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Costa exige anulação da eleição que ditou vitória de Comiche à presidência da FMP

Nesse sentido, o antigo jogador aconselha que seja criada uma comissão de gestão que assegure funcionamento do organismo até que sejam criadas condições para eleições justas e transparentes. Por seu turno, Comiche diz-se confiante que será empossado, pois na sua óptica não houve irregularidades.

Vive-se um ambiente de crispação na família da patinagem, em causa estão os resultados das eleições para a presidência da Federação da modalidade, que decorreram no último sábado, e que ditaram Eneias Monteiro Comiche como vencedor. Comiche da lista A conseguiu oito votos contra três de Nelson Costa da lista B, entretanto este último fala de graves irregularidades no processo. “Partimos para esta eleição e sabíamos que havia um regulamento eleitoral. Mas os intervenientes pontapearam-no. Houve várias irregularidades naquele processo, facto que me deixou muito envergonhado com a maneira como os membros fundadores, os membros da mesa da assembleia-geral e o presidente cessante agiram face às ilegalidades”, iniciou Costa para depois falar de exclusão de associações que queriam fazer parte do pleito.

“Os membros fundadores da Federação querem decidir tudo. Mas como acontece noutros países, quem vota para uma federação são as associações, mas aqui não, são pessoas. Isso é estranho, não podemos dar poder a pessoas para decidirem por todo um país. Haviam associações que mostraram vontade de se filiarem à federação, eles deliberadamente, não aceitaram, simplesmente ignoraram as províncias. Isso mostra que os membros fundadores que são de Maputo, não querem a inclusão das outras províncias. Tínhamos a associação de Cabo Delgado, de Inhambane, associação de treinadores, de árbitros, de atletas e a associação feminina de patinagem, mas foram ignoradas”, detalhou.

O antigo jogador da selecção nacional de hóquei em patins vais mais longe ao afirmar que o seu oponente não conhece a modalidade. “O regulamento eleitoral é claro. Diz que devem ser analisados dos perfis dos candidatos, mas foi pontapeado. Está claro no documento está claro que só podem ser candidatos tem que ser agente desportivo, que pelo menos tenha praticado a modalidade ou esteja no movimento desportivo, mas ele não tem esse perfil”

Face a essas constatações a lista liderada por Costa exige a repetição do escrutínio, para o efeito “sugerimos a indicação de uma comissão de gestão para assumir a federação até que estejam criadas as condições para que haja eleições justas. Para isso, teríamos que filiar todas as associações existentes no país de modo a que o vencedor seja consensual e não seja resultante da escolha de pessoas”, reiterou.

O hoquista, que fez carreira no Desportivo de Maputo, disse que caso consiga chegar à presidência da federação algum dia, a primeira coisa que irá fazer é mudar os estatutos da federação e lutar para a massificação da modalidade no país.

COMICHE REBATE ALEGADAS ILEGALIDADES

Em reação à contestação, Eneias Monteiro Comiche disse estar tranquilo porque foi “pressionado” por pessoas ligadas à modalidade para que possa revolucionar a modalidade. “Um grupo de praticantes e dirigentes abordaram-me, há alguns meses, sobre a situação actual da modalidade no país e disseram-me que eu seria uma mais-valia para ajudar a transformar a modalidade. Depois de vários encontros, decidi abraçar este desafio e estou preparado para dar o meu melhor”, justiçou para rebater as alegacões de irregularidades no processo.

“As eleições decorreram dentro da normalidade. Aliás, o presidente da mesa da assembleia é Lucas Chachine, sobejamente conhecido. No pleito, estavam dois representantes da Secretaria de Estado do Desporto não vejo razão para tais alegacões”.

O bancário diz estar em condições de trazer o empresariado a apostar na modalidade. “Se não tivesse garantias de apoios não concorria. Tenho garantias de empresas que querem se juntar a nós para desenvolver a nossa visão. Antes e depois de vencer a eleição recebi chamadas de pessoas que se identificaram com o nosso projecto”, garantiu.

A mesa da Assembleia-geral deverá se pronunciar nos próximos dias sobre o contencioso, mas a tomada de posse do novo presidente da Federação Moçambicana de Patinagem deverá acontecer dentro de 15 dias após a eleição.

 

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