O presidente da Comunidade Islâmica de Moçambique diz que não há terrorismo em Cabo Delgado, mas há, na verdade, interesses comerciais. Para Abdul Rashid, a instabilidade naquela província deve-se ao facto da população nativa não ter sido directamente envolvida nos grandes projectos de exploração dos recursos.
Já passam sete anos desde o início do terrorismo em Cabo Delgado. Falando ao Jornal o País, Abdul Rashid disse que falta boa vontade dos governantes e dos dirigentes, visto que não há nenhum terrorismo em Cabo Delgado.
“Praticamente ali há algumas oportunidades, alguns interesses pessoais e comerciais. A nossa juventude está desamparada, e a juventude desamparada, sem educação, sem saúde e sem oferta de um emprego, é motivada, é cativada por alguns interesses externos, através de algum dinheiro ou oferta”, explicou.
Quanto ao facto de já existirem supostos líderes do terrorism já conhecidos, o presidente da Comunidade Islâmica de Moçambique respondeu: “não sei se estes terroristas são terroristas mesmo, ou são agentes de algum consórcio ou de algumas empresas multinacionais. Eles fazem-se de terroristas só para distrair o povo moçambicano. Houve uma altura em que se dizia que os muçulmanos é que estavam envolvidos e provou-se que não era isso. E nós, a comunidade, estivemos em Cabo Delgado para ajudar e vimos que afinal de contas são pessoas que estão a ser financiadas para fazer esse trabalho”.
Para Abdul Rashid, o grande problema é que Moçambique permitiu que os estrangeiros explorassem as terras sem vantagens para, pelo menos, a população local.
Luísa Marufo, docente universitária, por sua vez, diz que, uma vez que já se conhecem os nomes de alguns líderes do terrorismo, o Governo deveria optar pelo diálogo para resolver a situação. Marrufo defendeu também a capacitação das Forças de Defesa e Segurança e apetrechamento em meios de trabalho.
As declarações foram feitas durante a celebração do dia da paz, uma cerimónia orientada pela SE de Sofala