A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) reviu em alta a previsão de perdas para as companhias africanas, estimando agora uma quebra de 6 mil milhões de dólares e a perda de metade dos empregos devido à pandemia do Coronavírus
A previsão de perdas em alusão é feita comparativamente ao ano de 2019, o que é mais 2 mil milhões de dólares do que o estimado no início do mês.
Segundo a associação que representa os transportadores aéreos, “as perdas de empregos na aviação e nas indústrias relacionadas pode crescer para 3,1 milhões de dólares, o que é metade dos 6,2 milhões de empregos que existem na região neste setor, sendo que a estimativa anterior era de 2 milhões de empregos”.
Entre as estimativas da associação do sector para esta indústria que está a ser fortemente afectada pelas restrições à movimentação de pessoas e bens no âmbito do combate à propagação da pandemia da COVID-19.
A IATA salienta ainda a queda de 51% do tráfego aéreo, que aprofunda a previsão inicia de uma queda de 32% nas viagens, o que no conjunto, faz com que o contributo da aviação para o PIB da região caia de 56 mil milhões de dólares para 28 mil milhões de dólares, quando a previsão anterior era de 17,8 mil milhões de dólares.
“Estas estimativas são baseadas num cenário de restrições severas às viagens durante três meses, com um levantamento gradual das restrições nos mercados internos, seguidos de [uma ação semelhante a nível] regional e intercontinental”, explica a IATA, na nota divulgada em Amã, a capital da Jordânia.
Entre os países mais afectados estão a África do Sul, seguida da Nigéria, Etiópia e Quénia, numa lista onde aparecem também os lusófonos Moçambique, que deverá enfrentar uma redução de 1,4 milhões de passageiros, que resulta numa perda de 130 milhões de dólares em receita, que coloca 126.400 empregos em risco e uma contribuição de 200 milhões de dólares para a economia moçambicana.
Em Cabo Verde, um dos países onde o turismo mais tem influência na economia, a IATA estima que haja uma redução de 2,2 milhões de passageiros, que vão originar uma perda de 200 milhões de dólares em receita, 46.700 empregos e 480 milhões de dólares de contribuição para o PIB do arquipélago.
Perante este cenário, a IATA defende um conjunto de medidas, entre as quais se incluem o apoio financeiro direto ao sector, a atribuição de empréstimos e garantias do Estado e apoio ao mercado de títulos de dívida corporativa, bem como um alívio fiscal.
“As companhias aéreas em África estão a lutar pela sobrevivência”, resumiu o vice-presidente da IATA com o pelouro da África e Médio Oriente, Muhammad Al Bakri, acrescentando que “várias companhias aéreas colocaram o pessoal em licença sem vencimento ou anunciaram já a intenção de cortar empregos, e outras vão seguir-se se um alívio financeiro urgente não for concedido”.