O País – A verdade como notícia

Continuam restrições no abastecimento de água na Cidade de Maputo

A água continua a não jorrar nas torneiras em alguns bairros da Cidade de Maputo. Alguns munícipes recorrem  às valas de drenagem  para ter acesso ao líquido, ainda que impróprio para o consumo e uso.

As restrições no fornecimento de água, em algumas zonas da Região Metropolitana de Maputo começaram no último Sábado.

Devido ao problema, vários locais com furos particulares registaram enchentes esta segunda-feira, em vários bairros da Cidade de Maputo.

Entre homens e mulheres, dos mais novos aos mais crescidos, pessoas de vários pontos da capital buscavam o precioso líquido de diferentes formas, tal como Moisés Mavale, que com recurso à sua viatura buscava cerca de dez bidons de água.

“Está um caos mesmo porque não pinga sequer uma gota de águas nas torneiras. Eu saí da zona de Malhangalene para Maxaquene a procura de água. Assim devo deslocar-me aos bairros do distrito de Marracuene, que é onde também tenho família, para buscar água em outros furos”, disse Moisés Mavale.

As filas de recipientes e aglomerados nos locais de abastecimento começaram logo às primeiras horas desta segunda-feira. Tudo era feito no sentido de conseguir pelo menos um recipiente de água.

“Podemos até acordar às quatro horas mas não conseguimos água, porque o líquido não está em todo o canto. Mesmo nós que temos problemas dos pés temos que carregar com recipientes mais pequenos porque não conseguimos colocar na cabeça”, queixou-se Angélica Zitha.

Chegar mais cedo foi também a estratégia de Lúcia Mário, que com o seu bebé ao colo, aguardou pela sua vez por muito tempo na fila.

“Estou sem água em casa há três dias, por isso não lavo roupas. Tenho que me desenrascar para cozinhar. Agora que consegui vinte litros, pelo menos irei dar banho ao meu filho e separar para a cozinha”.

Sem olhar para o perigo, tudo se fazia para conseguir água.
E porque sem água não há vida, procurava-se pelo precioso líquido até nas valas de drenagem, mesmo com o risco que o seu consumo representa à saúde.

“A água que tiramos aqui, iremos usar para lavar roupa, louças, na casa de banho, e até para beber, só podemos ferver porque não temos outra saída ”, disse Lina Magaia.

Em alguns pontos da Cidade de Maputo, a Direcção da Águas da Região Metropolitana de Maputo criou alguns pontos de abastecimento para minimizar a crise causada pela falta de água. Entretanto, não foi suficiente, segundo contaram alguns moradores.

“De manhã estavam a oferecer água pelo Governo, mas esta tarde pararam e disseram que voltarão para abastecer o tanque ”, explicou Angelina Macie.

A chuva intensa que registou-se nos últimos dias, na Cidade e província de Maputo, causou o aumento das descargas no rio Umbeluzi o que obrigou à desactivação de alguns pontos de alguns equipamentos elétricos de modo a não se danificarem, daí as restrições no abastecimento de água.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos