Perto de 400 famílias estão sitiadas devido às inundações no Posto Administrativo de Catuane, distrito de Matutuine, Província de Maputo. Estima-se, ainda, a perda de cerca de 190 hectares de diversas culturas.
Quando chega a época chuvosa, os moradores do Posto Administrativo de Catuane, distrito de Matutuine, Província de Maputo, ficam com o coração nas mãos porque, a qualquer momento, podem ficar sitiados devido às inundações.
O ano de 2022 não terminou para os moradores daquele ponto da Província de Maputo. De novo, as comunidades lá localizadas estão isoladas de tudo e de todos devido às inundações provocadas pela abertura de comportas de uma barragem na vizinha África do Sul.
“A travessia, geralmente, Catuane à Bela Vista ela está intransitável por causa do galgamento das águas da chuva que vêm do rio Maputo e que deixa as famílias da zona de Maduvula 1 e Pazmane sem ligação terrestre”, revelou Shelton Costa, director distrital das Actividades Económicas no distrito de Matutuine, Província de Maputo.
E são, ao todo, perto de 400 famílias afectadas que recorrem a canoas e uma embarcação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres para poderem fazer a travessia.
“Está lá um barco alocado pelo INGD que facilita a travessia destas duas comunidades que é da zona de Maduvula 1”, confirmou o director distrital das Actividades Económicas.`
Além de condicionar a ligação terrestre entre as comunidades, o transbordo dos rios Maputo e Pongolo afectou a produção agrícola.
“Nós estamos a falar de mais ou menos e 3350 hectares afectados pelas inundações e, dessas áreas, 190 hectares consideramos perdidos com culturas, afectando mais ou menos 910 famílias”, referiu Shelton Costa.
E estas perdas, de acordo com Costa, não são tão preocupantes quanto às do ano passado por uma simples razão.
“Este ano, tivemos uma sorte porque tivemos a informação muito cedo, através de um comunicado da ARA-SUL, anunciando que, a partir do mês de Dezembro, teríamos inundações por causa da abertura das comportas na barragem de Kongola Port, na África do Sul”, explicou o director distrital das Actividades Económicas.
Com estes hectares perdidos, tranquiliza o director distrital das Actividades Económicas, não haverá bolsa de fome nas comunidades de Catuane. “Geralmente, em algum momento, nós temos as áreas inundadas e elas (as áreas) até aos meses de Março e Abril já não estarão inundadas, então haverá muita humidade e nós vamos sensibilizar os produtores das zonas baixas a massificar a produção para poder recuperar o que foi perdido por causa das inundações”, justificou Shelton Costa.
Nos três postos administrativos de Matutuine, nomeadamente, Catuane, Bela Vista e Zitundo, contabilizam-se mais de 900 famílias afectadas por inundações.