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Polícia impede cortejo fúnebre de Azagaia na rua alcântara santos

A Polícia impediu a passagem do cortejo fúnebre de Azagaia pela rua Engenheiro Alcântara Santos, que passa pelo Ministério da Defesa e dá acesso à avenida Julius Nyerere, nas proximidades da Ponta Vermelha. Para dispersar as pessoas, usou gás lacrimogénio.

O cortejo fúnebre de Azagaia seguiu sem sobressaltos desde o Paços do Conselho Municipal de Maputo até à Praça Robert Mugabe. Chegados a este local, uma iniciou uma confusão…

É que as Forças de Defesa e Segurança posicionaram-se no princípio da Rua Engenheiro Alcântara Santos para impedir a continuidade do cortejo. Trata-se de uma via que dá acesso à Avenida Julius Nyerere.

Homens com armas em punho e carros blindados pararam em frente à viatura transportando a urna, impedindo assim a passagem da multidão.

Como quem diz que está em paz, as pessoas que acompanhavam a urna colocaram as mãos no ar, mas ainda assim a Polícia não quis ceder.

Momentos depois, os ânimos da população exaltaram-se e a Polícia usou gás lacrimogênio para dispersar as pessoas.

Ninguém sabia o motivo da proibição da passagem do cortejo fúnebre por aquela via. “Nós só queríamos passar. A estrada é do povo. Não percebo porquê somos impedidos”, protestou um dos fãs que acompanhava o cortejo.

E a população foi, mesmo, impedida de passar.

De acordo com o Comando-geral da PRM, o objectivo da presença policial não era proibir a continuidade do cortejo fúnebre, mas garantir que decorreu sem sobressaltos.

Minutos depois, só o carro contendo a urna de Azagaia é que seguiu a marcha. Para tal, a viúva teve que suplicar. “O que eu vos fiz? Que mal vos fiz? Eu só quero enterrar o meu marido, por favor. Controlem a população, mas deixem-nos passar. Porquê não podemos passar? Deixem-me enterrar o meu marido com dignidade”, suplicou Rosa da Luz, viúva da Azagaia.

“O País” soube que a organização do cortejo fúnebre não solicitou escolta policial na expectativa de que seria uma cerimónia normal.

Diante da interdição, a população foi obrigada a voltar e a seguir outro trajecto, e interpelou a urna mais afrente e o cortejo fúnebre seguiu.

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