O director-geral da Organização Mundial de Saúde desaconselha que países celebrem acordos bilaterais para a aquisição de vacinas contra a COVID-19 porque, além de desigualdade na distribuição e incentivo do nacionalismo das vacinas, os imunizantes podem ser usados para fins políticos.
Numa conferência de imprensa realizada ontem em Genebra, na Suíça, o director-geral da Organização Mundial de Saúde alertou que acordos bilaterais podem levar a uma maior injustiça na distribuição e na escassez de doses de vacinas.
Segundo Tedros Adhanom, acordos bilaterais para a aquisição de vacinas contra o novo Coronavírus aumentam o nacionalismo e o uso de vacinas para fins políticos.
O director-geral da OMS foi secundado pelo presidente executivo da Aliança das Vacinas, o epidemiologista Seth Berkley, também presente na conferência de imprensa online.
Para Seth Berkley, sempre que é feito um acordo bilateral para a compra de vacinas há menos doses distribuídas equitativamente, por isso, é preciso haver mais solidariedade.
As negociações bilaterais para a aquisição de vacinas contra a COVID-19 aumentam à medida que diferentes países procuram formas de imunizar as suas populações de forma mais célere, no meio de uma pandemia cujo fim é ainda uma incógnita.
Há meses, a União Europeia, por exemplo, denunciou atrasos nas entregas de remessas de vacinas.
Neste contexto, e pressionado pela impaciência e críticas da sua população, Berlim, capital da Alemanha disse que iria iniciar discussões bilaterais com Moscovo, capital da Rússia, para uma possível compra da vacina Sputnik V, se esta fosse aprovada pelo regulador europeu.