Os resultados do pleito eleitoral de 15 de Outubro, classificado pela Renamo como “bárbaro, brutal e com fraude tamanha jamais vista em Moçambique e no mundo”, serão oficialmente divulgados este domingo.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) vai anunciar o que, pelo menos até aqui, já é sabido: que a Frelimo e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceram, e com larga vantagem, em todas as províncias, incluindo a Zambézia, onde alguns acreditavam ser o reduto da “perdiz” que elevaria Manuel de Araújo, de autarca da cidade capital, a governador da província.
A validação dos resultados foi feita na noite de sexta-feira, com 9 votos a favor e 8 contra.
Os quatro vogais da Renamo, o vogal do MDM e dois da sociedade civil, no caso, Salomão Moyana e José Belmiro, apreciaram negativamente os resultados e consideraram que "não refletem a essência da vontade popular nas urnas, nem abonam a favor da dignidade, prestígio e mandato que a Constituição da República atribui à CNE".
Na declaração de voto, os vogais lamentam a conduta dos órgãos de gestão eleitoral, pese embora façam parte, e sublinham que "não podem continuar a ser fonte de conflitos pós-eleitorais devido à sua evidente parcialidade e desorganização propositada, o que sugere que nos momentos cruciais do sufrágio, os mesmos órgãos subordinam-se física e ideologicamente às Forças de Defesa e Segurança, agindo contra todos os partidos concorrentes com potencial para desafiar o Partido no poder".
Este não foi o posicionamento tido pelos vogais da Frelimo e o presidente da CNE, Abdul Carimo, que graças ao seu voto a favor foram validados os resultados, uma vez que só ele podia desempatar. Aliás, com o voto a favor de Carimo, ficou expressa a sua certeza de um processo credível.
Enquanto isso, a Renamo e o MDM reiteraram que não aceitam os resultados, por acreditarem que houve tamanhas irregularidades, que favoreceram a Frelimo.