por saberem que alegadamente o dinheiro já esta na posse das autoridades do Bairro que supostamente não é canalizado.

Hilário Chambal, também secretario do bairro Sidwava na Matola, contou que porque se pretendia atingir os números acabou-se alistando pessoas de outras áreas residenciais sem que fossem necessariamente vurmáveis. “O trabalho feito com alguma dificuldade porque pareceu aquele e outro cidadão que não era do nosso controlo porque só chamávamos as pessoas para serem alistadas”. Um cenário que pode estar a ocorrer em quase toda a província de Maputo.

Ao nível da província de Maputo serão abrangidas 69.766 famílias sendo que 54.202 estão no Distrito da Matola. O dinheiro ainda não começou a ser canalizado. Mas das famílias abrangidas vão receber durante seis meses 1500 meticais com recurso a plataformas de moeda eletrónica e outras vias de pagamento. Victoria Diogo quer clareza no processo. A governante entende que não deve haver desvio do dinheiro que o Governo esta a canalizar as pessoas vulneráveis e carenciadas. “Aquele permanente, aquele que colocou la pessoas, aquele chefe das dez casas, aquele chefe de quarteirão, aquele secretário do bairro, que colocou por desconhecimento ou por falha seria bom pegar na lista daqueles que sabe qua não são elegíveis sozinhos ir entregar a estrutura”

Os Grupos-alvo deste programa são agregados familiares chefiados por Pessoa Idosa ou crianças; famílias chefiadas por Pessoas com doenças crónicas e degenerativas; incluindo famílias chefiadas por pessoas com deficiência, mulheres grávidas sem fonte de renda, e as que acolhem pessoas deslocadas do terrorismo em Cabo Delgado.

Com mais 123 pessoas infectadas pelo novo Coronavírus, nas últimas 24 horas, o país soma, cumulativamente, 4.039 casos positivos, segundo anunciou em comunicado o Ministério da Saúde. 122 das 123 novas infecções são de transmissão local e um importado.

Dos casos hoje anunciados, três são da província de Cabo Delgado, 29 da província do Niassa, seis são de Nampula, três de Tete, 15 da província de Manica, um de Inhambane, dois de Gaza, 15 da província de Maputo e 49 da cidade de Maputo.

“Dos cento e vinte e três casos novos, 56% são do sexo masculino e 44% são do sexo feminino”, informou o Ministério da Saúde.

A fonte anunciou ainda mais 113 casos totalmente recuperados da COVID-19, dos quais sete na província de Cabo Delgado, um na Zambézia, seis na província de Tete, mais sete em Sofala, 20 casos na província de Maputo e 72 na cidade de Maputo.

Dos pacientes recuperados 106 são indivíduos de nacionalidade moçambicana e sete são estrangeiros. Actualmente, 2.283, que corresponde a 56.5% dos indivíduos previamente infectados pelo novo coronavírus estão totalmente recuperados da doença.

Agentes da PRM, na província da Zambézia estão a ser capacitados para garantir o cumprimento do estado de emergência em vigor no país face à covid-19. Pretende-se que os homens da lei e ordem, garantam a implementação das medidas sobretudo dos grupos mais vulneráveis.

A capacitação está a ser promovida pela visão mundial, e espera-se que até o final a polícia possa cumprir com o seu papel mas sem ferir os direitos fundamentais dos cidadãos como o direito a vida.

Sucede que nos últimos dias as pessoas têm estado a pautar por algum “relaxamento” no uso de máscaras e adopção das medidas de prevenção da pandemia. Em alguns casos, a polícia tem pautado por medidas duras contra os cidadãos.

Hermenegildo Chambal, Juiz de direito, na sua abordagem sobre o estado de emergência fez saber aos agentes da lei e ordem que “não há nenhuma restrição do cidadão circular, sendo que não corresponde nenhuma violação. Uma coisa é recomendação de que o cidadão não deve sair, sai quando for necessário, mas não corresponde a uma restrição legal. Não se pode até chegar a abrir um processo-crime a um cidadão que está a circular a uma determinada hora”.

O Juiz referiu ainda que é “de bom-tom” que a polícia faça uma sensibilização ao cidadão, falando da importância de “ficar em casa” para a saúde dos cidadãos.

Na ocasião, Jaime Ubisse representante da Visão Mundial, fez saber que a actuação da polícia é importante, mas que não deve ferir os direitos dos cidadãos, sobretudo os de camada mais vulnerável.

Segundo a fonte, a polícia deve proteger e não impor normas não previstas na lei face a prevenção da pandemia da covid-19.

O workshop terá a duração de dois dias, e vai, dentre várias matérias debater os direitos e liberdades restringidas.

