Ao contrário do que as autoridades defendem publicamente, as construções nas áreas de mangal, na cidade de Maputo, continuam, principalmente nos bairros Triunfo, Costa do Sol e Pescadores.
Os proprietários desafiam a edilidade que, recentemente, avisou que não iria tolerar habitações em zonas de mangais e ameaçou retirar o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) aos donos das referidas obras.
São infra-estruturas imponentes e majestosas que, a cada dia, ganham forma à luz do dia e roubam o espaço da floresta de mangais.
Ao longo da orla marítima, na cidade de Maputo, parte da área do mangal já não existe e, para a construção de mais edifícios, é visível o trabalho feito para que o terreno possa receber infra-estruturas.
É preciso forrar o chão primeiro, mas, mesmo assim, estas construções continuam meses depois de Eneas Comiche, edil da cidade de Maputo, ter garantido que o Município já estava a trabalhar para solucionar o problema.
Numa entrevista ao “O País”, em Fevereiro deste ano, Comiche disse que, para além de retirar os DUAT, já decorria um trabalho junto das empresas Electricidade de Moçambique e Águas de Maputo para retirar o fornecimento desses serviços para os casos da ocupação de espaços ilegais.
O Município de Maputo até agiu, tendo colocado placas que proíbem edificações nas zonas de magal e destruiu alguns edifícios que estavam em construção.
No entanto, o que dizer em relação aos edifícios que brotam, à luz do dia, como cogumelos e à vista de todos? Quais são os critérios para deitar abaixo alguns e manter outros? São algumas das várias questões a que o Município de Maputo poderá responder esta quarta-feira, na conferência de imprensa sobre o assunto em causa.
Para além de Maputo, as províncias da Zambézia, Sofala e Nampula são vítimas da açcão humana que retiram o mangal para construção de infra-estruturas e estacas para a venda.