A menos de 24 horas para o arranque da “caça ao voto”, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ainda não canalizou fundos a todos os partidos políticos para a realização do processo. A instituição reconhece a situação.
Para apoiar os 26 concorrentes às eleições gerais de Outubro, há disponíveis cerca de 180 milhões de meticais para financiar o processo, sendo 60 milhões para as eleições presidenciais, igual valor para as legislativas e outros 60 milhões de meticais para as provinciais. Nas eleições legislativas e provinciais, o critério de distribuição varia de acordo com o número de mandatos de cada província.
Entretanto, apesar da disponibilidade da verba, a CNE admitiu, hoje, ao “O País”, que não foi canalizada a todos os concorrentes e não revelou que partidos políticos já receberam dinheiro.
Paulo Cuinica, porta-voz daquela instituição do Estado, disse ainda “serem muitos” os partidos que em falta.
“O financiamento aos partidos políticos já começou a ser disponibilizado. Terminamos o processo de distribuição dos mapas e estamos a receber as contas (bancárias) das formações políticas” disse Cuinica esclarecer as razões da demora no desembolso dos fundos.
Como razões para o atraso na canalização do financiamento, Cuinica apontou diversos factores, como é o caso da aprovação tardia da lei, o que condicionou a recepção das candidaturas e, posteriormente, o impacto no processamento.
O porta-voz da CNE garantiu que há condições para o arranque da campanha eleitoral, no sábado.
Quanto à campanha eleitoral em Cabo delgado, onde homens armados aterrorizam populações desde 2017, o porta-voz da CNE reconheceu que não será como o desejável, “mas com o reforço das Forças de Defesa e Segurança, será empreendida a maior cobertura que puder”.
Uma vez que a campanha eleitoral arranca no sábado, na tarde desta sexta-feira a CNE fará uma exortação aos moçambicanos.