As medidas propostas para a interação da polícia com os cidadãos, nesta fase, variam desde campanhas de sensibilização até a dispersão de pessoas que estejam a exceder o número limite determinado para a realização de eventos.

 

O distrito urbano de KaLhamankulo, nos arredores da cidade de Maputo, é a zona mais exposta à COVID-19 com uma taxa de cerca de 5%, de acordo com o inquérito Sero-epidemiológico divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Saúde (INS).

Segundo esta pesquisa, de um modo geral, todos os distritos estão expostos, chamando, também, atenção aos distritos de KaMabukwana, Katembe e KaMaxakeni.

Segundo a delegada do INS, Edna Viegas, o distrito de Kanyaka apresenta menos taxa de positividade, com uma taxa de menos de um por cento, ou seja, 0.42%.

O inquérito revela ainda que os vendedores dos mercados continuam a ser o grupo mais exposto, depois do mesmo ter sido constatado nas cidades de Nampula e Pemba.

“De todos os grupos profissionais que foram incluídos neste inquérito estão afectados pela covid-19, tal como aconteceu nos outros inquéritos, nota-se maior expressão nos mercados com uma taxa de positividade de 5.22%, seguem os estabelecimentos comerciais e das forcas policiais”, explicou Edna Viegas.

A fonte ressaltou que de uma forma geral todos os mercados estão expostos, e o mercado do peixe, Xipamanine (Formal e Informal) e o mercado da praça dos combatentes são os mais expostos, também à COVID-19.

O Inquérito revela, também, que todas a faixas etárias são afectadas pela COVID-19, mas “o grupo dos 15 aos 45 anos de idade e dos 60 ou mais anos, são preocupantes, com taxa de positividade superior a 4%”, sublinhou a fonte.

Maputo é a terceira cidade do país a realizar o inquérito sero-epidemiológico, depois de Nampula e Pemba. Esta terça-feira, segue-se a cidade de Tete.

O internacional argentino Lionel Messi falhou, este domingo, a apresentação no FC Barcelona para realizar as provas PCR, de diagnóstico à COVID-19, como tinha afirmado que iria fazer, escreve o Diário de Notícias.

Lionel Messi manifestou vontade de deixar o clube em que fez toda a carreira profissional e grande parte da formação, tendo em conta uma cláusula no seu contrato, que o FC Barcelona contesta por considerar que foi ultrapassado o prazo para que a mesma se possa aplicar.

Ao falhar os testes à covid-19, revela a publicação portuguesa, a estrela argentina estará também fora do regresso ao trabalho da equipa de futebol, que arranca com os treinos na segunda-feira, sob o comando de novo treinador, o holandês Ronald Koeman.

O Diário de Notícias escreve que, ao contrário de Messi, quem marcou este domingo presença nas instalações da cidade desportiva foram Luís Suárez e Arturo Vidal, jogadores que, segundo a imprensa, não farão parte das opções de Koeman para o futuro do ‘Barça’.

A chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) em África, Matshidiso Moeti, acredita que o continente poder já ter passado pelo pico da pandemia do novo Coronavírus, mas aconselha mais cutela agora que muitos países abrem a economia.

Num encontro virtual de ministros africanos da Saúde, a médica e especialista em saúde pública disse que o número de novos casos estava a diminuir, mas alertou contra a complacência para evitar uma segunda vaga de infecções, a par do que está a acontecer, por exemplo, na Bélgica, Holanda e Espanha.

“Estamos a ver que tivemos o que parece ter sido um pico. Agora temos números diários de casos a serem relatados globalmente na região a descer”, afirmou a dirigente, segundo escreve a Lusa, citando a AFP.

Apesar do aumento do número de casos positivos em alguns países, como a Namíbia, a directora regional da OMS para África teceu elogios aos líderes africanos por terem tomado “decisões extremamente corajosas e difíceis” para programar bloqueios para os seus países e economias a fim de “evitar a catástrofe prevista nas primeiras projecções sobre como o novo Coronavírus afectaria o continente”.

Mas agora que muitos governos estão a começar a levantar as regras de bloqueio impostas para limitar a propagação do vírus – em Moçambique é assim também – e há abertura de economias, “é necessária uma maior vigilância”, uma vez que a situação continua a ser muito grave.

O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, exortou os ministros a aproveitarem a pandemia para reforçar as suas infraestruturas de saúde. “COVID-19 ensinou-nos que sistemas de saúde fortes são uma questão de segurança nacional e sobrevivência”, aponta a Lusa, com base na sua fonte.

O continente africano registou, até esta quarta-feira, 1.202.918 pessoas pela COVID-19, das quais 28.276 morreram e 931.057.

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