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Comissão de inquérito da SED promete independência na sua investigação

Foto: O País

A comissão de inquérito criada pela Secretaria de Estado do Desporto para averiguar os motivos do braço-de-ferro entre os Mambas e a Federação Moçambicana de Futebol já está a trabalhar. A comissão tem 30 dias para apresentar os resultados e promete independência nas suas actividades.

Carlos Gilberto Mendes já tinha dado a conhecer que criaria uma comissão de inquérito para apurar as causas dos incidentes ocorridos na Argélia, à margem da realização do CHAN 2022, envolvendo a selecção nacional de futebol, os Mambas, e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF). A mesma já foi conhecida e já começou a trabalhar.

São, ao todo, 13 os membros da comissão de inquérito, que incluem juristas, dirigentes desportivos, líderes das associações desportivas que lidam com o futebol, jornalistas e gestores, que têm a missão de determinar eventuais responsabilidades, bem como propor a adopção de medidas que possam prevenir a ocorrência dos mesmos factos ou similares, no desporto nacional.

Pedro Sinai Nhatitima foi designado presidente da comissão e, na passada sexta-feira, dirigiu uma conferência de imprensa para dar a conhecer as responsabilidades da mesma, tendo garantido independência no exercício das suas actividades.

“A independência resulta do facto de a partir do momento em que a comissão está criada, durante o período de 30 dias em que vamos fazer o nosso trabalho, não recebemos ordens ou directivas dessa entidade que nos criou. Terá que aguardar que receba o relatório que vai ser produzido por esta comissão”, disse Pedro Nhatitima.

A independência não se vai cingir apenas na interferência da Secretaria de Estado do Desporto na comissão, mas também na sua formação, já que conta com pessoas de diversas organizações e segmentos da vida social, política, jurídica e desportiva do país.

“A independência também resulta da composição desta comissão, começando por mim próprio, que represento um outro poder do Estado, para emprestar mais imparcialidade e independência ao trabalho que se pretende fazer. Resulta, também, de antigos dirigentes desta instituição que vão dar a sua experiência nas actividades a serem desenvolvidas, e porque contamos também, nesta comissão, com representantes das organizações da sociedade civil ligadas ao desporto moçambicano”, referiu o presidente da comissão de inquérito.

Serão 30 dias de trabalho, os mesmos que nos separam do próximo compromisso dos Mambas, diante do Senegal, em Março, para a qualificação para o CAN da Costa do Marfim, na dupla jornada intermédia, e a comissão quer garantir melhor ambiente no seio do balneário.

Pedro Sinai Nhatitima diz mesmo que a missão é contribuir para o alcance de bons resultados dos Mambas. “Pensamos nós que é muito importante que até lá este ambiente esteja desanuviado. Nós pretendemos contribuir para um bom ambiente das nossas selecções, que se traduza em bons resultados”, frisou Nhatitima.

PROCURAR SOLUÇÕES E NÃO CULPADOS

A comissão de inquérito assegurou ainda, durante a conferência de imprensa, que a sua missão não é encontrar culpados ou inocentes, mas ajudar na busca de respostas para melhor resolução deste tipo de situações no futuro.

“Estamos aqui apenas para apurar os factos e que ajudem, no futuro, quer a secretaria de Estado do Desporto, quer a Federação Moçambicana de Futebol e outras federações a lidarem melhor com estas matérias e situações”, esclareceu Pedro Sinai Nhatitima.

A comissão de inquérito integra juristas, gestores e dirigentes desportivos e ainda antigos jogadores e jornalistas, através das diversas associações que lidam com o futebol moçambicano.

 

EIS A COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE INQUÉRITO

Pedro Sinai Nhatitima             Juiz Conselheiro Tribunal Supremo

António Munguambe              Antigo director do Instituto Nacional do Desporto

Carlos Tembe                            Antigo chefe de Departamento Jurídico do MJD

Francisco da Conceição           Director nacional do Desporto de Rendimento

Amélia Cabral Chavana            Directora-geral do Fundo de Promoção Desportiva

Gerson Mubai                            Inspector sectorial-adjunto do Desporto

Mahomed Valá                          Representante do Comité Olímpico de Moçambique

Zeca Chauque                            Presidente do Comité Paralímpico de Moçambique

Rui Évora                                     Representante Associação Treinadores de Futebol

António Marinho Gravata        Presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol

José Gabriel Dava                       Presidente da Associação de Gestores Desportivos

Adão Matimbe                            Presidente da Associação de Imprensa Desportiva

Ângelo Matinene                        Representante da Associação de Veteranos de Futebol

 

FEIZAL SIDAT FALA DO “CASO PREMIAÇÃO DOS MAMBAS” NA QUARTA-FEIRA

O Presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Feizal Sidat, vai falar pela primeira vez dos acontecimentos de Argel, que envolvem os Mambas e o órgão que dirige, bem como da participação da selecção nacional no CHAN 2022, que se disputou na Argélia.

De acordo com o comunicado da FMF, o presidente da Casa do Futebol vai falar na próxima quarta-feira, não especificando mais detalhes desta conferência de imprensa.

Os Mambas terminaram a competição nos quartos-de-final da prova, pela primeira vez, o que acabou por levantar um braço-de-ferro entre a comitiva e a direcção da FMF em torno da premiação.

Os jogadores exigem a divisão dos 400 mil dólares ganhos pela FMF pela passagem aos quartos-de-final em 60% para eles e 40% para a Casa do Futebol, o que não está a ser aceite pelo organismo que gere o futebol. Uma situação que levou à suspensão de cinco atletas, nomeadamente Isac, Telinho, Chico, Shaquile e Kito, bem como do treinador-adjunto Eduardo Jumisse.

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