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COVID-19: Mais de 900 empresas candidataram-se ao financiamento do BNI

Dos 925 projectos submetidos, até este momento, foram analisados apenas 225, dos quais 100 aprovados e 125 reprovadas. Segundo o Banco Nacional de Investimentos (BNI), a procura foi maior do que o esperado, sendo que a demanda representa uma necessidade de 10 mil milhões de meticais, isto é, 525% acima do montante disponível.

Através de uma conferência de imprensa, o BNI anunciou, ontem, o encerramento da recepção das candidaturas para a linha de financiamento no sentido de ajudar as empresas em dificuldades causadas pela COVID-19. Dos 925 projectos recebidos, 515 (55%) são da zona sul do país, 230 (25%) da zona centro e 180 (20%) da zona norte.

“A estratégia de comunicação usada foi muito produtiva e fazemos um balanço muito positivo em relação ao alcance que a nossa mensagem teve, quer do ponto de vista de alcance territorial, quer de ponto de vista de clarificação e esclarecimentos sobre os critérios de elegibilidade e as condições de acesso. Ou seja, ninguém ficou sem informação”, disse Tomás Matola, presidente da Comissão Executiva do BNI, avançando que foi graças a essa estratégia que o número de candidaturas superou a espectativa.

“Como resultado, o número de projectos recebidos superou todas as expectativas, ou seja, durante os 80 dias recebemos propostas que correspondem a 10 mil milhões de meticais, o que significa que a demanda foi muito maior. Tivemos um excesso de demanda de 8.4 mil milhões de meticais. Estamos a falar de 525% acima do montante disponível”, explicou Tomás Matola.

O sector do comércio lidera os pedidos com 37%, seguido da hotelaria e turismo com 10%, construção e obras públicas (8%), indústria transformadora alimentar (7%), educação (7%), transportes de comunicações (6%), agricultura (4%), pecuária (3%), electricidade (2%) e outros sectores com 13%.

Num outro desenvolvimento, o dirigente diss4e que “muitas empresas foram excluídas por estarem categorizadas como sendo grandes, enquanto o financiamento é destinado a micro, pequenas e médias empresas”.

“Outra questão que condicionou a reprovação de alguns projectos é a situação líquida, pois um dos critérios é que as empresas tivessem a sua situação líquida positiva até 31 de Dezembro de 2019, isto é, excluindo tudo que aconteceu em 2019”, esclareceu o presidente da Comissão Executiva do BNI, para quem “muitas propostas de empresas que estavam em situação de falência técnica” não foram elegíveis.
Outro requisito impunha que as empresas concorrentes não estivessem numa situação irregular no sistema financeiro até 31 de Dezembro de 2019.

Contudo, “recebemos situações de empresas que tinham crédito mal parado, antes da COVID-19. Há empresas que se candidataram e não tinham a situação da segurança social regularizada e por uma questão de justiça foram reprovadas porque esses valores provem dos impostos. Outrossim, como vocês sabem, 600 milhões dessa linha do financiamento vem do INSS”, detalhou Tomás Matola.

Em termos projectos aprovados por sectores destaca-se o comércio com 29%, seguido da hotelaria e turismo com 14%, educação com 13%, indústria transformadora alimentar 11%, agricultura 9%, transportes de comunicações 7%, pecuária 4%, construção e Obras públicas 2%, electricidade 1% e outros sectores com 10%, disse Tomás Matola.

E porque a procura foi maior em relação ao valor disponível, o BNI diz que está a pensar em soluções.

“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros para ver se podemos incrementar” o valor disponível para financiamento.

“Possivelmente não iremos conseguir os montantes que são solicitados. Do lado do Governo, temos estado a partilhar estatísticas, particularmente para o Ministério da Economia e Finanças e Indústria e Comércio, que são os donos do projecto, para que tenham noção de que há necessidade de alternativas para aumentar o valor”, concluiu Tomás Matola.

Até ontem, último dia, o BNI esperava atingir mil candidaturas para o acesso ao financiamento. De acordo com o presidente da Comissão Executiva daquela instituição bancária, já foram desembolsados valores referentes a perto de 50% dos projectos aprovados.

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