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Cidade de Maputo entra no novo ano cheia de lixo

Foto: O País

Depois das festas do Natal e do fim de ano, a Cidade de Maputo encontrava-se cheia de lixo na manhã deste domingo. O ambientalista Osvaldo Iko critica a falta de uma estratégia clara para a gestão de resíduos sólidos na capital.

O primeiro dia do ano, na Cidade de Maputo, foi caracterizado por passeios cheios de garrafas, sacos plásticos deitados fora dos contentores de lixo.

Para o munícipe Osvaldo Orlando, “isso está ligado a problemas complexos de gestão de resíduos sólidos, que afectam todos os municípios, não só a Cidade de Maputo”. Agastado, o citadino deplora o actual estado da cidade das acácias: “É de se lamentar, isso não parece Cidade de Maputo, parece uma lixeira de hulene”.

Os munícipes entrevistados pelo jornal “O País” lamentam a situação e defendem mais contentores de lixo nos bairros e nas proximidades dos mercados: “Se formos a ver o número de contentores [veremos que não é suficiente]. Para encontrar um contentor, as pessoas percorrem uma certa distância. Talvez seja por isso que acabam por atirar o lixo no chão”.

Alguns munícipes atiram a culpa aos vendedores informais. “Quem produz lixo são os que fazem negócio aqui. Se formos a ver, boa parte do lixo é composta por take-away”, salientou um outro munícipe.

O ambientalista Osvaldo Iko lamenta a falta de uma estratégia clara  de recolha de resíduos sólidos do município. “Ainda há muitas limitações na recolha dos resíduos”, afirmou  o ambientalista.

Para Iko, a situação pode repelir turistas. “Agora estamos na quadra festiva, há muitos turistas que estão a vir, mas com esta poluição visual, há uma percepção que se tem da cidade e das pessoas… porque há muitos que vêm de países já avançados”, acrescentou o ambientalista.

Agastados, os munícipes defendem que a edilidade deveria espelhar-se no que acontece noutros países. “Nós temos por exemplo a cidade de Kigali, em Ruanda, lá não se usa plástico. Logo que chega ao aeroporto, a pessoa é aconselhada a deixar tudo que é plástico. Então, há um conjunto de acções que são muito pequenas, que podemos implementar. Mas tudo parte da consciência de nós mesmos, como produtores do próprio lixo. Eu acho que nós, como cidadãos, estamos a falhar”.

A Cidade de Maputo tem mais de um milhão de habitantes. Segundo a Direcção Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos e Salubridade, em média, cada munícipe produz, por dia, cerca de um quilograma de lixo e boa parte não chega à lixeira.

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