A Comissão Política da Renamo aprovou esta tarde, uma directiva que reflecte o posicionamento do partido sobre as eleições gerais da passada terça-feira. A directiva, adotada pelo mais alto órgão de deliberação da Renamo, no intervalo dos congressos, frisa o não reconhecimento dos resultados eleitorais que, ainda que na fase de apuramento intermédio, dá vitória esmagadora à Frelimo e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
A Comissão Política da Renamo determina “não aceitar nem reconhecer os resultados da votação realizada no dia 15 de Outubro de 2019 e por consequência exigir a reposição da verdade eleitoral negada ao povo moçambicano em virtude das graves irregularidades que mancharam o processo na sua plenitude” indica a directaiva.
Os resultados eleitorais em projecção dão uma maioria absoluta à Frelimo no parlamento e, ao nível das Assembleias Provinciais, mostra o partido no poder a eleger todos os governadores.
A Renamo contesta os resultados justificando com a ocorrência de fraude eleitoral. Através da directiva, o maior partido da oposição insta “a todos os moçambicanos a não aceitarem a mega fraude eleitoral” mas também deixa um desafio ao Chefe de Estado.
“Que o Presidente da República, na sua qualidade de Chefe de Estado, garante da Constituição da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança esclareça publicamente a proveniência dos votos e urnas na posse dos membros da Frelimo, seu partido, fora do circuito dos órgãos eleitorais e esclareça igualmente a quem servem as Forças de Defesa e Segurança que ostensivamente e com fundos públicos se posicionaram em prejuízo da vontade popular”.
À Comissão Nacional de Eleições (CNE) a Renamo exige que “esclareça publicamente a circulação de boletins de voto fora do circuito dos órgãos eleitorais”.
A reunião da Comissão Política da Renamo foi dirigida por Ossufo Momade, presidente do partido e teve a duração de todo o dia.