O Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde da Guiné-Bissau iniciou, esta quarta-feira, uma greve de sete dias para exigir a regularização da carreira, pagamentos de dívidas em atraso e melhores condições de trabalho.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde da Guiné-Bissau, Yoio João Correia, citado pela Lusa, as reivindicações dos profissionais de saúde estão relacionadas com “os pagamentos, inúmeras dívidas que o Estado tem como salários, subsídios de 2015, 2017 e 2018 e com a parte legislativa”.
“Alguns documentos relativo à carreira de técnicos de saúde deviam ter sido aplicados em maio e ainda não foram aprovados. Existem muitos técnicos que não têm carteira profissional é importante haver uma organização que regularize o exercício de enfermagem”, ressaltou.
A fonte que falou à Lusa diz que esteve na semana passada com o ministro das Finanças, João Fadiá, que se mostrou disponível para liquidar as dívidas, mas o Ministério da Saúde não disponibilizou todos os documentos necessários.
Situação de calamidade proíbe realização de greves
O Governo da Guiné-Bissau declarou na semana finda a situação de calamidade e emergência de saúde no país até Dezembro no âmbito do combate ao novo coronavírus. O regulamento da situação de calamidade proíbe a realização de greves, bem como os despedimentos.
“Nós temos consciência disso, mas os governantes também têm consciência das condições dos técnicos de saúde. Neste momento, a nível mundial, todos os técnicos estão a merecer atenção especial, menos na Guiné-Bissau”, lamentou Yoio João Correia.
Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde da Guiné-Bissau, há “desinteresse do Governo”. “Numa pandemia também devemos ter condições mínimas de trabalho. O nosso objetivo é ter boas condições de saúde para toda a população”, disse Yoio João Correia, salientando não fazer sentido estancar reivindicações através da situação de calamidade.
Yoio João Correia pedimos à população para compreender o propósito os profissionais de saúde, que é exigir condições. “Não nos sentimos bem quando recorrem ao nosso serviço e não podemos fazer nada para ajudar”, concluiu.
A Guiné-Bissau registou até ao momento 39 mortos e 2.303 casos de infeção pelo novo coronavírus.